sexta-feira, 25 de agosto de 2017

This is G1 CLIMAX 27



Exausto.... Exausto... foram 19 dias de evento (mais o G1 Special nos Estados Unidos) espalhados por mais ou menos 2 meses. Cada evento, com 3 horas e cacetada de duração e, sim, eu confesso, a partir do dia 10, eu parei de ver as exibition matches e tag team matches que antecediam as lutas do torneio propriamente dito. Mesmo assim, ainda eram mais de duas horas de lutinhas e eu com a tendencia de querer fazer mil coisas ao mesmo tempo querendo pegar um gibi ou um jogo ou começar um anime novo que tb ia sugar meu tempo e...e...e.....NOPE. Fui até o final. 
E como eu disse no g1 report que postei aqui outro dia, o negócio é um misto de exaustão e tristeza pq, sim, é cansativo......mas foi TÃO bom. Não é cansativo de enjoar, mas aquele cansaço que vc tem depois de um dia inteiro maratonando uma série boa ou jogando aquele jogo fodão que tu esperou por anos e anos até o lançamento. É o cansaço de um dia inteiro passeando num parque legal ou viajando por aquela cidade que tu não conhecia e sempre quis ir e, quando finalmente foi, sente que tem que ver tudo em, sei lá, 3, 4 dias. Um cansaço catártico, manja? De quando tu volta praquele lugar quentinho e confortável que tu conhece bem e entra naquele estado de iluminação zen que te faz, me apropriando de um termo do Heitor do Overloadr, esquecer que vc é vc, manja? 
Dois meses e eu com a nítida sensação de que eu aguentava mais. Claro, tem o g1 28, ano que vem. E antes disso tem o The Best of Super Juniors, e o Dominion, War of Worlds, Wrestle Kingdom. Mês que vem tem os eventos da série Destruction. Mas......tem algo nesse lance meio maratonesco de respirar de forma quase "binge watchesque" e se ver imerso em algo de tal forma que eu só senti quando fiz maratonas de filmes de algumas séries longas, como foi com a cinessérie do Godzilla ou quando tirei um ano inteiro pra assistir os 50 anos de Doctor Who, quase de cabo a rabo. Vem o familiar, que te conforta, mas junto vem o imprevisível, que te acerta aquele sucker punch bonito que te deixa sem ar.
A NJPW produz o melhor pro wrestling do mundo, mesmo sem ter o mesmo orçamento de uma WWE e o torneio é uma gigantesca celebração desse fato. É meu primeiro ano como fã da promotion então, não tenho parâmetros pra dizer se foi melhor ou pior que os que o antecederam (mas gente que manja dos paranauês já disse ter sido o melhor de todos os tempos). E sinceramente, acho injusto comparar com promotions como o Stardom, o Ring of Honor e a NXT, também empresas/programas que tão jogando a barra do wrestling como arte lá em cima. Tudo que eu posso dizer é que foi uma experiencia absurdamente satisfatória, tipo o que eu senti vendo meu primeiro Wrestlemania ao vivo, mais cedo nesse ano. E falemos dos combates, aquilo que fez o evento ser o que foi. Queria fazer um top 10 de lutas do evento, mas não consegui fechar num número redondo (que me perdoem os leitores com TOC). 
Portanto, segue um pequeno "diarinho emocional" se me permitem o arroubo menos técnico do que seria de se esperar de um texto do genero (falar de pro wrestling me parece tão difícil quando descrever música) com tudo que fez o tournament e, como consequência, o ultimo mês, algo MONSTRUOSAMENTE divertido..

Tanahashi vs Nagata

Shades de Flair vs HBK no Wrestlemania 24. Nagata em sua ultima participação no G1, enfrentando "the face of NJPW"


Omega vs Kojima

De certa forma, o irmão mais velho e bad vibe da luta acima. Um heel Tana ainda é o Tana e vc enxerga o Ace sempre, mesmo quando ele age de forma mais vilanesca, como vc enxerga John Cena na WWE. O bom moço, o herói, o good guy. Mas aqui temos um veterano, ainda em ação e provavelmente longe de seu fim de carreira mas, ainda assim, um veterano. E ao invés do bom moço que pinou o Blue Justice na luta comentada anteriormente, aqui seu oponente é um dos maiores heels da New Japan. O detalhe da camiseta foi a cereja no topo do bolo (pra quem não sabe, Omega só entra de camiseta se acha que a luta vai ser bucha, fácil ou é uma exibition match sem valor real).


Okada vs Kojima/Okada vs Michael Elgin

They almost did it. O veterano e o BIG MIKE chegaram TÃO perto de pinar o, até então, imbatível Okada....



Tama Tonga vs Omega

A disputa pela alma do Bullet Club......


