É isso, crianças, o blog acabou de novo, c'est fini, kaput, subiu no telhado.
Tenham uma boa vida, boa noite e boa sorte.
.....vão embora....... xô,,,,,, acabou....... já era....
ok, mentira, guris. O blog não acabou, eu continuo sendo seu host, Hak, o urso, e seguimos adiante nessa grande jornada rumo ao oblívio chamada vida.
Não, o titulo do post não foi uma tentativa de click bait pra atrair vcs, queridos.
então.... o ruim dessa vida de obcecado por cultura pop é que, sendo fã de obras que funcionam por meio de narrativas, vc vai precisar se preparar para aquele momento que te espera ao final de uma jornada: o fim. E fins são dolorosos, não? tornam a experiencia especial, sim, com certeza, mas deixam um vazio difícil de preencher. To dizendo isso pq bem recentemente terminei duas obras daquelas clássicas da cultura pop universal (usei essa expressão por puro habito, já que não conheço a cultura pop em outros planetas do resto do universo, salvo as danças Klingon, a música Vulcana e a poesia Vogon):
Primeiramente, já há algumas semanas, encerrei os 157 episódios de Twilight Zone (a original. evitem imitações e remakes). Sabendo que qualquer coisa que eu disser a respeito dessa série já foi dito, em todos os seus quase 60 anos de idade, nem voi tentar ser original: pensem numa obra grande de ficção cientifica. Qualquer uma. Provavelmente Rod Serling concebeu uma idéia parecida primeiro e a encapsulou num episódio de 25 minutos. É absolutamente incrível, insanamente bem escrita (e a imensa maioria dos episódios é assinada pelo próprio Serling, apesar dele contar com roteiristas do nível de Richard Matheson) e com um frescor que faz com que ela soe relevante meia década depois da exibição de seu episódio final.
Muita gente afirma que Twilight Zone é a melhor série já feita e eu não consigo pensar em muitos argumentos pra rebater tal idéia. Pretendo fazer um post listando meus episódios favoritos da série, então, não vou falar muito mais. Sigamos....
Segundamente, depois de pouco menos de um mês, chegou a hora de me despedir dos irmãos Edward e Alphonse Elric. Terminei o mangá de Fullmetal Alchemist e, rapaz....lembrei pq gostava tanto do anime original, que vi pela primeira vez lá pelo início dos anos 2000. Seria razoável supor que, sendo absolutamente fanático pela trama dos dois alquimistas que visam recuperar seus corpos depois de uma tentativa de transmutação humana que os mutilou, eu já tivesse consumido fanaticamente os gibis que deram origem ao anime, mas eis que surge aqui uma pequena peculiaridade: eu tinha medo de não gostar do mangá.
Pra quem não manja, o primeiro anime de FMA, foi lançado concomitantemente ao mangá. O problema é que os capítulos animados alcançaram o material publicado, o que é uma ocorrência normal na industria de animação japonesa. Pra não parar a série, resolveram desenvolver uma nova trama, os infames fillers, que, em tese, servem pra enrolar a trama e esticar sua duração até que novos capítulos do mangá sejam lançados.
Sabe-se lá Deus pq, decidiram na época que a trama dos fillers de FMA seguiria independente do mangá, o que, em tese, considerando a média da qualidade dos episódios fillers de outras séries que passavam pelo mesmo problema, seria algo para preocupar os fãs da série........não fosse o fato de que os tais episódios eram absurdamente bons. Mas sério, ABSURDAMENTE bons. A série acabou, foi feito um longa animado que encerra a história, tb filler e tb incrível, e esse seria o final da história de Ed e Al.......
Mas, quiseram os deuses que um novo anime, agora totalmente baseado no mangá (já encerrado na época de sua produção) fosse criado e.........eu fiz birra.
Admito.
Pq, vejam bem...... eu não sei se eu fui claro o suficiente, mas eu absolutamente adoro o final do primeiro anime de FMA e fiquei honestamente com medo de que o final MESMO, criado pela autora Hiromu Arakawa, não fosse corresponder a expectativa, ou mesmo conspurcar a lembrança que eu tenho da conclusão apresentada no longa "Into Shamballa".
"E ai, tio Hak?"
então.....o mangá é melhor. pronto, eu admito. Fui lendo devagarzinho, conforme me aproximava do final (o que foi bem difícil já que o ritmo do mangá e a tensão criadas são absolutamente viciantes), a sombra de um "final feliz" sob o ombro e, devo dizer, a história é incrível. Tudo que eu amava no anime original funciona ainda melhor no mangá. O tom de tragédia é ainda maior, assim como a escala e os riscos da história (sem spoilar demais, digamos que tudo gira em torno do dilema fundamental de "Deus criou o homem. O homem se torna igual a Deus. O Homem mata Deus?").
Os personagens coadjuvantes que eu já adorava, como Liza Hawkeye, Roy Mustang, Izumi Curtis e seu marido Sig, Scar e Alex mothafucking Louis Armstrong são ainda mais bem desenvolvidos.
Os originais do mangá que não apareceram no primeiro anime como Olivier Armstrong, Ling Yao, May Chang e seu mini panda, Xiao Mei, são tão tão apaixonantes quando os que já conhecia, além de absolutamente fundamentais pra trama (não consigo imaginar como os fãs do mangá reagiram aos rumos que a animação apócrifa tomou). Arakawa tem absoluto domínio da história que ela está contando e, cáspite, como eu gosto das sutilezas e da forma absolutamente sofisticada que ela controla o roteiro.
Coisas como a cena em que estamos absolutamente tensos sem saber se uma cidade foi ou não completamente aniquilada e a primeira coisa que a autora mostra pra nos dizer que está tudo bem é a imagem de um bebê chorando. Ou mesmo a cena a seguir (desculpem o spoiler, mas)
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Cuidado com o que desejam, crianças |
Eu morro de vontade de ler algum texto falando sobre o quão calcado na alquimia "real" o mangá é já que eu fiquei, o tempo todo que lia, com a impressão de que, por não entender nada da história dessa "fringe-science", por falta de um termo melhor, acabava perdendo nuances da trama e de seus símbolos. Independentemente disso, no entanto, é uma puta história e eu não poderia ser mais enfático ao recomendar a leitura desse mangá a toda e qualquer pessoa lendo este post.
E plus: o final feliz tb é tão econômico e sutil quanto o resto do mangá. (e, jesus amado, como é legal uma HQ japonesa sem fanservice. Não aparece UMA personagem feminina de trajes menores e a unica cena de nudez - masculina, em uma circunstancia muito unica do mangá - é absolutamente pertinentes pra história).
Lei da troca equivalente. Ou: rei morto, rei posto.
Twilight Zone e Fullmetal alchemist, acabaram..... MAS....já estou caçando outro seriado cult pra explorar. AND, plus, comecei a ler "20th Century Boys"mangá de Naoki Urasawa.
Falo mais conforme for avançando.
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