Marilyn Manson. Ovelha negra do rock nos anos 90, culpabilizado por quase tudo de ruim que ocorreu no final dessa década, incluindo, obviamente, o fato de ter sido apontado como "inspiração" pros atiradores de Columbine. O preço a ser pago por ser, não apenas uma voz destoante das demais, mas por também, ser alguém a frente de seu tempo. No meio da "pax americana", do período de suposta bonança do país, pós guerra fria, pré 9/11, ele foi uma das raras figuras a alcançar o mainstream enquanto professava sua crença de que as estruturas que sustentavam aquele "império sem fim" estavam podres.
Voltamos nossos olhos para o mundo de 2020 e acho seguro dizer que Manson riu por último.
Foi divulgado que, num timing perfeito já que nos encontramos, de fato, no típico cenário distópico que o artista prenunciava em discos como os clássicos "portrait of an american family", "antichrist superstar" e "mechanical animals", tem novo cd chegando.
"We are chaos" será lançado no cabalístico dia 11 de Setembro desse ano. O trabalho, décimo primeiro de sua discografia, tem produção de Shooter Jennings, famoso por seu trabalho na música country (e de fato, podemos ouvir certos elementos do gênero na faixa acima), o que pode dar o tom do que viremos a encontrar no futuro lançamento, numa muitíssimo bem vinda fusão de elementos acústicos com o rock e industrial que são característicos na obra de Manson. A faixa-título ganhou um vídeo particularmente sinistro - e belíssimo - que vocês podem ver clicando acima.
Segue a lista com o título das faixas:
01. Red Black And Blue
02. We Are Chaos
03. Don't Chase The Dead
04. Paint You With My Love
05. Half-Way & One Step Forward
06. Infinite Darkness
07. Perfume
08. Keep My Head Together
09. Solve Coagula
10. Broken Needle
Do seu disco de estréia ("Portrait....") até seu lançamento de 2003, o "The golden age of grotesque", o rockstar lançou obras excelentes. Alguns dos trabalhos seguintes soavam meio irregulares, até o release de "The Pale Emperor", onde o artista entregou aquele que é, na minha relativamente humilde opinião, o melhor álbum de sua carreira. "Heaven upside down", de 2017, manteve o nível bem alto, então vocês podem imaginar porque me vejo ansioso.
O mundo está quebrado e é fascinante ver o anti-cristo superstar se erguendo como uma das vozes narrando a crônica desse trem descarrilando.
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