Ladies and gentlemen: Kenny Omega and The Bullet Club:
terça-feira, 31 de outubro de 2017
"It's all in your head": The Gorillaz chronicles.
Peguem uma garrafa de 2 litros de coca e aquele pacotão de 400 gramas de Doritos, recostem-se na poltrona, cama ou qualquer lugar em que os senhores estejam repousados e bora: um bem aventurado usuário do youtube e fã de música boa compilou mais de 30 videos dos Gorillaz, narrando o "épico pessoal" do grupo formado por 2-D, Noodles, Murdoc e Russel, além de providenciais colaboradores (entre eles, a cabeça gigante de Shaun Ryder, Snoop Dogg e o espírito desencarnado de Del the funk Homosapien), divididos entre pequenas vinhetas, entrevistas, videoclipes e até um episódio do MTV cribs, onde o grotesco guitarrista e auto intitulado líder do grupo nos apresenta ao estudio/QG/portal pro inferno que chamam de lar. Corporações sinistras, demônios ancestrais, alces gigantes, gorilas zumbis, casas mal assombradas, pelo menos uns 2 ou 3 apocalipses iminentes. Tudo isso com a arte linda de Jamie Hewlett, co-criador do grupo, junto com Damon Albarn, cobrindo desde o album homonimo de 2001 até o penúltimo, "Plastic Beach", de 2010 (já tem 2 vídeos novos, cobrindo o disco desse ano, "Humanz": "Sleeping Powder" e "Strobelite")
Tudo começa com a já clássica Clint Eastwood. A partir daí, é a toda velocidade em direção ao inferno e a lugares ainda mais estranhos, sempre sob o olhar do patrono e protetor do grupo, o demônio Pazuzu. Pra ir pra playlist, é só clicar aqui
Então, apertem os cintos e boa jornada às profundezas do Hades.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
The most variant cover of all time....
Esta é a melhor coisa em toda a história das......you know.....coisas....
e a piada funciona perfeitamente, já que agora, eu quero devorar cada edição já publicada de Quantum & Woody (incluindo o material clássico, lá dos anos 90, de autoria de um dos favoritos aqui do blog, Christopher Priest).
Vi primeiro aqui e no perfil do twitter do Igor, o maior evangelizador dos quadrinhos da Valiant que já encontrei por essas esquinas virtuais....
.....e vcs notaram que tem um bode junto dos caras? com raios saindo de seus olhos? Não li o suficiente do grupo, não faço idéia de qual o contexto do caprino, mas já é meu personagem favorito da série, simples assim. :-)
Lunella and Devil Dinosaur...
Este é o melhor cosplay já feito em toda a história multiversal e qualquer opinião contrária será sumariamente ignorada...
Moon Girl and Devil Dinosaur cosplay video at New York Comic Con... pic.twitter.com/qXWIKsk74o— Brandon Montclare (@bmontclare) October 7, 2017
sooooooooooooo cute.... :-)
...uma pausa pro café
A sessão tinha sumido pq eu tinha parado de tomar café por um tempo. Simples assim.
A versão mais longa: comprei uma garrafa de um litro e passei a trazer pro trabalho. O problema é que eu comecei a ter uns problemas meio tensos, em que o mais light deles era a ocorrência de crises de ansiedade de tempos em tempos, e aí decidi cortar de vez.
Os problemas sinistros passaram. Mas foram substituídos por crises galopantes, paralisantes, letárgicas, HOMÉRICAS....do mais puro sono, de eu quase babar no teclado do computador.
Puto, decidi procurar alternativas e comecei a mascar chicletes e chupar halls. E os problemas tensos voltaram.
"heeeey", pensei eu....."será que isso ocorre não como consequência do café, mas do açúcar que eu boto nele?"
Munido de uma hipótese, partamos pro empirismo: há uma semana tomo café sem açúcar. E estou de boa. Os sintomas, a ansiedade e semelhantes não voltaram e levaram o sono quase narcoléptico com eles.
