segunda-feira, 23 de maio de 2016

"I am Santa Claus": Papai Noel é coisa séria!!!!


Normalmente, eu odeio filmes de Natal e suas táticas fáceis pra extrair emoções do público. Principalmente tendo vindo de uma família em que as comemorações da data geralmente me traziam mais momentos de constrangimento do que lembranças que mereçam ser revisitadas. 
Pior ainda: filmes de natal fora de época. Uma das minhas lembranças mais traumáticas foi uma viagem SP-RJ de torturantes seis horas tendo como "companhia" a exibição de "Meu papai é Noel 2". Tim Allen. Em Julho. E dublado. 
Isso posto, já há alguns anos, minha relação com a data festiva vem mudando pra melhor. Já me permito certa ansiedade com a proximidade da data. preparar os enfeites, arrumar a árvore de natal. 
E claro, toda a imagética envolvendo o bom velhinho. Mas não foi nada disso, inutilizando esse preambulo (sorry, guys) que me trouxe até esse filme.
E tb não foi o nome de Morgan Spurlock no topo do poster, apesar dele ter me feito levantar a sobrancelha em sinal de curiosidade (mas spoiler alert: o nome é só pra chamar a atenção. A direção é de Tommy Avallone)
O que me chamou a atenção foi o rosto no poster.
Mick. fucking. Foley. Pros não fãs de luta livre, Mick Foley é meu lutador da WWE favorito. O cara é uma força da natureza aparentemente imune à dor. Criador do Dude love, do sinistríssimo Mankind e do hillbilly from hell Cactus Jack, o lutador protagonizou algumas das cenas mais grotescas da história do pro-wrestling americano, acompanhado de seu companion, o Mr. Socko, seu saco de tachinhas e seu bastão de baseball coberto de arame farpado (chupa, Walking Dead!!!!). 

Foley em combate com Undertaker. Aquilo no nariz dele? É um dos seus DENTES!!!!!
Cactus Jack ensinando o conceito de "dor" para Edge. Sim, são tachinhas. 
Não é, portanto, dono do rosto que vai aparecer mais intensamente quando penso na personificação dos valores natalinos.
E, exatamente por isso, por te pegar de guarda baixa, que o filme funciona tão bem.



A expressão aqui é heart warming. O filme vai te deixar com o coração quentinho ao seu término.
Não que a estrada até o final da obra não tenha seus obstáculos: o filme narra um ano na vida de 5 Papais Noeis profissionais, sua preparação para assumir o manto vermelho com a proximidade do final do ano, suas vidas "civis" e as dificuldades cotidianas. Vemos Santa Russel Spice e sua dificuldade em conseguir emprego, Santa Jim Stevenson, o Papai Noel abertamente gay e ícone dentro da comunidade "bear" da região em que mora, 3 vezes campão do título de "Mr. Texas Bear Round up". Santa Frank Pascuzzi, o mais jovem dentre os protagonistas do filme, chef de cozinha em formação e tão comprometido com o  "legado" que carrega que está tentando mudar legalmente seu nome para Santa Claus. Santa Bob Gerard, agente imobiliário, cantor de coral e, entre um natal e outro, ajudante de coelhinhos da páscoa.
E o rookie do grupo, Santa Mick Foley (que tb foi um dos produtores do filme), fazendo um intensivão pra aprender as manhas enquanto se prepara para oficialmente se tornar um papai noel profissional pela primeira vez. 


Cinco figuras que sofrem, choram, sangram (literalmente e em quantidades assustadoras, no caso de Foley) e tem seus percalços e defeitos (Spice, por exemplo, tem dificuldades em aceitar o fato de que o presidente do sindicato oficial de papais noeis é, nas horas vagas, um praticamente de swing. O diálogo entre ele e Pascuzzi, que tenta abrir seus horizontes, é um dos meus momentos favoritos do filme).

Jim (meu papai noel favorito do filme) e o namorado, Alex. 
Acabei "I am Santa Claus" com a certeza de que não há nada nele que eu não goste. Torci por um final feliz pra todos os envolvidos (se eles conseguem ou não, só vendo o filme) e terminei percebendo que, ao contrário do que eu pensava, não foi o Hulk do Peter David ou o Batman da série de 66. Nope, Papai Noel foi o primeiro super herói do qual eu me tornei fã. 
O que faz o mito funcionar, todo mundo sabe. O que o documentário nos lembra, no entanto, é que parte fundamental disso e que manteve e continua mantendo a imagem do bom velhinho como algo eterno não é o mito, mas os homens por trás dele, vestindo o traje vermelho, de barba branca (mesmo que tingida, ocasionalmente), arregimentando "elfos" e carregando crianças no colo. Personificando o mito, e, mais além, se tornando parte dessa história sendo contada através do tempo. E, que figuras ao mesmo tempo tão comuns e tão fascinantes :-)


E hey, é o filme que me ensinou que existe um bacharel em "Papai Noelogia" (uma das figuras mais adoráveis que já vi na vida). E vcs não sabem o quanto eu fico feliz em saber que o mundo pode ser um lugar mágico a ponto de algo assim existir. ^^

Tem o filme inteiro no youtube pra quem quiser ver. Deixo abaixo, o trailer pra vcs conferirem. 

Nenhum comentário: