Alguém disse faz umas 24 horas que tudo de errado na nossa sociedade pode ser explicado se usarmos como instrumento de análise o filme mais importante dos últimos anos. O filme que melhor explica a nossa geração, nosso mundo de fandoms, de "sou fan, quero service", de industria cultural e arte enquanto commodity.
Um filme que não busca explicar nossas aflições, que não tenta transformar em arte os anseios e os medos de qualquer criatura vivendo no vigésimo terceiro ano do segundo milênio.
Mas um filme que parece ter nascido a partir desses desesperos e, exatamente por isso, acaba funcionando como um retrato, uma polaroid da nossa época.
Gerações futuras provavelmente o usarão como uma forma de entender nossos dias fascistas e estúpidos e cheio de busca por gratificação rapida, via likes e RTs. De 5 minutos de fama no máximo (Warhol foi generoso - e otimista - em suas previsões). De personas e personas, em perpétuo estado de conflito. De inteligências reais e artificiais. De ritmos e algoritmos.
Uma obra que, de fato, só poderia ter sido concebida e criada no ano e no mundo e no contexto que a pariu.
Enfim... para vocês que também se pegam pensando ocasionalmente em questões como "hey. Talvez eu esteja vivendo em uma distopia. Como eu vim parar aqui?" e que precisam de algum tipo de ópio que possa trazer alívio para as dores existenciais, boas notícias: aqui está a nova edição - primeira de 2023 - da MONSTER MASH, a mixtape de periodicidade indefinida do Groselha on The Rocks.
Música estranha pra gente esquisita. Como de praxe.
Nessa edição tem Father John Misty, Conway, Tim Maia, Dj Shadow, Captain Beefheart, Tears for fears, entre outros.
Agora eu deveria dizer alguma platitude como "arrastem os móveis e vão dançar" e tals, mas sejamos francos. Não é música pra dançar (bom, algumas até são, na real), é música pra fumar narcóticos de toda sorte, pra deixar de fundo enquanto tu tenta zerar alguma missão de "Saints Row: The third", pra ouvir enquanto você tá "in the zone", tentando fazer 5 km. em 15 minutos de esteira, correndo como se fosse o Flash tentando adentrar o campo de velocidade.
Enfim, escolha seu entorpecente favorito (o meu é Toddy) e dê o play. Vai ser legal, tio Hak garante.
Tá tudo bem. Escuta, escuta: respira.
Isso. Inspira... e solta.
Respira fundo.
Vai ficar tudo bem....
Voltamos quando.... bom.. só deus sabe.
...mas voltamos.
Hasta.
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