quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Massive Attack - Paradise Circus



Ouvindo essa música no repeat como se não houvesse o amanhã.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Curta-metragem: "THE APOCALYPSE"



Só corroborando aquilo que o excelente filme "Idiocracy" já havia pregado, "bem aventurados os estúpidos, pois estes herdarão a Terra".

via "trabalho sujo"

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

David Bowie - Abdulmajid



Uma das minhas músicas favoritas dO Homem. E sim, é instrumental pq eu sou hipster. ^^

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Maratona do mês: "Dc animated original movies"


Depois de ter me divertido pacas com a maratona John Waters, decidi que ia manter essa média, de pelo menos uma vez por mês, pegar alguns filmes que tem em si um tema em comum, narrativo ou relacionado aos envolvidos na produção, e ver tudo de uma vez, posteriormente dando minhas opiniões a respeito. Eu tinha ficado de fazer, em Dezembro, uma maratona Ed Wood, mas tecnicalidades impossibilitaram (e ajuda que filmes do cara não são tão simples assim de achar pela internet, tirando as coisas mais famosonas, tipo, "Bride of the monster" e "Glen or Glenda". "Night of the Ghouls", por exemplo, tá me dando um certo trabalho de encontrar) e aí, apelei praquele que seria tema de minha maratona de Janeiro. Aproveitei minhas férias, baixei o que tinha que baixar e separei os dvds que já tenho do restante e aí foi, tipo, soro na veia na frente da tela do computador por dois dias. 
O resultado vcs podem ver abaixo, mas já adianto que foi divertido pra caralho.
Por "Dc animated original movies" entendam: adaptaçoes de histórias clássicas dos quadrinhos para o mercado direto de dvd. E o nome grande também serve pra destacar esses filmes do "Dc Animated Universe", universo que abrange as séries do Batman, Superman, Liga da Justiça, Liga da Justiça sem limites, Batman Beyond, Projeto Zeta e Super-choque (como eu não vejo a "Young Justice", não sei se ela é parte do DCAU ou se é algo distinto). 
Ok, as regras: Eu dei preferencia pra ver as animações dubladas, pq....bem, pq em todos os casos, os dubladores brasileiros eram os que estavam envolvidos com a clássica série da Liga da Justiça, então, não tive dúvidas a esse respeito. Diabos, no caso do filme baseado em "The Dark Knight Returns", eu fiz questão absoluta de só ver a versão dublada em portugues pq, caralho, é o Batman do seriado, o lendário Marcio Seixas, e pra quem, como eu, é fã da série animada da década de 90 (eu tenho a caixa com todas as temporadas da "Batman, the animated series", me invejem mortais), isso aqui é, desculpem o termo brega, um sonho meio que realizado. 
Também esmiucei um pouco quem eram os profissionais envolvidos, direção e roteiro pq isso é obviamente importante, mas também citei os criadores das séries originais pq, em alguns casos, a transposição pras telas quase não alterava o original (e de qualquer maneira, se tais histórias, entre tantas outras, foram escolhidas pra ganhar desenho, é por causa do mérito de suas versões impressas, não é?).
E claro, exatamente por isso, é impossível não citar os quadrinhos, então, esperem muita babação de ovo (e algumas críticas, quando pertinentes) para as histórias originais, ok? 
Enfim, é isso. Ah sim, a ordem de publicação não segue nenhum critério, exceto o "assisti nessa ordem pq sim". 
Ok, tirado isso do caminho, let's go. 

Liga da Justiça: A nova Fronteira (2008)



Direção: Dave Bullock
Roteiro: Stan Berkowitz e Darwyn Cooke
Baseado nos quadrinhos de mesmo nome escrito e desenhado por Darwin Cooke

