Não é como se eu nunca tivesse tido momentos de extrema dificuldade enquanto tentava bravamente zerar um game. As cicatrizes de, lá pelo começo dos anos 2000, quando jogava Crono Trigger num emulador de SNES no meu pc, passei dias tentando derrotar Lavos e salvar todo o tecido multiversal daquele monstro. Mais recentemente, me vi suando frio pra conseguir enfiar a porrada no exército de Kratos que Ares joga contra "The ghost of sparta" no final do primeiro God of War. E tiveram pelo menos uns 2 ou 3 momentos em Persona 3 que, ao conseguir superar, fizeram eu me sentir um jogador nível Daigo de expertise.
Mas Guacamelee....man, já postei aqui outro dia, mas caralho.... Em condições normais de temperatura e pressão, o jogo não é muuuito difícil. Zerei a primeira vez e........final triste? COMO ASSIM??
O jogo, uma mistura de beat'em up e plataforma, narra a saga de Juan que precisa salvar a hija del presidente, sequestrada por Carlos Calaca. O vilão, após depor o demônio do seu trono, planeja realizar um ato de sacrifício (e a vítima é a já citada filha do presidente) e eliminar as fronteiras entre o mundo dos vivos e o dos mortos. Quando tudo parece perdido, Juan recebe o poder da máscara e se torna um enmascarado, pronto pra derrotar o mal na base da cotovelada atômica e do frog splash.
E aí, depois de combos e mais combos e mais horas e horas pulando entre plataformas e quebrando a cabeça com um ou outro puzzle, zerei o jogo e descobri que pra ver o final feliz , tinha que pegar 6 orbs escondidos em cantos distintos do mapa.
Vejam bem: eu não sou dos jogadores mais habilidosos. E, plus, eu me irrito MUITO fácil com jogos difíceis. E aí....
....né? E por que eu simplesmente não rage quitei? PQ É UM FUCKING LUCHADOR. Eu dava headbutts!!! frog splashs!!! diabos, eu quebrava a espinha de caveiras e demais monstros na base do suplexo alemão, sempre berrando um sonoro "SUPLEX CITY, BITCH!!!!!" ao faze-lo (e de forma tão repetida que já me peguei ouvindo a namorada - que nunca viu pro-wrestling na vida - usando a expressão mais de uma vez). Não tinha como não ficar apaixonado pelo negócio, né?
E, bom, como vcs devem ter imaginado, já que eu não gastaria todo esse tempo escrevendo isso se já tivesse deletado o jogo e quebrado o controle do meu ps3 num acesso de fúria berserk, ontem eu FINALMENTE vi o final feliz. Pode ser que pra um gamer mais experiente, nem fosse tão difícil assim passar as fases mais cascudas de Guacamelee. Mas eu? Com a coordenação motora de um hipopótamo com mal de Parkinson?? Foi tenso, ainda que insanamente divertido. E nem voi mentir, quase rolaram lágrimas quando a máscara que concedia poderes à Juan se parte (e lembremos o simbolismo disso: quando um luchador mexicano tira ou perde sua máscara em publico, ele, por tradição, jamais pode coloca-la novamente) e em troca, ele ganha seu final feliz.
One hell of a fight. Vai deixar saudades (e cicatrizes. Os calos nos meus dedos vão me assombrar por dias). :-)
Nenhum comentário:
Postar um comentário