Okay....se os senhores olharem na coluna ao lado, vão ver que, entre links legais, selos bonitinhos e coisas do tipo, tem um endereço de e-mail, certo? É o e-mail do blog.
groselharocks666@gmail.com.
Tem outro, que criei agora há pouco, pro mesmo fim, o impiosmalditos@gmail.com.
Deus sabe pq eu teria um fandom em volta desse blog, mas, pra todos os efeitos, é assim que eu vou me referir a ele quando necessário. O Nerdcast tem a legião nerd. O overloadr tem os Overloadrs. E vcs são meus impios malditos, meu adorável bando de escrotos sem Deus no coração.
Podem usar ambos sem medo pra pedir pauta, cobrar postagem e os caralhos, okay? Okay.
E podem usar tb pra perguntas inconvenientes, como alguém fez ao me perguntar se eu iria resenhar a temporada mais recente de Doctor Who como fazia com as anteriores.
A resposta?
Não.
Eu vou resenhar a season 10, mas não vou fazer o mesmo com a season 11 não. e isso pq...... hã.... eu não gostei da ultima temporada.
É. Alguns raros bons momentos isolados, mas no geral?
É. Alguns raros bons momentos isolados, mas no geral?
Piora.
Eu acho, sinceramente, a pior temporada da série moderna e a pior de todas desde "The trial of the timelord", pau a pau com aquele arco de episódios estrelado pelo 6th Doctor. Quase pior, na moral, pq, assim, quando o arco acima citado era ruim, ele era ruim. Quando ele era bom, era bacana. Já com a season 11, ela oscilou entre o okay e o completamente esquecível com uma rapidez meio impressionante.
Não que não tenha seus destaques. "Demons of the punjab" é lindo, aliás, MUITO melhor e mais eficiente na mensagem que passa do que "Rosa", o que é meio criminoso, se quiserem minha opinião, considerando a seriedade e o peso da trama protagonizada por Rosa Parks. E a temporada tem pelo menos UM episódio antológico, de entrar nesses dvds de "melhores de todos os tempos": "It takes you away", pra mim, o momento que introduz em definitivo a 13th Doctor no cânone do personagem e onde ela atinge seu pleno potencial.
Mas de resto, temos episódios BEM meh, com alguns deles não sendo só preguiçosos mas tb moralmente questionáveis.
Mas de resto, temos episódios BEM meh, com alguns deles não sendo só preguiçosos mas tb moralmente questionáveis.
Eu já disse que "Punjab" funciona melhor que "Rosa" e isso ocorre pq ambos retratam a 13th como alguém disposta ao sacrifício supremo para a personagem: não fazer nada. Em ambos, a "ação" da Timelady é passiva, ter que se refrear de agir em uma situação ao invés de fazer o que sempre faz, se meter de cabeça, agir aqui e ali e salvar o dia.
E nada de errado nisso. É até histórico: uma das críticas feitas de vez em sempre ao 5th doctor era o quanto ele era passivo e distante em algumas ocasiões. Mas "Punjab" constrói isso melhor, simples assim (e em defesa do quinto doutor: seu período na série marca o início da fase desconstrutivista e auto crítica de DW, em que a série começa a se perguntar se o multiverso realmente precisa da presença do timelord de Gallifrey). Em "Rosa", o protagonismo da figura histórica que batiza o ep. é meio diminuído quando pensamos no papel da Doctor e sua trupe naquele contexto. E, na moral, ela ter desconsiderando COMPLETAMENTE que a presença dela e de sua entourage naquele ônibus iria afetar o decorrer dos eventos é só um exemplo de roteiro preguiçoso, tentando criar conflito onde não precisava.
Como alguém disse num podcast em que ouvi, o ep. poderia acabar com eles fora do veículo, olhando a distância e estaria tudo bem. Sabemos o que veio depois de Rosa Parks ter entrado nele. É como o Pablo Villaça disse em seu review do filme do Lincoln dirigido pelo Spíelberg: o filme poderia acabar com o personagem indo para o teatro, na cena dele na contra-luz e estaria perfeito. Sabemos o que ocorre depois. Mas não, seguem-se momentos intermináveis mostrando o tiro recebido por John Wilkes Booth e sua morte, só pra criar tensão e arrancar lágrimas do público. Sacrifica-se sutileza por um melodrama desnecessário. Eu vivo dizendo que não aproveitam tanto isso do "espaço vazio" tanto quanto deveriam.
Como alguém disse num podcast em que ouvi, o ep. poderia acabar com eles fora do veículo, olhando a distância e estaria tudo bem. Sabemos o que veio depois de Rosa Parks ter entrado nele. É como o Pablo Villaça disse em seu review do filme do Lincoln dirigido pelo Spíelberg: o filme poderia acabar com o personagem indo para o teatro, na cena dele na contra-luz e estaria perfeito. Sabemos o que ocorre depois. Mas não, seguem-se momentos intermináveis mostrando o tiro recebido por John Wilkes Booth e sua morte, só pra criar tensão e arrancar lágrimas do público. Sacrifica-se sutileza por um melodrama desnecessário. Eu vivo dizendo que não aproveitam tanto isso do "espaço vazio" tanto quanto deveriam.