Então, voltam os gifs em adoração ao deus liquido e negro como a meia noite numa madrugada sem luar, diante do qual eu humildemente me prostro...
De vuelta a la ciudad del suplexos: Guacamelee! 2
E hoje, no seu media showcase que rolou na Paris Game Week, a Sony anunciou vários joguinhos legais, alguns trailers, alguns gameplays de jogos já previamente anunciados, um monte de VR com os quais eu não poderia me importar menos, outros multiplayers que, tipo, idem......e o jogo acima.
E eu fiquei TÃO feliz... mesmo considerando que as aventuras de Juan quase me causaram ulceras como descrevi aqui e aqui.
Ainda sem data oficial (o trailer dizia que iria sair soon...ish...), agora é esperar pra mais algumas horas agradáveis envolvendo uppercuts, frog splashs, suplexos e, pq nem tudo é alegria, mais algumas crises de gastrite nervosa e calos nos dedos.
Controle do ps4 escapou por pouco de ser atirado contra a parede mais próxima pelo menos uma dezena de vezes enquanto tentava zerar o primeiro Guacamelee. Será que agora vai? :-)
sábado, 28 de outubro de 2017
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Monster mash #43,5 - The ROH/NJPW/WWE edition
Se os senhores se lembram, a edição nº 37,5 da Monster mash foi especialmente focada em temas de entrada do pro wrestling, particularmente nas musiquinhas da WWE. Essa edição tem mais algumas musicas vindas da corporação, mas dessa vez elas abrem espaço pras promotions indies (eu não gosto do termo "menores"). Então, tem tema do Ring of Honor, do NXT e da New Japan.
Espero que gostem :-)
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quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Too Sweet #2: CM Punk vs. Samoa Joe II
A "Too Sweet" é a seção fixa do blog com lutinhas clássicas dentro dessa gigantesca soap opera da mais pura escrotidão e violência que é o pro wrestling. O lance é revisitar o passado e ir atrás de grandes combates, independente da era, local ou promotion envolvida.
Hoje, aniversário do excelentíssimo senhor Phillip Jack Brooks a.k.a. CM Punk e a Too Sweet presta-lhe as devidas homenagens trazendo uma das duas lutas co-protagonizadas por ele que já tiveram a honra de receber 5 estrelas do jornalista Dave Meltzer, jornalista do Wrestling Observer, principal veículo cobrindo o pro wrestling e um dos maiores especialistas na fina arte da luta que envolve cadeiradas nas costas e cotoveladas atômicas. Uma delas, contra o líder da Cenation em 2011, ponto final do evento conhecido como "the Summer of Punk", vai ser comentada no seu devido tempo, em minha série de textos sobre John Cena. Hoje, no entanto, me refiro a uma luta das antigas, ocorrida na casa de Punk, Chicago, e contra a submission machine conhecida como Samoa Joe, luta nº 2 numa "best of 3 series" ocorrendo entre os dois, na época.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
When the world blurs....
Quase 4 décadas nessa bola de lama e fogo orbitando universo afora e eu tenho que dizer que eu tb não entendo e nunca me acostumei com essa parte.
Also, que página linda.
Also 2: Leiam How to talk to girls at parties (Já lançado no Brasil, inclusive, então os senhores não tem desculpa), de Neil fucking Gaiman, Fabio Moon e Gabriel Bá. Começou como livro, virou gibi e filme. Não li o livro, não vi o filme, mas to lendo a hq e adorando. :-)
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
モンスターマッシュストライク再び (or: "The Cletus edition!!!!")
