sexta-feira, 14 de março de 2025

Em rumo a Laugh Tale...


Finalmente aconteceu. Levou 20 anos, mas aconteceu.

Estou em dia com One Piece. Mais de 1140 capítulos lidos.

E que jornada. Preciso tirar um dia pra brisar sobre a série, mas rapaz, quem diria, quando começamos lá atrás, com Luffy peitando um maluco com cara de palhaço que, mais de duas décadas depois, a gente estaria aqui.

Eu preciso desenvolver essa idéia com a devida calma, mas vou jogar aqui que eu acho que One Piece seja a obra de ficção mais importante dos últimos 70 anos, podendo ser colocada lado a lado com a galáxia de Star Wars e a Terra Média de Tolkien, com o mesmo nível de worldbuilding e complexidade.

O mundo de One Piece é orgânico, vivo e reativo, não apenas existindo nos momentos em que vemos a tripulação do Thousand Sunny. Eventos se interconectam de uma forma complexa, com pequenos eventos de coadjuvantes afetando o dia a dia de personagens centrais. Tudo isso numa escala que é típica de um mangá shonen, ainda que de forma disfarçada. Luffy começa peitando criminosos e daí vai só escalonando. Milicianos, militares, grande burgueses, a polícia e o estado em si, deus e o demônio, tudo isso em uma história em que o personagem mais importante pro desenrolar da trama não é um dos porradeiros mas uma historiadora. 

Sério, só queria comentar esse meu marco pessoal por aqui... E não, não esqueci que eu já planejei reler a série inteira e escrever sobre a jornada por aqui. Deve rolar, mais cedo ou mais tarde. 

Ou mais cedo...  


Provavelmente mais cedo. :-)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

WWE 2k25: we're SO fucking back


Pra alguns, é Lol.

Outros, são viciados em FIFA.

No meu caso, são os jogos da WWE da 2k.

Sério, eu devo ter alguns milhares de horas gastos jogando esses games.

Meu primeiro contato foi o wwe 2k15 pra ps3, comprado pq eu queria o ultimo jogo do tipo a ter no roster de personagens jogáveis Jeff Hardy e CM Punk. 

De lá pra cá, joguei todos até o 2020.

O 2019 foi a perfeição e eu sinceramente era incapaz de ver como evoluir o negócio.

Aí veio a edição do ano seguinte... e matérias e textos e vídeos já foram feitos sobre o retumbante fracasso que foi essa encarnação do jogo. A primeira sem a Yuke's, produtora de games de wrestling da WWE desde que o universo era jovem (sério, a parceria entre as duas empresas começa em 2000). Os responsáveis decidiram ser ambiciosos e mudar a jogabilidade (os controles permaneciam os mesmos desde 2012, se não me engano), tentando redirecionar a nova fase desses jogos, deixando de serem simuladores de wrestling para uma coisa com mentalidade mais arcade envolvendo combinação de botões, combos, etc.

Sério, foi um fiasco histórico. Não apenas pelos novos controles, mas por bugs e mais bugs. Sério, procurem no youtube alguns vídeos coletando todos os bugs do wwe 2k20. Mesmo o wwe 2k19 não era perfeito, com um ou outro bugzinho menor rolando aqui e ali, mas nada que quebrava o jogo inteiro como foi na versão seguinte.

Novamente, histórico. Não pelas razões certas.

Rolou pedido de desculpas oficial e um hiato maior para a produção de novas versões do jogo. Dois anos depois veio o 2k22, aparentemente mais polido e agora sim, jogável.

De lá pra cá, o jogo vem sofrendo mudanças, inclusive na jogabilidade que, pra agradar os fãs, tentou achar um meio termo entre os controles clássicos e os novos.

Final do ano passado tinha uma daquelas promoções absurdas na ps store e decidi pegar o wwe 2k24 pq o roster tava insano. Walter, Dragunov, Punk, Terry Funk, Dudley Boyz.

O modo creator do jogo, tava bem mais refinado, permitindo aos usuários customizarem seus jogadores, podendo replicar lutadores de outras promotions e criarem dream matches impossíveis.

Resultado: I'm back. Já acostumei com os novos controles e o resto é memória muscular dos anos e anos (e anos e anos) jogando as versões anteriores. Já terminei o modo Showcase, que coloca o jogador na posição de recriar alguns momentos clássicos das mais de 4 décadas do Wrestlemania, maior evento de wrestling da WWE (e do mundo).

Os modos career (onde criamos um wrestler do zero e seguimos em uma história com começo, meio e fim) são mega divertidos. E até o my faction (Uma espécie de mini game de cartas, coisa da qual sempre tive ranço) é divertidinho.