Vejam bem: num episódio em que vemos uma versão cósmica da Amazon, onde temos o levante de operários contra um sistema opressor e onde a empresa se "redime" dando 6 semanas de férias pros funcionários, "com quatro delas remuneradas", ouvir a Doctor dizer que "não existe sistema ruim. Ruim é o que fazemos deles" cortou na minha carne.
CARALHO, COMO ASSIM. Menos de UMA temporada anterior, quando perguntado sobre um dos males cósmicos, o 12th mandou sem dó: "CAPITALISMO".
They’re not your rescuers. They’re your replacements. The endpoint of capitalism. Bottom line. Where human life has no value at all. We’re fighting an algorithm. A spreadsheet. Like every worker everywhere, we’re fighting the suits!
They’re not your rescuers. They’re your replacements. The endpoint of capitalism. Bottom line. Where human life has no value at all. We’re fighting an algorithm. A spreadsheet. Like every worker everywhere, we’re fighting the suits!
Vc está me dizendo que a Doctor, a personagem que derruba governos estabelecidos antes do café, que não tem medo de destruir o status quo de planetas inteiros quando confrontado com a injustiça inerente destes, ESSE PERSONAGEM acha que não tem nada de estruturalmente errado no capitalismo, que o problema é o que indivíduos fazem nele?
Fuck you.
NO, NO, SERIOUSLY, FUCK. YOU.
E me dói no coração apontar isso pq eu queria pra caralho gostar dessa temporada. Antes que qualquer floquinho de neve SJW lacrante, já fazendo alongamento nos dedos, venha com comentários e e-mails raivosos cheios de termos como "machista", "misógino" e "toxicidade", já me adianto que a ÚNICA coisa que eu gostei da temporada foi.....A Doctor. Adorei a idéia de uma mulher no papel. Tinha minhas preferências, um monte de outras atrizes britânicas
- e pelo menos uma americana -
que queria ver no papel. Mas não fiquei incomodado de maneira nenhuma com a escolha de Jodie Whitaker. Fiquei sim com a quantidade de tempo que botam ela sorrindo por razão nenhuma na série, coisa que não faziam com as versões anteriores do personagem mas este sou eu e meu coração amargo. E afinal, isso não é culpa dela e sim de quem a dirige e do roteiro e é AÍ que a coisa pega. Podemos ir para meu principal problema com essa temporada.
- e pelo menos uma americana -
que queria ver no papel. Mas não fiquei incomodado de maneira nenhuma com a escolha de Jodie Whitaker. Fiquei sim com a quantidade de tempo que botam ela sorrindo por razão nenhuma na série, coisa que não faziam com as versões anteriores do personagem mas este sou eu e meu coração amargo. E afinal, isso não é culpa dela e sim de quem a dirige e do roteiro e é AÍ que a coisa pega. Podemos ir para meu principal problema com essa temporada.
Chris Chibnall. Eu disse várias vezes: o material prévio dele na série é okay. "The power of three" é um episódio okay. "Dinosaurs in a spaceship" é adorável, apesar de eu saber que existem críticas à representação do vilão do ep., e acusações de certos estereótipos associados ao anti-semitismo em sua construção. Enfim, aventuras nada notáveis, mas que entretêm.
Conheço quase nada do seu trabalho fora do universo whovian. "Broadchurch" é uma série que eu não passei da metade da season 1.
Num geral? A perspectiva dele como showrunner não me empolgava muito e, já tendo visto a primeira temporada com ele no comando, posso dizer...
Num geral? A perspectiva dele como showrunner não me empolgava muito e, já tendo visto a primeira temporada com ele no comando, posso dizer...
Eu avisei.
Os dois episódios que eu mais gostei da temporada, incluindo aquele que considero o ep. definitivo da 13th, não tem roteiro dele. Dos 3 que eu menos gostei, dois deles tem assinatura do showrunner (Rosa e o season finale, "The battle of ranskoor av kolos". O terceiro sendo "Arachnids in the uk", um dos mais poderosos soníferos que já encontrei em tempos recentes). Eu dizia achar que não tinha como ele escrever algo da grandiosidade de "Turn left" ou "Midnight", pra ficarmos na fase de RTD ou algo com o brilhantismo de "Blink", "Listen" e "Heaven Sent", já na fase de Moffat.
E boy, oh, boy, eu estava certo.
Fora que, e um monte de gente já levantou esse ponto (uma delas é a Elizabeth Sandifer, criadora do blog Tardis eruditorium e uma mulher trans, portanto, com mais "lugar de fala" a esse respeito que eu), mas é incrível como, no momento político em que estamos e com o elenco mais diverso da história do show - e com o programa no seu pico de audiência e com um budget que botaria lágrimas nos olhos dos showrunners anteriores, que tinham que tirar leite de pedra em termos de custos de produção - , narrativamente, Doctor who - a série - tenha tido seu momento mais conservador desde........ na real? EVER.
Justiça seja feita, ainda não tive coragem, saco e/ou ânimo pra ver o especial de natal ano novo da série, mas....
É isso, crianças. Não vai ter resenha ep. a ep. simplesmente pq eu não quero ter que rever a imensa maioria dos eps. da season 11 outra vez e minha memória deles não é boa o suficiente pra eu fazer textos e mais textos só de cabeça, sem múltiplas revisões pra caçar detalhes perdidos.
Já me comprometo, no entanto, a resenhar os da season 12, mas estes, só em 2020. O que pode não ser tão ruim assim, considerando tudo.
Respondido?
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