Semana mega corrida no trabalho, crianças, por isso a falta de posts. Vcs sabem: durante a maior parte do ano, fico bem de boa aqui na biblioteca. Mas existe "a época", e nesse período, é unleash hell. (basta dizer que to fazendo há quase uma semana, turnos de 12 horas aqui)
Mas o blog segue vivo e hoje terminei a parte mais "braçal" do negócio, podendo voltar a dedicar parte do meu tempo à este humilde bloguinho, base do império global que é a organização "Groselha on the rocks. :-)
In other news: caralho, como eu sou burro. Sério, BURRO, BURRO, BURRO.
Seguinte: mó cota sem Monster Mash aqui, certo? Pq? pq decidiram bloquear o computador do trabalho pra tudo de legal e awesome que a internet tem em prol da tal da "produtividade" e tals.
Claro que, mais rápido do que um piscar de olhos, eu encontrei 500 jeitos de burlar o firewall pq, afinal, that's how I roll. Mas o Spotify, que eu uso pra postar as listinhas, eu tinha ABSOLUTA certeza de que não ia rolar. Então nem tentei baixar a bagaça.
Hoje, sabe se lá deus pq, tentei instalar o bichinho aqui no pc que trabalho pq foda-se e.... não é que rolou? Nem é pra ouvir e tals, mas pra pegar o códigozinho de embed pra colar as listinhas aqui, o que não dava pra fazer direito na versão desktop do app.
Bom, problema resolvido, esperem o retorno da mixtape oficial daqui do Groselha on the rocks o mais breve possível
E com "o mais breve possível", eu quis dizer agora:
hey, Monster Mash. Listinha!!! Musicas!!! Groselha!!!
hey, Monster Mash. Listinha!!! Musicas!!! Groselha!!!
E pra comemorar o retorno, já jogo aqui as 3 edições do negocio que tavam encostadas há meses enquanto eu resolvia o probleminha do Spotify.
So..... divirtam-se.
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Fiz esse teste de "qual dos perpétuos é vc?" e, surpreendendo a absolutamente ninguém, deu a Desespero. Não é a membro dessa peculiar familia com a qual mais me identifico (essa vaga sendo do protagonista, Sonho, com o filho pródigo Destruição num segundo lugar muito próximo) mas gostei do resultado.
Façam vcs tb e depois me contem o que saiu... :-)
terça-feira, 10 de outubro de 2017
"Who wants to kill reality?"
Interessados na fina arte do "realiticídio" podem clicar aqui
Desejo a todos um feliz apocalipse multiversal.....
quinta-feira, 5 de outubro de 2017
Funko Pop!: The First Doctor
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH, MEU DEUS!!!!!!!
Se isso prenunciar um futuro lançamento de todos os demais doctors da série clássica....well.... vou precisar fazer algumas horas extras, vender meu sangue e talvez abraçar um segundo trabalho....
Já tenho 3 bonequinhos da série baseados no meu Timelord favorito (o 12th, 11th e o 4th. Não tenho o 9th pq não achei e não tenho o 10th pq....bom, pq ele não é exatamente meu Doctor favorito. Gostaria de ainda conseguir o da River, K9 e um Dalek).
Se isso não for um sinal de que é hora de voltar e finalmente assistir a season 10, não sei o que mais isso é...
......bom, uma coincidência. É o que provavelmente isso é, mas pro inferno, me permitam esse pequeno devaneio delusional. :-)
quarta-feira, 4 de outubro de 2017
terça-feira, 3 de outubro de 2017
"Nesta noite, vc será visitado por 3 fantasmas" - parte 1: Trainspotting 2
Fazem 2 dias desde que vi Trainspotting 2 pela primeira vez e ainda me sinto digerindo o longa. Entendam: O original é meu filme favorito da vida, junto com outros dois que vão ser tema de textos aqui no blog num futuro bem próximo: Blade Runner e Fight Club.
