sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Da forma que eu vejo, o problema básico de se promover uma mudança temporária num determinado contexto é que vc corre o risco de que aquele lugar, uma vez devolvido ao status quo anterior, jamais vá ser visto da mesma forma.
Tirando o show dos hippies mpbs sambinha meta-linguístico que eu vi ontem, todos os shows do festival internacional de músicos de metrô, promovido por aquela marca de energéticos que cancela os efeitos da gravidade sobre vc, foram muito bons, sendo que dois me marcaram particularmente. Os do artista espanhol Miguel Angel Aldunce e do duo brasileiro de folk "O Bardo e o Banjo".
O problema é que eu não consigo não pensar no quanto os terminais de metrô não vão parecer ....sei lá... áridos, depois que o festival acabar, principalmente com a política de repressão daquele verme na prefeitura do nosso sempre sensato prefeito aos artistas de rua em geral (aliás, esse festival, ainda que muito bem vindo, existir numa cidade em tais condições é, no mínimo, curioso).
Mas, pensando agora e retomando a reflexão do primeiro parágrafo, talvez a intenção desse tipo de iniciativa seja exatamente essa. Provocar uma mudança pra que vc perceba como aquele lugar poderia ser melhor aproveitado e não é, e só após essa alteração promovida, vc começa a se perguntar pq aquilo nunca foi feito antes. A tal da idéia de provocar um incômodo que pode ser o catalisador pra mudanças permanentes. Oras bolas, pq não liberar os artistas nesse tipo de ponto de circulação em caráter permanente? Sujeito tá parado na Sé, esperando os trens voltarem a ter uma quantidade de pessoas dentro deles que não quebre nenhuma lei da física conhecida, aproveita e escuta boa música.
Se bem que, depois que Stella me contou sobre o fechamento dos pontos de leitura dos metrôs, esperar qualquer atitude sensata da prefeitura em prol de atividades culturais realmente legais seria querer demais.
Triste, né?

Um comentário:

Anônimo disse...

quem era o prefeito na época?