E aí, dia 28 passado, surgiram as primeiras notícias oficiais da versão desse ano. Primeiramente, underground matches.

Pra mim, uma das maiores graças do 2k24 é a presença de casket matches e ambulance matches (lutas que terminam quando você, respectivamente, encerra seu oponente em um caixão ou em uma ambulância. O nome é bem auto explicativo :-)...). Mas underground matches...okay... (lutas sem ringue, onde o objetivo é malhar o coleguinha na porrada até ele desmair ou desistir. Dá um ar mais realista pra coisa).

Além disso, o retorno de chain wrestling. Parece um detalhe bobo, mas existe um motivo pra chain wrestling (aquele momento em que os lutadores se enfiam em chaves de braço) existir nas lutas. Pros dois no ringue, é o momento de dar um descanso e respirar entre um power move e outro. E pra gente, assistindo, é pra dar uma pausa, um momento de calma no meio da tempestade.

Esse é um ponto em que eu sempre bato: o legal da arte é a diversidade de tons. Música, por exemplo, trabalha com múltiplas notas, que se alternam em diferentes tempos. Dissonância. E dessa bagunça ordenada, surge harmonia.

Mesma coisa no pro-wrestling. E mesma coisa no jogo. Chain wrestling confere certa densidade, agrega certo elemento de realidade nas partidas, tal qual os mini-games de disputa de socos (onde os dois lutadores alternam socos até um deles cair) ou mesmo certos detalhes puramente visuais, como o pin exausto, em que depois de um finisher, seu personagem cai sem forças e vc tem que guia-lo até o corpo do oponente pra tentar a vitória. Ou a forma como os personagens vão ficando mais suados e lentos conforme a partida avança. Novamente, detalhezinhos que vão conferindo gravitas pra quem tá jogando e eu fico feliz que os responsáveis pelo jogo tenham entendido a importância deles a ponto de colocarem eles no produto final (ou recuperarem de versões anteriores do joguinho).

Além de tudo isso, tem o detalhe das capas. Ser a pessoa na capa desses jogos sempre foi algo de muito prestígio entre os fãs. Randy Orton, Cm Punk, Stone Cold, John Cena (duas vezes), Brock Lesnar, Seth Rollins, AJ Styles, Rey Mysterio e Cody Rhodes já posaram pra capa de versões do jogo.

Em 2020, seria a hora de Roman Reigns aparecer na capa. Além disso, a primeira edição do jogo com uma mulher, onde ele dividiria a posição com THE MAN, Becky Lynch.

Infelizmente foi o que foi e nem essa alegria o coitado do líder do Roman Empire teve. Mas o tempo cura feridas. Muita água passou por essa ponte, Roman deixou de ser odiado pelo fandom pra ser o megastar que a WWE sempre quis que ele fosse. O sujeito foi detentor dos dois principais cinturões da promotion por mais de QUATRO ANOS. 


E agora, que parece que os games da 2k são "cool again" (algo que você pode dizer a respeito da própria WWE, inclusive), finalmente Roman pode ter seu momento ao sol e conquistar merecidamente sua posição na capa de uma edição deles.



Versões alternativas da capa ainda trazem o Undertaker, que também vai ter versão do Showcase focada em seus mais de 30 anos de carreira, além da faction liderada por Reigns e que tem sido o centro das histórias da WWE, a Bloodline, onde o Tribal Chief divide posição com seus "parceiros de crime" Solo Sikoa, Tama Tonga e Tanga Loa (os Guerrillas of Destiny), Jay e Jimmy Uso, o Samoan Werewolf Jacob Fatu, o Uce honorário Sami Zayn e, claro, o homem por trás das sombras e manager do time, Paul Heyman. 

O trailer do negócio tá lindo...


Se tiverem de fato adicionado novos elementos legais e aperfeiçoado alguns elementos da versão anterior, podemos estar diante da encarnação do game que vai ser a referência pros próximos anos da franquia. 
Fico aqui no aguardo. 
Falo mais conforme forem saindo novidades e, claro, quando finalmente colocar minhas patas ursídeas no jogo de fato.

#Too Sweet.

Biblioteca de Zines.


 

Acho que não vai ser surpresa pra ninguém a afirmação de que eu sempre vi esse blog como uma espécie de zine virtual. 

Quadrinhos são o centro que mantém tudo orbitando, mas eu nunca me acanhei de falar sobre tudo que eu gosto, sejam filmes, música, games ou demais temas. Ou mesmo quando eu quero meus momentos "querido diário".