3 filmes que ganharam sequencias recentes, bem elogiadas pela crítica (não sei se bem recebidas pelo publico, mas foda-se o publico. Afinal, foi esse mesmo publico que decidiu que ET, o extra terrestre era melhor que o longa do caçador de androides de Ridley Scott, condenando este ao fracasso nas bilheterias. Por sorte, a História corrigiu essa injustiça). Dos 3, 2 eu já consumi: o já citado t2 e Fight Club 2, mini série em quadrinhos em 10 partes, com roteiros de Chuck Palahniuk e arte de Cameron Stewart. Blade Runner 2049 ainda não estreou no dia em que escrevo esse texto, então, ainda não posso me pronunciar. Mas 2/3 desses filmes citados lidam, cada um a seu próprio modo, com o conceito de nostalgia e é sobre isso que eu quero falar: como os dois, e mais, e só pra ficarmos em exemplos de grandes propriedades intelectuais que adotaram a mesma politica em relação á nostalgia, a season 3 de Twin Peaks, se negam a mergulhar na fantasia de um tempo melhor, ainda que em graus diferentes.
“Unfortunately, the clock is ticking, the hours are going by. The past increases, the future recedes. Possibilities decreasing, regrets mounting.” ― Haruki Murakami, Dance Dance Dance
So, Trainspotting 2, de Danny Boyle e reunindo todo o elenco principal original. Voltam Ewan Mcgregor, Johnny Lee Miller, Robert Carlyle, Ewen Bremmer (respectivamente, Mark Renton, Sick Boy, Frank Begbie e Spud) com mais algumas participações especiais que eu não vou comentar de forma mais explicita pra não soltar spoilers demais. Sequencia do original de 96, levemente baseada no livro de autoria de Irvine Welsh, "Porno". Que eu não li, apesar de estar corrigindo esse erro. Mas o que sei é que, apesar de elementos que tomam pedaços do livro, T2 é uma besta completamente distinta. E aí?
Bom, existiam várias formas de fazer esse filme. Aliás, existem varias formas de fazer uma sequencia de um classico, principalmente com mais de duas décadas separando tais obras. Uma delas é sentar a mão na referência, praticamente tentar replicar a experiência original. Tipo MIB II. Dar tudo o que o publico espera, publico esse que, lembremos, já está ganho. Esse é um jeito.
Mas existe outro: negar tudo isso. Frustrar o publico que acha que vai reviver exatamente a experiencia primária. Não copiar os eventos da obra original, mas o feeling, o espírito da obra original. Twin peaks fez isso, mesmo correndo o risco de alienar uma parte do fandom que foi atrás da nova temporada achando que veria uma expansão do que experienciou 25 anos atrás. As sequencias de Matrix fizeram isso e pagaram o preço de serem mal vistas pelo fandom que queria outra coisa.
Trainspotting 2 ficou em cima do muro de um modo interessantíssimo: o filme não é nostálgico, mas seus personagens sim. A premissa básica: Mark volta pra Edinburgh depois de um divórcio tentando acertar as contas com o passado. Okay, boa idéia. Exceto pela parte de que isso não faz sentido algum pq,....nostalgia envolve o retorno pra um passado melhor. Senão vejamos: Mark e seus amigos eram viciados. Um de seus amigos mais próximos morreu depois de ser introduzido às drogas por ele. Pessoas próximas foram machucadas por Begbie, eternamente há 5 minutos de enfiar uma faca na garganta de seus colegas. A filha de seu melhor amigo morreu pq o pai estava ocupado demais chapado de heroína.
Oh, e cereja no topo do bolo, ele terminou roubando quase 20000 libras de seus colegas, dinheiro que usou para, em tese, se tornar uma "pessoa de bem". Agora, que parte desse festival de chorume acima parece soar para os senhores como "um passado melhor"?
