Em seu obrigatório "The Invisibles", Grant Morrison narra uma historia que tem, entre vários outros bizarros e quase crípticos protagonistas, uma espécie de Deus que afirma que precisou se colocar na nossa dimensão pra poder evoluir, já que evolução, e mudança em si, demanda tempo e só numa linha de tempo e espaço vc pode mudar de algo para, em tese, algo melhor. É meio inevitável lembrar disso quando tratamos da vida deum dos raros casos de heróis nacionais que eu tenho (hipsterzinho desde cedo, eu era o cara que na escola, fugia na hora de cantar o hino nacional pra ficar lendo gibi. Patriotismo sempre foi um conceito estúpido pra mim). E isso pq João Francisco Benedan, nome "civil" de João Gordo, personifica a própria idéia de mudança, registrada de forma publica, inclusive: do ícone punk dos anos 80, quando assumiu os vocais do Ratos de Porão, passando pela persona mais "user friendly" que apresentava programas na MTV (e num dos momentos mais insossos da Music Television BR, seu programa, o "Gordo freak show" era um oásis de subversão) até o pai de família atual, apresentador do "Eletrogordo" e do "Panelaço", programa de entrevista e culinária vegana. João se aliou a outro de meus heróis, André Barcinski, pra escrever sua biografia, "Viva la vida tosca", com lançamento previsto pro dia 23 desse mês pela Darkside books.
"Obrigatório" é um termo cujo uso tento realizar de forma mais controlada pq, convenhamos, se tudo for "obrigatório", isso significa que, de fato, nada o é. Mas eu tenho que fazer uso do adjetivo: Livro OBRIGATÓRIO pra quem quer ver uma das figuras mais fascinantes da cultura pop nacional falando sobre seu épico e lisérgico passado.... Num momento em que qualquer imbecil com uma câmera ganha fama e qualquer acontecimento ganha adjetivos como "épico" ou "mito", é legal ver um dos protagonistas do underground brasileiro ganhando seu justo reconhecimento.
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