sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

"Existem coisas piores que a morte"


Ainda não tive a chance de ver o Nosferatu do Robert Eggers e obviamente sigo mega ansioso para fazê-lo. Isso posto, é preciso que se diga que ele vai ter que comer muito arroz com feijão sangue para superar minha versão favorita da história do conde Orlok.

Todo respeito ao maravilhoso filme original (de 1922), mas poucas coisas me impactaram mais que a versão de Nosferatu feita em 1979 (ano em que eu nasci) por Werner Herzog e com seus parceiros de crime habituais, Klaus Kinski (em uma interpretação maior que a vida e a morte) e Isabelle Adjani (como a real força motora do longa).

Vocês sabem que eu sou uma vadia pra filmes atmosféricos e o clima de morte onipresente nesse longa é algo absurdo, em uma perfeita coordenação de cinematografia (que filme lindo visualmente falando), trilha sonora e demais partes que se coordenam para uma experiência ao mesmo tempo macabra e fascinante, como um pesadelo em que tu sabes o final, mas você já desceu fundo demais e sabe que não tem mais volta. 

Enquanto Adjani é a única pessoa ali com um cérebro funcional e tenta deter os planos do vampiro, Kinski constrói a figura do conde como alguém ao mesmo tempo trágico e asqueroso (e com uns leves toques de humor. As risadas nervosas que eu dei ao ver o conde correndo pela cidade carregando o próprio caixão só acentuam o terror da situação).

Mas claro que esse filme vai ser lembrado pela cena do banquete ao final, onde, em meio a milhares de ratos, a aristocracia local, cientes que que também sucumbirão diante da peste negra, só decidem tocar o foda-se e vão jantar nas ruas.

"Carpe diem", eu imagino.

Pra alguém que viu, na rua de casa, um albergue que também funcionava como casa de show, abrindo bem no olho do furacão da pandemia, quando ainda nem se pensava em vacina e as pessoas morriam feito moscas, essa cena bate de um jeito muito esquisito, tipo "não aprendemos nada, nem lá, nem aqui".



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

"Reach down and touch faith..."


Começando os trabalhos do blog em 2025 da forma certa: um melhores shows que já vi na vida, ali do lado com o clássico "Trilogy" do The Cure ou do "Demon Days live". Nunca fui muito de aglomerações, então meu lugar favorito pra assistir shows é aqui no conforto do meu quartinho.

Anyways, "Touring the Angel", show parte da turnê de 2005/06 do Depeche Mode, uma daquelas bandas que são parte integrante da minha vida desde que me descobri fã de música triste, sexy e cheia de efeitinhos eletrônicos.

De lá pra cá, muita água já passou por debaixo dessa ponte, com inclusive a banda perdendo infelizmente um de seus membros, Andy Fletcher, que morreu em 2022 e um cd que vem depois da partida dele e onde os dois terços restantes da banda (Dave Gahan e Martin Gore) tentam capturar um pouco da energia do luto resultante (e o fazem de forma maravilhosa, vale mencionar).

Enfim, um momento mágico, com a banda afiadíssima e um público em êxtase quase religioso, resultando em uma experiência que só pode ser descrita, com a devida justiça, como "mágicka".