quinta-feira, 19 de abril de 2018

É um pássaro? É um avião? - Action Comics #1000 (agora é de verdade :-) ....)




okay, okay, apesar de ter usado a capa do gibi do Superman que saiu ontem como despiste no post anterior, eu não vou deixar de comentar sobre. Como poderia? Meu super herói favorito e o mais famoso do planeta (chupa, bat-fandom). E 1000 edições? Well...voi dizer que fui atrás dessa hq com uma sensação meio agridoce. Pq sim, é um momento histórico, lapidar. Tem um monte de gente fodona escrevendo/desenhando. Resgata o calção vermelho, que eu sempre achei charmoso no visual do personagem.

.....mas como nem tudo são flores, tb é a pedra fundamental da era de Brian Michael Bendis nos roteiros do primeiro super herói da terra. 

Bendis

....oh boy....

Mas vamos por partes, comentando história por história, okay? Todo mundo de acordo? 

Perfecto!!!! 

"From the city that has everything" (roteiro e arte de Dan Jurgens): Eu cresci nos anos 90, então, posso dizer que não nutro muito carinho pela fase de Dan Jurgens nos roteiros do Superman. No geral, foi bem divertido no que tange aos momentos imediatamente pré, durante e pós "a morte do super-homem" mas eu sempre lembro do antes, daquela fase do Lex Luthor Jr. e seu twist que forçava a suspensão de descrença até o limite (e estamos falando da suspensão de descrença do meu adolescente de 15, 16 anos, lendo as aventuras de um cara que voa e congela coisas com o sopro). ISSO POSTO... uma coisa que nunca pude acusar Jurgens é de não entender a essência do homem de aço, o que faz o personagem funcionar. E isso vaza aos baldes nesse gibi. Uma história bem simpática sobre esperança



"Never ending battle" (roteiro de Peter Tomasi e arte de Patrick Gleason): pqp.....pqp..... Tomasi vai fazer TANTA falta nesse gibi. O cara é um dos melhores do mundo e um dos mais subestimados. O escritor chegou, depois de uma passagem com altos e baixos do Morrison e uma fase bem bacana com argumentos de Greg Pak, e entregou tramas absolutamente memoráveis numa das melhores fases do título de que me lembro - e como os senhores leram no paragrafo imediatamente anterior, eu estou nesse barco já faz um bom tempo). Tanto nesse título quanto em Super sons, a época de Peter Tomasi regendo os quadrinhos da super família vão ficar pra história como uma das mais consistentemente boas. E pra um personagem de 80 anos de estrada, isso não é pouco.
Anyway, uma PUTA história celebrando toda a história da criação suprema de Siegel e Shuster, com arte absolutamente linda.

Serião, tragam o Tomasi de volta.



"An enemy within" (roteiro de Marv Wolfman e arte de Curt Swan): Primeira das histórias com ar vintage do especial. Bem bacana, uma celebração de metrópolis, assim como no conto de Jurgens que abre a revista
"The Game" (roteiro de Paul Levitz e arte de Neal Adams): Vintage tb, mas essa é só meh.



"The car" (roteiro de Geoff Johns e Richard Donner e arte de Oliver Coipel): Okay, que PUTA história legal. Os desenhos do Coipel são incríveis e o roteiro explora um elemento ao mesmo tempo minúsculo e gigantesco das 8 décadas de história do ultimo filho de Krypton. Johns tem acertos na mesma proporção que erros em sua história na DC, mas essa história é facilmente um dos pontos altos do gibi. Fora que tem um painel, não é nem de página inteira, que, junto a primeira página de all star superman, é a melhor imagem de introdução do herói que já vi na vida.



"The fifth season" (roteiro de Scott Snyder e arte de Rafael Albuquerque): Gosto desses momentos intimistas em histórias de super herói. O que deveria ser uma batalha épica vira um momento de reminiscência entre dois homens marcados por um passado em comum.
"Of Tomorrow" (roteiro de Tom King  e arte de Clay Mann): Tom King é foda.
Cara, na ausência de Grant Morrison, King incorpora o caoísta escocês e faz uma história que poderia ser facilmente um epílogo de DC 1.000.000 ou da já citada All Star Superman. Kal-El em uma história elegíaca para seus pais, às portas do fim do planeta que ele chamou de lar. Outro momento, assim como em "the car", em que admito ter chorado lendo AC #1000. Um momento tão pequeno e íntimo mas transformado em algo tão apocalíptico e larger than life. Absolutamente sublime.



"Five minutes" (roteiro de Louise Simonson e arte de Jerry Ordway): História okay com desenhos fodas.
"Action land" (roteiro de Paul Dini e arte de José Luiz García-López): Idem à anterior.
"Faster than a speeding bullet" (roteiro de Brad Meltzer e arte de John Cassaday): Uma trama toda girando em torno de uma das frases icônicas de apresentação do filho de Jor-el. "Mais rápido que uma bala" indeed. Me lembrou um conto curtinho de David Foster Wallace (acho que é, se minha memória não me trai, do "breves entrevistas com homens hediondos") que, em 3 páginas, ele descreve um segundo, estático, de um homem à beira da piscina, e a sensação é igual, em que somos sobrecarregados com a imensidão de eventos ocorrendo em um mísero segundo. E Cassaday é foda, né? Se era pra realmente, uma história que deveria transmitir toda a energia cinética de um semideus rápido feito pensamentos, ele foi a escolha certa.
"The Truth" (roteiro de......*suspiro desanimado*.... Brian Michael Bendis e arte de Jim Lee):

vcs tão aqui só pra me ver babando bílis enquanto falo dessa história, não é? Seus putos.

Bom..... me lembrou o começo da JLA, imediatamente depois do NEW 52. E isso não é bom. História meh, um cliffhanger vagabundo e a promessa de um retcon que pode ser o primeiro de vários e Tomasi não está mais no título e Bendis indo pra DC foi vendido como a segunda vinda de Cristo o que só prova quão pouca gente comentando notícia de quadrinhos efetivamente LÊ gibis pq se fosse esse o caso, estariam tão desanimados e descrentes e cientes de que o universo não faz sentido e Deus não existe e que estamos sozinhos na escuridão espacial quanto eu. O que talvez seja exatamente a intenção da DC ao contratar o homem (não a única, óbvio): trazer de volta gente que não lê as revistas, só pelo impacto do nome do autor de Powers e Jessica Jones estar indo pra DC. Ótimo.
Maravilha.
Hooray.
Parabéns aos envolvidos.
Mas vamos ver quanto essa miséria dura. Enfim, não matando ou retconnando o Jon, filho do Clark e da Lois, da cronologia oficial, já vou me considerar no lucro...

Mas sério, só pensar no Bendis regendo o futuro do personagem já faz minha gastrite atacar. Que o pai celestial nos proteja.



No geral, uma hq muito boa, respeitando o passado do Superman e o celebrando, em tudo que ele tem de relacionável pra gente e, ao mesmo tempo, de épico e grandioso, tudo de humano e super humano, enquanto redefine os parâmetros de seu futuro próximo. (gastrite....gastrite.... >_____<)

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