Vcs não tem idéia do quão nervoso eu estava em publicar a parte final desse artigo. Minhas razões pra isso: esse post tem dois anos de idade. Eu escrevi uma noite, lá pelos idos de 2014, enquanto ainda estava morando sozinho na pensão perto de casa, ao som de Klaxons e sob efeito de copos e copos de conhaque vagabundo. Fui eu tentando escrever um post bebado e falhando miseravelmente. Bukowski teria vergonha de mim. Enfim.
O resultado dessa trip lisérgica obviamente ficou abaixo de qualquer crítica e eu deletei e recomecei do zero.
O resultado, salvo alguma edição aqui e ali, é o que vcs tem aqui publicado. Vejam bem: eu não fiquei lapidando o texto por dois anos. Escrevi o negócio, então veio o longo hiato do blog e quando voltei, revi o rascunho ali, me olhando de volta. Decidi que havia gasto tempo e energia demais escrevendo o negócio pra deixa-lo mofando ali.
Provavelmente é o texto mais ambicioso que já escrevi, o que prova, definitivamente, que ambição não é o meu forte. Seriously: eu estou tentando parecer cool, mas tem uma vozinha dentro da minha cabeça me dizendo que aquilo ficou sofrível, que deveria ter sido deletado e jamais visto por olhos humanos e que qualquer pessoa lendo-o jamais voltará a clicar nesse blog. (espero estar errado quanto a este ultimo, pelo menos).
Passados dois anos, o cenário das hqs americanas mudou positivamente, enquanto o dos animes vem dando vislumbres de transformações, ainda muito raros. O "sense of wonder" ou como eu gosto de chamar, "new pop" (o termo não é de minha autoria, obvio) virou regra nos gibis da Marvel, tendo como marco inicial o lançamento da revista da Ms. Marvel. Como sempre ocorre, o sucesso do título protagonizado por Kamala Khan deu a tônica de alguns dos lançamentos futuros, tanto na Marvel quanto na DC e hoje temos vários quadrinhos que abraçaram o new pop, ainda que, em alguns casos mais que outros, um pouco do tom desconstrutivista vindo dos 80. Martian Manhunter, Spider Gwen, Grayson, Midnighter, Dr. Fate, Squirrel Girl. Diabos, há alguns meses, os Vingadores estavam saindo na porrada com Cthulhu. How awesome is that?
Com relação a industria de animação e quadrinhos japoneses, fica mais complicado comentar já que, de lá pra cá, tenho acompanhado bem pouca coisa e estou ultimamente mais focado em ir atrás dos clássicos. Hoje, os mangás mais bem sucedidos (e digo isso só de ouvido mesmo, já que não acompanho os charts e listas de mais vendidos no mercado editorial japonês) são coisas como One Punch Man e Jojo que, me parecem (corrijam-me se eu estiver errado), apesar de usarem idéias tradicionais, reinventam e subvertem os mesmos, não sendo puramente material pro nicho dos otakus. One Piece segue firme e forte e, salvo alguns tropeços, a Shonen Jump continua a Shonen Jump.
Interessante ver como, aparentemente, Anno e Morrison parecem ter rido por ultimo.
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