Eu sou uma cria de revistas como a SET, Bizz, Neo Tokyo e, já adulto, a Rolling Stone. Queria ter tido mais contato com fanzines conforme crescia, mas morando em uma cidade do interior, isso ficava difícil.

Mas uma vez aqui em SP, aí o inferno é o limite. Em visitas à Ugra, minha comic shop favorita aqui de SP, minha área favorita é exatamente a de fanzines. Eu adoro a mentalidade anarco-punk de gente produzindo seus gibis, suas publicações de artigos, de poesias, etc., da forma mais crua e underground e "vai do jeito que der pra ir" o possível. 

Tem algo de muito legal na singeleza e na beleza crua desse tipo de publicação. 

Então, imaginem minha alegria quando descobri via bluesky que tem um novo site com o propósito de coletar fanzines em um grande acervo virtual e disponibiliza-los para leitura gratuita.

Não sei se é (imagino que não seja) a primeira iniciativa desse tipo na websfera brasileira, mas independente disso, é um trampo muito bem-vindo. O acervo ainda é relativamente pequeno, mas aí depende dos autores conhecerem a idéia e enviarem seus trabalhos para lá e é nesse ponto do negócio que esse relativamente humilde blog se insere.

Espero que o projeto engaje e consigamos, daqui a um tempo, ter zines de tudo que é canto do país por lá. 

Então, não se acanhem crianças. Pros produtores, enviem seus projetos pra biblioteca de zines. E pra gente, na função de leitores: espalhem a palavra!!!!

domingo, 2 de fevereiro de 2025

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

"Existem coisas piores que a morte"


Ainda não tive a chance de ver o Nosferatu do Robert Eggers e obviamente sigo mega ansioso para fazê-lo. Isso posto, é preciso que se diga que ele vai ter que comer muito arroz com feijão sangue para superar minha versão favorita da história do conde Orlok.

Todo respeito ao maravilhoso filme original (de 1922), mas poucas coisas me impactaram mais que a versão de Nosferatu feita em 1979 (ano em que eu nasci) por Werner Herzog e com seus parceiros de crime habituais, Klaus Kinski (em uma interpretação maior que a vida e a morte) e Isabelle Adjani (como a real força motora do longa).

Vocês sabem que eu sou uma vadia pra filmes atmosféricos e o clima de morte onipresente nesse longa é algo absurdo, em uma perfeita coordenação de cinematografia (que filme lindo visualmente falando), trilha sonora e demais partes que se coordenam para uma experiência ao mesmo tempo macabra e fascinante, como um pesadelo em que tu sabes o final, mas você já desceu fundo demais e sabe que não tem mais volta. 

Enquanto Adjani é a única pessoa ali com um cérebro funcional e tenta deter os planos do vampiro, Kinski constrói a figura do conde como alguém ao mesmo tempo trágico e asqueroso (e com uns leves toques de humor. As risadas nervosas que eu dei ao ver o conde correndo pela cidade carregando o próprio caixão só acentuam o terror da situação).

Mas claro que esse filme vai ser lembrado pela cena do banquete ao final, onde, em meio a milhares de ratos, a aristocracia local, cientes que que também sucumbirão diante da peste negra, só decidem tocar o foda-se e vão jantar nas ruas.

"Carpe diem", eu imagino.

Pra alguém que viu, na rua de casa, um albergue que também funcionava como casa de show, abrindo bem no olho do furacão da pandemia, quando ainda nem se pensava em vacina e as pessoas morriam feito moscas, essa cena bate de um jeito muito esquisito, tipo "não aprendemos nada, nem lá, nem aqui".



quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

"Reach down and touch faith..."


Começando os trabalhos do blog em 2025 da forma certa: um melhores shows que já vi na vida, ali do lado com o clássico "Trilogy" do The Cure ou do "Demon Days live". Nunca fui muito de aglomerações, então meu lugar favorito pra assistir shows é aqui no conforto do meu quartinho.

Anyways, "Touring the Angel", show parte da turnê de 2005/06 do Depeche Mode, uma daquelas bandas que são parte integrante da minha vida desde que me descobri fã de música triste, sexy e cheia de efeitinhos eletrônicos.

De lá pra cá, muita água já passou por debaixo dessa ponte, com inclusive a banda perdendo infelizmente um de seus membros, Andy Fletcher, que morreu em 2022 e um cd que vem depois da partida dele e onde os dois terços restantes da banda (Dave Gahan e Martin Gore) tentam capturar um pouco da energia do luto resultante (e o fazem de forma maravilhosa, vale mencionar).

Enfim, um momento mágico, com a banda afiadíssima e um público em êxtase quase religioso, resultando em uma experiência que só pode ser descrita, com a devida justiça, como "mágicka".