Pois é. Mark parece perdido na propria juventude, como aliás, Sick Boy aponta para ele em alto e bom som em determinado momento no longa. Mas o filme lhe (e nos, no processo) nega a indulgencia e ao invés de uma "nova aventura com a turma do filme original", Mark é confrontado com o fato de que é impossível entrar no mesmo rio duas vezes. O filme já deixa claro que não vai ser uma viagem à memory lane quando ele nos nega o prazer de ouvir Lust for life, logo no começo. A msg é clara: nope. O filme é todo sobre gente tentando quebrar um ciclo enquanto se percebem hospedes da "visita cruel do tempo". Ainda que de forma torta, Sick Boy continua tentando "emplacar", quer seja cuidando do pub da família, quer seja em seus esquemas de chantagem. Spud, o mais consciente dos 4, vê um vislumbre de futuro ao perceber certo talento para a escrita (e confesso que é uma surpresa saber que Spud é alfabetizado). Frank só quer sair da cadeia e voltar para seus "negócios", dessa vez, tentando passar seus talentos para a próxima geração de Begbies. Tudo isso entra num hiato umbigo cêntrico e auto referencial quando Mark volta para a cidade inglesa.
A partir daí, os 20 anos separando o filme anterior deste meio que desvanecem e certas verdades inconvenientes voltam para atormentar o grupo.
Vou dizer que gostei pra cacete do filme por um motivo bastante simples: eu tinha a idade de Mark e os demais garotos quando vi o Trainspotting original.
E vi esse filme agora, às portas de fazer 38 anos, portanto, mais próximo da idade dos protagonistas neste filme do que da idade deles em 96. Só nunca fui nostálgico pq minha infância e adolescência foram ruins demais para me permitirem qualquer fantasia de passado mítico a esse respeito (bem aventurados meus pais e seu alcoolismo me salvando de qualquer punhetação falaciosa dos dias que se foram). Mas, EXATAMENTE por isso, reconheço a sensação de Renton de ver a adolescência, mesmo com toda sua cota de morte e drogas e traições, como, pelo menos, um lugar em que o potencial de mudança estava a sua frente. Quando vc tem 16 anos, vc pode se enfiar em privadas e tomar tonelitros de drogas, desde maconha á chá de pilha (isto não é uma confissão, caso estejam em duvida) pq o futuro é seu, uma caixa de Schrodinger a ser aberta com infinitas possibilidades de variações dentro. Na idade deles (e minha, apesar de eu ser 8 anos mais novo que Renton no longa desse ano) a sensação é que o melhor já foi, que o espírito do natal futuro virou o fantasma do natal passado (oS fantasmaS, aliás. vários voltando a nos assombrar de vez em sempre) e que ao invés de conquistar o mundo, o que nos resta é fazer o controle de danos e salvar o que der.
Achei extremamente sofisticado como a trilha sonora embala essa ego trip: ao invés de reutilizar as clássicas canções do filme anterior, Boyle prefere "atualizar" as mesmas, trazendo novas versões, novos arranjos e remixes delas. Ouvimos melancólicas notas de "Perfect Day" aqui. Uma versão slow mix de "Born Slippy" acolá. Uma cacofônica e quase industrial versão do clássico de Iggy Pop em outro momento. Igual mas diferente.
Já remotamente apaziguados, Renton e Sick Boy tentam conseguir verbas publicas para abrir um bordel/sauna juntos, com a ajuda da prostituta Veronika (a mais jovem do grupo, e, exatamente por isso, responsável pelos choques de realidade que os personagens principais precisam ouviram durante T2). Enquanto isso, Simon tem que se desdobrar, dividido entre a nova relação com Mark, a mágoa pelos pecados passados do moço e, paralelo, Begbie, livre da cadeia, na caça pela cabeça do guri.
Como eu disse, o filme abraça e renega a nostalgia.
Como eu disse, o filme abraça e renega a nostalgia.