Omega vs Evil

Seguramente a luta mais brutal do torneio. Ao final dela, e antes mesmo de ouvir as conversas e especulações envolvendo o King of Darkness ter sofrido uma concussão, eu já estava preocupado com a integridade física de ambos os lutadores envolvidos na contenda. Sério, lindo de ver. Dois trens indo em direção um do outro. 


Zack Sabre Jr. vs Ishii

Falar do Ishii é até covardia pra mim, provavelmente meu lutador favorito do roster da NJPW. Eu sempre falo que tu se descobre um whovian de fato quando vc sente medo de verdade dos Daleks pela primeira vez. Nesse momento, tu sacou o mesmo que os personagens de Doctor Who: que aquelas porrinhas são perigosas pra cacete. Da mesma forma, da primeira vez que vi Ishii indo em direção ao ringue, minha impressão foi "sério? pq tá todo mundo visivelmente com medo desse tiozinho barrigudinho e sem pescoço" e essa impressão se manteve....até o primeiro lariat.... Tomohiro Ishii é provavelmente alguém que poderia passar horas conversando com Stone Cold Steve Austin enquanto os dois disputam, entre uma golada de cerveja e outra, quem é o "the toughest son of a bitch" do mundo do pro wrestling e com razão. Sabre Jr. por sua vez, me tornou um fã de submission matches. Normalmente, eu acho submission wrestlers meio chatos já que, pra mim, é só um cara dobrando o outro por minutos sem fim. Provável razão pela qual eu acho MMA um porre.
Mas o que o britânico faz aqui é absurdo. O melhor "technical wrestler" do mundo, ele pode não parecer particularmente impressionante quando ao lado de figuras como Tana ou Omega ou Fale, mas essa impressão vai por água abaixo logo após a primeira submission absolutamente do nada. Corpos humanos não deveriam dobrar do jeito que o dele dobra, o que só torna tudo ainda mais incrível de ver.
O choque entre duas figuras tão díspares só podia resultar numa das grandes lutas do torneio. 


Okada vs Evil

THIS. is. evilllll!!!!
EVERYTHING. IS. EVIL!!!!!!!!


Suzuki vs Okada

A luta foi incrível e o resultado, impressionante. Mas são os pequenos momentos desse combate que me tornam um fã dele. O sorriso trocado entre o líder do Suzuki Gun e o Rainmaker entre um tapão e outro, aquela imagem das gotas de suor voando, sempre algo impressionante de assistir, os "quase-finishers..."


Ibushi vs Fale

Aquele moonsault bonito da porra e perigoso as hell que ele deu em cima do underboss foi qualquer coisa de espetacular. Confesso que, salvo aquela luta linda contra Nakamura no Wrestle Kingdom, nunca tinha visto nada envolvendo o golden star então, não tava no trem do hype a respeito dele como todo mundo que já faz parte do fandom da New Japan há mais tempo. Obviamente, esse torneio mudou isso em mim e já sou um convertido, esperando ansiosamente pela match entre Ibushi e Omega num futuro próximo (WK 12?) 


Juice vs Omega

Tal qual o próprio Juice, soltei um sonoro "OH, FUCK" ao perceber que o rapaz em seu primeiro G1 pinou aquele que muitos apontariam como o melhor wrestler do planeta!!!


G1 Climax 27: Juice Robinson vs Kenny Omega by therealrocknrolla


Omega vs Okada 3

Eu entendo perfeitamente que, sob todos os critérios, "O império contra ataca" é melhor que "O Retorno de Jedi", provavelmente o mais fraco dos filmes de Star Wars até a chegada das prequels. 
Mas dane-se, se vc ME perguntar qual dos 3 me deixou uma impressão melhor após a primeira vez que vi, a resposta sincera não poderia ser outra senão a de que o capítulo final da unica trilogia de Star Wars que importa, mexeu comigo de um jeito absurdo. E, em retrospecto, apesar de achar "Matrix Reloaded" um filme melhor, foi o "Revolutions" que me deixou com o coração acelerado enquanto via (ainda preciso falar sobre esses filmes e pq qualquer impressão negativa que vcs tenham deles está obviamente - OBVIAMENTE - errada... :-) ). Se vc me perguntar, eu diria que, INTELECTUALMENTE, a segunda luta entre o Rainmaker e o The Cleaner foi a melhor, por seu caráter imprevisível. Mas não tem jeito, tudo fluiu de forma muito mágica pra eu não achar que esta match é o pináculo da catarse envolvendo essa história sobre a cruzada pessoal de Kenny Omega contra o atual campeão do cinturão de pesos pesados da companhia nipônica. Fazer a lista de melhores lutas do ano vai ser algo complicado considerando que os 3 primeiros lugares vão muito provavelmente ser ocupados pelas mesmas duas pessoas. Que época pra ser fã de pro wrestling, não? :-)


G1 Climax 27: Kenny Omega vs Kazuchika Okada by therealrocknrolla

Naito vs Omega

Pq todo mundo ama conclusões, como eu posso ter deixado claro no texto do combate acima. O ponto de chegada final do G1 não podia ser nada menos que apoteótico. E foi. Tenso, arrebatador, brutal. E, claro.... Tranquiloooooo... :-)


G1 Climax 26 (Day 18): Kenny Omega vs Tetsuya... by therealrocknrolla


Momentos marcantes: 
OBVIAMENTE, tem 3 que eu não poderia deixar passar:
A morte - e posterior ressurreição - de Darryl, o gato, brutalizado por Bad Luck Fale.





