quarta-feira, 20 de julho de 2016

Superman: American Alien



THIS!!!!

THIS, YOU FUCKERS!!!!!!

Depois vcs dizem que eu exagero, que eu sou hater e mimimi, THIS....é ASSIM que vc faz uma história pra atualizar, modernizar ou qualquer outro conceito parecido que envolva trazer o mito do Superman pros dias atuais. Não é uma questão de tom dark, não é a respeito de melancolia e definitivamente, DEFINITIVAMENTE, não é a respeito de violência.
Nesse gibi vemos Clark derretendo as mãos de uma pessoa com a visão de calor. E soa mil vezes mais crível que o quebrador de pescoços do filme do "visionário". Não se trata do uniforme, não se trata do pega rapaz caindo desafiadoramente sobre a testa do herói e nem da cueca vermelha sobre as calças (e posso falar com propriedade já que minha versão favorita do visual do personagem não envolve o uso do adereço)


HUCK, de Mark Millar, não tinha nada disso e era um Superman melhor que o do Zack Snyder. E, justiça seja feita, o Homem de aço dele é só uma versão ainda mais.......... well....... "readaptada"............ da encarnação do personagem após o reboot recente. 
Me espanta o quanto, sempre que vc cobra uma história decente do "man of tomorrow", surgem argumentos tipo "ah, mas é dificil escrever historias pra alguém ao mesmo tempo semi-divino e lawfull good".
Bom, Max Landis fez parecer estupidamente simples (tal qual Grant Morrison, Mark Waid, Alan Moore, o já citado Millar e Peter Tomasi antes dele). Basta se importar. 


O filho do diretor John Landis (e tb, ele próprio, roteirista cinematográfico) não reinventa a roda mas, ao mesmo tempo, toca em momentos que não me lembro de já ter visto sendo abordados em outras histórias. Momentos definidores, gamechangers, da história do filho de Jor-el. E,  e eu sempre cito esse arco pq ele é foda, tal qual Paul Cornell faz com Luthor em sua maravilhosa passagem pela Action Comics, Landis mostra quem Clark é a partir da relação dele com seus clássicos coadjuvantes e parceiros.
Pra Lois Lane, ele é o caipira que mistura ingenuidade e esperteza. Pra Pete Ross, ele é o melhor amigo ausente. e por aí vai.
O que nos traz à outra qualidade desse gibi: eu me importei, talvez pela primeira vez, com alguns dos personagens relacionados ao principal herói da Dc.
Como não se comover com Pete Ross quando ele compara sua relação com Clark com a de alguém que vê seu melhor amigo indo pra guerra, sem saber se ele voltará vivo pra casa e que tipo de horrores ele testemunha todo dia, no campo de batalha? 
Como não se apaixonar por um dos personagens mais importantes da história do super herói, a cidade de Metrópolis, ao vê-lo junto dos amigos, explorando o local.
Como não entender pelo menos em parte, as motivações do ódio absurdo de Luthor pelo Homem de Aço depois do monólogo do líder da Lexcorp e futuro vilão, na edição número 04? 



Mas meu momento favorito é o combo de duplo foreshadowing ocorrido no longo diálogo entre o protagonista e Damian Wayne Richard Grayson que, ao mesmo tempo, define as diferenças entre o Superman e o Homem morcego, e deixa claro como o Bruce, e o mundo, precisam de contrapontos à escuridão do protetor de Gotham. 


E pros fãs de violência, a edição 07, que fecha a série, tem uma das cenas de combate protagonizadas pelo ultimo filho de Krypton mais legais que já vi nessas quase 3 décadas sendo fã dele.
A arte é absurda. Pra cada edição, foi escolhido um artista cujo estilo se encaixasse com o tom da edição. No número 01, pra uma história com clima mais infantil, retratando uma aventura de um infante Clark com a família Kent, temos a arte cartunesca de Nick Dragotta (desenhista da fodástica "East of West", com Jonathan Hickman, um dos melhores gibis atualmente publicados pela Image). 


Já pra história seguinte, uma porrada extremamente sombria que me lembrou "Shoot", a clássica HQ censurada de Hellblazer criada por Warren Ellis e Phil Jimenez, temos os desenhos de Tommy Edwards


A nº 3, divertidíssima e reflexiva, tem o traço mais leve de Jöelle Jones


A edição 04, provavelmente minha favorita da série toda, tem a sempre excelente arte de Jae Lee e alguns dos painéis mais bonitos que já vi na vida. 


A quinta edição tem a arte de um dos preferidos aqui do blog, Francis Manapul. E conta com um dos melhores uniformes alternativos que o protetor de Metrópolis já teve em seus quase 100 anos de existência.....


A sexta edição, um gigantesco tour pela cidade-lar e cenário das aventuras do herói, tem a pop-art de Jonathan Case, com aquele estilo arrojado de gibis alternativos tipo "WicDev". 



E a hq #07 conta com a arte de Jock, casando perfeitamente com o tom tenso da trama desta edição.



"American alien" é o mais novo clássico estrelado por Kal-el, com uma história pra ser incluída entre as melhores do personagem, lado a lado com "All Star Superman", "Red Son", "Secret Identity", "Kingdom Come", "What's so Funny about Truth, Justice & the American Way?" e "For the man who has everything", entre outras.....



Ah, e do mesmo jeito que eu afirmo que Romita Jr. e Straczynski fizeram, juntos, a Mary Jane Watson mais bonita que já existiu, devo dizer, nunca houve uma Lois Lane tão fascinante quanto a de Landis e Jock. 


E, cereja no topo do bolo, o vídeo agradecimento de Landis, em resposta ao sucesso da minissérie, é tão bonitinho.... :-) 

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