sexta-feira, 16 de outubro de 2015

X-Men Legacy

O ruim do hiato que o blog passou, lá pelo final de 2011 e que seguiu até uns 4 meses atrás, foi que eu perdi a chance de falar de algumas paradas legais ocorridas na época, enquanto elas estavam sendo lançadas..
Eu lembro que "X-Men legacy" saiu junto com uma pá de outros títulos mutantes, não voi lembrar especificamente quais agora, mas foi, seguramente, o que menos me chamou atenção.
Na época eu ainda curtia o texto do Bendis, então, coisas como Uncanny X-men ou All new X-men me atraíram de forma muito mais rápida... Passado um tempo, a tal "revolução mutante" não resultou em nada muito impressionante. All new X-men continua um titulo simpático. Uncanny X-men flopou com força (eu acho absolutamente indesculpável a forma preguiçosa que Bendis concluiu o processo de desconstrução de Scott Summers, que vinha desde os New X-Men de Grant Morrison).
Aí, um dia, vendo as capas bonitas, decidi pegar pra ler o título estrelado por Legião, a.k.a. David Haller e, boy....que gibi maneiro. Enquanto os demais títulos mutantes continuam versando sobre o blablabla mutante de sempre, da luta constante contra uma humanidade que os teme e odeia, X-Men legacy vem preencher uma lacuna.
Temos a ideologia de Charles Xavier. Temos a de Magneto, diametralmente oposta a anterior.
E no meio de tudo isso? Legião não tem a resposta, mas boy, ninguém pode dizer que ele não tentou encontra-la utilizando-se dos meios mais estranhos.
E um detalhem pra quem não conhece o personagem; David precisava fazer isso tendo dois agravantes em sua missão:
a) Ele é filho de Charles Xavier, portanto, imediatamente associado ao "messias" mutante e
b) David é esquizofrênico, tendo centenas de personalidades convivendo dentro de sua mente e, oh, by the way, ele também é provavelmente o mutante mais poderoso do universo (provavelmente dividindo o trono com Franklin Richards). e nem todas as personalidades habitando o cérebro do rapaz são gentis e bondosas, querendo usar seu poder pelo bem coletivo. O que faz do guri, uma bomba relógio esperando pra explodir. 

O título tem tiradas incríveis*, personagens extremamente cativantes e um excelente equilíbrio entre humor e drama, característico de uma saga protagonizada por Legião. E, foco deste post, as capas, com design do artista Mike del Mundo, são belíssimas. Corram atrás das 24 edições o quanto antes. Sim, tem seus altos e baixos (incluindo o inevitável confronto com os discípulos mais famosos do prof. Xavier) mas é fascinante ver o personagem, num mundo em que seu pai está morto e o sucessor dele, Scott Summers, está cada vez mais parecido com seu principal opositor, tentando estabelecer um novo paradigma ideológico pra sua raça.
Abrir novas portas? Derruba-las com um aríete telecinético seria mais apropriado.**


















*Minha piada favorita sendo o comentário de David sobre seu codinome: "Por causa da horda furiosa em minha mente, dos monstros, as pessoas me apelidaram de "Legião". Vocês acham que um herói epiléptico ficaria feliz se fosse rebatizado como "Spasmo"? É apenas insensível, ok?", seguida do comentário blasé do personagem diante de um Wolverine já com garras desembainhadas e mais um entediante grupo mutante com postura tough "pfffff.... here we go again.... another battle scene".
** E hey, considerando que toda a filosofia do professor X girava em torno de abandonar os "meios antigos" em prol de uma convivência pacífica com a humanidade, David Haller se mostrou um resultado muito mais positivo pra toda comunidade mutante e um melhor herdeiro dos ideais de seu pai do que qualquer outro dos X-Men com sua postura belicista, cara de psicopata e atitude de "ataque primeiro, converse depois, mas lembre-se, viemos em paz".  Dessa perspectiva, "X-Men legacy" é o primeiro título mutante a negar a mentalidade super heroística (sim, eu sei, um paradoxo em si numa hq da Marvel com um "X" no título) após o final da já citada fase mutante com o Morrison nos roteiros. 

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