ok, o fato de eu ter demorado quase duas semanas pra escrever sobre esse episódio já deve dar um sinal do nível da minha apreciação por Before the flood, mas vamos tirar do caminho: gostei? sim. Ainda assim, episódio mais fraco da temporada fácil. Acho que inferior, inclusive, ao mais fraco da temporada anterior, "In the forest of the night". Mas tem seus méritos.
Achei bem legal a quebra da quarta parede, mas pelo momento de exposição ter sido feito convincentemente ali, quando ele é retomado posteriormente, me parece....too much?
E vejam bem, mesmo em se tratando de Doctor Who, temos um uso bem excessivo de exposição, de alguem explicando a trama pra gente em dialogos ao invés de simplesmente apresentar isso visualmente pro público.
Se eu critiquei o aspecto two-parter do primeiro arco da season 09, esse ep. só confirmar minha posição inicial, achando que o segundo episódio inclusive enfraquece o parte I, "Under the lake". Se dava pra dar uma leve enxugada na história de "The magician's apprentice/the witch's familiar", aqui, absolutamente nada justifica um episódio duplo. E o Fisher King....ok, falemos do Fisher King....
Que monstro genérico. Sei lá, as vezes eu tenho a impressão de que a série moderna de DW teria muito a ganhar fazendo um intensivão em design de criaturas com o pessoal responsável pelos tokusatsus japoneses (lembram daquele "garrus genérico" de "The caretaker"?). Ok, vi alguns reviews levantando alguns pontos interessantes sobre o vilão, sobre, apesar de seu tamanho, ele ser mais um vilão intelectual do que físico e de como ele é mero mcguffin onde o episódio na verdade é sobre as interações entre os personagens.
Sobre essa segunda possibilidade, até imagino que o episódio seja apenas mais uma pecinha no grande quebra cabeças dessa temporada e que, retrospectivamente, após o final da mesma, ele vai parecer algo melhor.
Mas, isoladamente e nesse ponto, foi um missfire.
So, pontos positivos? Adorei o crew de coadjuvantes e me partiu o coração a relação entre O'Donnel e Bennet. O discurso final dele, sobre a importância de se viver o presente, sem contar com um hipotético futuro pra lhe manter seguro foi absolutamente devastador e sem um momento de consolação. O Doctor não pode salvar todo mundo e as vezes somos lembrados disso do pior jeito possível.
E apesar dos pesares, o roteiro não era ruim. Até diria que foi mais sofisticado (digo: em termos de exigir do publico mais do que normalmente o faz, sem desmerecer o programa de forma nenhuma, não me entendam mal) do que a média. Pena que a execução foi meio assim-assim.
Outros pensamentos:
- A sub-trama da responsabilidade pessoal do Doctor pra com o resto do universo dá mais alguns avanços aqui, nas cenas em que Bennet confronta o Doctor sobre sua escolha de uma postura passiva diante das leis que regem o espaço-tempo. Detalhe: no episódio seguinte, a discussão avança pra níveis estratosféricos.
- Pode existir magia em Doctor Who, mas acho seguro afirmar que, até prova em contrário, NÃO HÁ PÓS-MORTE.
- Esse não foi um episódio muito "Clara-friendly" mas a companion teve seus momentos, mesmo assim. Cara..... não to preparado pra ver a soufflé girl partindo.....
- Já que não há um consenso sobre os sonic sunglasses, que tal uma sonic guitar? :-)
- e aliás, poderiam deixar o tema da série com aquelas guitarras pra sempre...
- Ok, achei um ep. menor. Mas um ep. mediano de Doctor Who ainda é bem melhor que muito episódio tratado como "new classic" de muuuuuita série grande por aí... :-)
- E por fim: "under the lake" usou bem o "bootstrap paradox". Mas desculpem, "Back to the future" fez melhor e de forma bem mais clara. Lembram da cena do Marty tocando no baile de formatura dos pais? Tão pertinente portanto, quanto "quem compôs a quinta sinfonia" seria "quem compôs Johnny B. Goode"?
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