Eu, como todo mundo, sou uma criatura de hábitos. Acordo cedo, junto com a namorada, vou ao banheiro, escovo os dentes e venho pro meu puff na sala para escrever. Ocasionalmente com uma caneca de chá. As vezes, café com leite. Mas na maioria das vezes, nada, só uma garrafinha de água filtrada.
Meu primeiro hábito, uma vez já instalado no meu "trono de poder", é sempre abrir o spotify e jogar o randômico pra tirar a música do dia pra coluna "Conversando com o Starman".
Meu SEGUNDO hábito, após este, antes mesmo de começar a digitar os primeiros caracteres pro blog, é correr pro youtube e ir ver a previsão de tempo no canal oficial de David Lynch, onde ele fala sobre o clima local em Los Angeles, cidade onde vive.
Não, eu não sou vizinho dele. Não, eu não moro em LA. Na verdade, eu moro quase no outro extremo do continente. Por que eu religiosamente faço isso desde que tomei ciência de que isso era uma coisa que existia? Não sei. Tem algo profundamente confortador na voz do diretor e no cenário em que as pílulas diárias são gravadas. O tom azulado e etéreo, o vocabulário charmoso, a fumaça do copo de café que ocasionalmente se faz notar no canto inferior da tela.
Da mesma forma que eu retorno de tempos em tempos para seus filmes, mesmo os mais crípticos entre eles (eu diria que PRINCIPALMENTE estes), eu sempre volto pro seu "Weather report". E recomendo aos senhores o mesmo.
Não sei se eu conseguiria descrever racionalmente o que tem de tão fascinante ali. Mas considerando que estamos falando da mente que gerou "Inland Empire", "Mullholand drive", "Eraserhead", "Lost Highway" e, claro, "Twin Peaks", nada mais normal.
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