A estrutura da trama inclusive bebe disso, já que o grande conflito de T2 gira em torno da mesma estrutura do original. Primeiro, o dinheiro. Então, a traição
"Dance,” said the Sheep Man. “You gotta dance. As long as the music plays. You gotta dance. Don’t even think why. Start to think, your feet stop. Your feet stop, we get stuck. We get stuck, you’re stuck. So don’t pay any mind, no matter how dumb. You gotta keep the step. you gotta limber up. You gotta loosen what you bolted down. You gotta use all you got. We know you’re tired, tired and scared. Happens to everyone, okay? Just don’t let your feet stop." — Haruki Murakami
O filme é tão bom quanto o original? A unica resposta aceitável dessa pergunta é: "não pq ele não quer. Ele quer ser algo diferente. E consegue". A experiencia é tipo ver Boyhood, ver onde estávamos e aonde chegamos. Se permitir distanciamento tal que podemos procurar por padrões, ciclos, círculos viciosos e tentar quebra-los. Eles conseguem?
Felizmente? Não. :-) Os personagens perdem mas o filme ganha com isso. Só tinha um final possível, bola essa que eu cantei pra Stella que viu o longa comigo, lá pela metade de suas quase duas horas de duração. E acertei. E ainda bem pq, tal qual ocorre com Mark e seus..."amigos", há um ciclo ali que não pode ser quebrado. Correntes com bolas de metal que nos prendem e a eles, sutilmente como no lance da trilha sonora que citei acima, ou de formas mais "na cara", como na cena que quase replica o clássico momento em que Renton é quase atropelado do filme de 96 (e aqui, o sorriso dele funciona como elemento de reconhecimento, como se ele soubesse que aquele é de fato um de seus greatest hits, no pun intended. :-)) ou na cena em que o protagonista volta pra casa dos pais e come à mesa na mesma formação que aparecia no original, mas com uma cadeira vazia pra indicar a insustentável, imaterial e constante presença da ausência da matriarca da família. Engarrafar o relâmpago passado é impossível. A cidade é diferente, as pessoas mudaram e mesmo as drogas já não batem como antigamente. O que resta? Se enfiar numa ego trip sobre o passado glorioso que nos espera numa fantasia de "retro futuro", como o grupo de ultra nacionalistas que a dupla de protagonistas encontra no bar durante suas andanças, eternamente presas olhando pra trás, tal qual o anjo do progresso de Walter Benjamin?
“Choose life
Choose Facebook, Twitter, Instagram and hope that someone, somewhere cares
Choose looking up old flames, wishing you’d done it all differently And choose watching history repeat itself
Choose your future
Choose reality TV, slut shaming, revenge porn
Choose a zero hour contract, a two hour journey to work
And choose the same for your kids, only worse, and smother the pain with an unknown dose of an unknown drug made in somebody’s kitchen
And then… take a deep breath
You’re an addict, so be addicted
Just be addicted to something else
Choose the ones you love
Choose your future
Choose life”
Citando Sandman, "mudar ou morrer". Spud, logo ele, vê a possibilidade de mudar o futuro.
Veronika parte, mesmo sem saber, recriando o ciclo do final do filme original, mas talvez com a possibilidade de quebra-lo.
Franco volta pra cadeia, incapaz de se soltar da jaula passada (prestem atenção no conto de Spud sobre um episódio do passado do personagem e percebam como ele também está, tal qual Sísifo, carregando sua própria rocha montanha acima, vez após vez, vítima de traições muito anteriores ao roubo das vinte mil libras). Sick Boy é mercurial, uma incógnita.
E Mark? Depois de passar pelas 4 fases do luto anteriores, em memória a um passado já sepultado, Renton chega á aceitação. Só resta à ele parar de arrastar os pés tentando parar a roda do tempo e se permitir seguir adiante. Finalmente ouvimos a música mais reconhecível do original. Uma canção sobre jovens fazendo merda. Mas diferente (num remix do Prodigy). Vida é sobre evolução e evolução é sobre mudança. Choose life. Choose the future. Choose to dance. Como se não houvesse o amanhã.
A seguir, na parte II: "Rize or Die". #TylerLives
segunda-feira, 2 de outubro de 2017
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