A despedida de Yuji Nagata...


E, pq a vida é feita de equilíbrio e alternância de forças e eventos, o retorno absolutamente inesperado de Katsuyori Shibata, afastado desde Abril desse ano depois de quase morrer após sentar uma cabeçada estupidamente brutal em Okada, durante um combate.


MVP do evento...

Okay, essa foi uma conclusão difícil de chegar. Michael Elgin brilhou no g1 e eu sei que vai ter UM MONTE de gente que vai cravar o nome do Big Mike nessa posição. Ou Ibushi. Ou Nagata em sua ultima participação no G1. Sério, qualquer nome que vc lembrar poderia ocupar a posição com justiça.



Eu? Juice Robinson. Pro wrestling é storyline, historinha, narrativa. E Juice estreando no g1 foi tipo, Wally West estreando na Liga da Justiça, Samuel Guthrie quando foi promovido à formação principal dos X-Men. Marvel Boy quando foi convidado a se juntar aos Vingadores. E como os 3 personagens citados, havia a necessidade de se provar, de convencer o mundo de que isso não havia sido um experimento falho (e, fora do kayfabe, e eu não sabia desse detalhe que teria adicionado drama à história, Juice já sentiu na pele a sensação de se ver na posição de um risco que não logrou exito, já que teve uma curta estadia pelo NXT, programa da WWE cuja proposta é desenvolver novos talentos que, futuramente, vão ser integrados aos programas principais da promotion. Após alguns meses, Juice foi liberado. Corta a cena, e agora ele é parte do maior torneio de luta livre do mundo. Viram, crianças? Acreditem nos seus sonhos!!!). E o resultado foram lutas absurdas. Contra Michael Elgin. Contra Tama Tonga. Contra Minoru Suzuki. Contra o melhor pro wrestler do planeta, Kazuchika Okada. E por fim, contra Kenny Omega. E a história teve sua conclusão satisfatória. Vitórias e derrotas, Juice terminou tendo lutas empolgantes contra os melhores do mundo e não fez feio, se mostrando digno de caminhar entre o crème de la crème. Entre despedidas e alguns retornos, bom poder fugir da constante sensação de que eu cheguei no final da festa, manja? E poder se ver pegando uma história em seu começo e prestes a embarcar em direção à...... ?? Onde? Não sei, mas vai ser fascinante assistir a trajetória do lutador. 

Conclusões finais? Tudo isso, mais as exibition matches e tag team matches que tavam lá só pra engordar o card do evento mas que no final foram fun as hell, as lutas por títulos entre Taguchi Japan e Young Bucks e entre War Machine e o Bullet Club (Cody e Hangman Page), a empolgação dos comentaristas, tanto dos japoneses, capazes de me emocionar mesmo sem eu falar uma palavra do idioma, até os americanos. Serião, eu tava com o pé atrás após o fim da parceria entre Kevin Kelly e Steve Corino, após este ultimo ir pra um trabalho de bastidores na WWE. Mas a dupla formada por Kelly e Don Callis é um destes "casamentos" feitos no céu, manja? Divertidíssimos, com uma química toda especial, aumentada ainda mais nos dias finais do evento em que Rocky Romero se juntou a eles.
E a reação do público japonês, estoicos até o limite mas passionais as hell quando a coisa engrena, meu publico favorito de pro wrestling, junto com o britânico e o pessoal das indies. As lágrimas no rosto dos fãs quando Nagata se despediu e após o improvável "Eu estou vivo" de Shibata. Aquela fã adorável e incrédula entoando o "EVERYTHING IS EVIL" após a vitória deste contra Okada.....
Um bando de ingredientes que se juntaram alquimicamente e tornaram esses últimos dias absolutamente incríveis.
Cansativos, sim, mas incríveis.
Mas pelo menos vou ter um respiro já que o "Road to destruction", próximo evento da New Japan, rola só mês que vem, então, vai dar pra dar uma desligada do pro wrestling e viver a vida e aproveitar os elementos dela que não se relacionam à dropkicks, chaves de pescoço, suplexos, RAAAAAAINMAKERS e coisas parecidas e.....

e....


....

oh fuck....

Ah, a quem eu estou enganando?? My body is ready!!!!!
But for now...


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