Eu tava com esse dvd guardado há eras na minha estante, na minha "pilha da vergonha" e foi, vendo ele, que decidi maratonar os filmes recentes lançados pela Dc. Baseado numa mini-série em duas edições, a história se passa na década de 60, em meio à caça as bruxas macarthista. Nesse contexto, vemos os heróis tendo que decidir entre revelar suas identidades publicamente ou serem acusados de traidores, comunistas e coisas do gênero. Estranho que, apesar da ambientação clássica, a animação é absolutamente pertinente hoje em dia, com discussões sobre o que é patriotismo e como homens podersosos costumam se esconder atrás de tal conhecimento para ganhos pessoais ou apenas como forma de disseminar suas crenças (preciso citar exemplos?). Naturalmente essa já era uma fase de transição para os quadrinhos, onde as histórias, agora mediadas pelo selo do Comic Code, sofriam forte censura. Temos também um elemento de mudança socio cultural (as drogas vindouras, o movimento hippie, o principio da emancipação feminina e dos negros) e todo esse caldo cultural está na trama, seja, (a questão das mulheres) no constante elemento de preconceito que os dominantes em geral tem em relação à Mulher-Maravilha quanto (no caso dos negros) a sub-trama de John Henry e seu homicidio pela Ku Klux Klan. Aliás, minhas principais críticas à adaptação foi não ter se aprofundado um pouco mais em tais questões, apenas citando-as bem en passant.
Acho que tais tópicos eram importantes pra mostrar o quanto os Estados Unidos estavam longe de ser a tal terra da liberdade alardeada nos anos imediatamente seguintes à Segunda Guerra, de forma a permitir uma maior imersão nossa dentro desse ambiente e entender um pouco dos medos dos protagonistas da história.
Anyway, vemos a saga pelos olhares, principalmente, de Hal Jordan (que personifica o veterano de guerra, desesperançoso em virtude de tudo que viu nos campos de batalha), Barry Allen (o "possível comunista", desesperançoso dos rumos que o governo toma) e J'onn J'onnz  o caçador de marte  - ou Ajax, o marciano, pros leitores brasileiros com mais de 25 anos - (o "imigrante", percebendo que a terra das "oportunidades" pode não ser tão receptiva assim. Essa abordagem, inclusive, foi também muito bem usada na clássica "Liga da Justiça - Ano Um" de Mark Waid), os três, não por coincidencia, em um momento pivotal de reconstrução pessoal, mas sem saber se havia a força necessária ou a motivação para tal (as primeiras vítimas do pós-modernismo... ^^).... A insegurança deles remete, de forma micro-cosmica a de todo um país em convulsão, à procura de uma identidade. E como Alan Moore já havia afirmado em Watchmen, nada pra conferir foco para um grupo em conflito interno do que um inimigo externo, e esse vêm na forma do Centro, uma entidade milenar que, depois de eras espalhando suas influencia no planeta, se levanta, decidida a erradicar a humanidade. Brilhante, devo dizer, como Cooke (no original) pega esse elemento da busca por um norte e joga na cara do público (e dos personagens) logo de cara, já tirando, em uma rapida cena, o Superman da trama. Ele foi o primeiro super-herói, não nos esquecamos, então, os personagens (e nós, como leitores) já estamos acostumados a ve-lo como o centro de quase todas as histórias em que está envolvido (ou pelo menos, a bússola que vai conduzir a trama). Joga-lo pra escanteio logo no começo (a perda, por parte do público americano, de seu maior icone, violentamente assassinado na década de 60. Pegaram a referência?), portanto, simboliza essa perda de foco, a esperança sendo removida, e aí, o que sobra? Sem querer dar mais spoilers, mas, uma possível resposta seria a "força de vontade"?
Como eu disse acima, o desenho, além de tudo, tem um aspecto meta-linguistico bem claro, e isso vem ao final, no momento da invasão ao centro. A psicodelia que vemos tanto simboliza, como cita Grant Morrison no seu "Flex Mentallo" ou Alan Moore no "Supremo", uma certa "fluidez consciencial" que vai vir, com a contra-cultura, as drogas (segunda vez que eu cito, vão achar que tô fazendo apologia. ^^) e tudo associado a elas, quanto, no caso dos próprios quadrinhos de Super-Heróis, a era "Marvel" (lembremos que no filme, a cronologia adotada é a original dos quadrinhos, onde os heróis surgiram lá pelos anos 40. Batman aparece usando seu uniforme original, ao começo do filme), com seus heróis psicodélicos e mais humanos. 
Enfim, a adaptação, mesmo considerando que, por causa das alterações que teve que fazer, editando uma ou outra parte do original, as vezes pareça meio "corrida", é muito legal e não nos esqueçamos, afinal, é uma história de super-heróis, divertida pra cacete, com um estilo de animação estilizado que remete ao traço clássico dos heróis da época, com cenas de combate muito bem feitas. 
Quem quiser assistir apenas pelo aspecto do entretenimento, uma coisa meio "massavéio", pode ir sem medo. Mas quem se permitir ir um pouco mais fundo, vai encontrar tudo isso e mais um roteiro extremamente bem feito e, vejam só, adulto como poucos, narrando o final de uma era (nas HQs e no mundo "real") e o começo de outra igualmente fascinante. 

Liga da Justiça: a legião do mal (2012)



Direção: Lauren Montgomery
Roteiro: Dwayne McDuffie
Baseado no arco "A Torre de Babel" escrita por Mark Waid e desenhada por Howard Potter.

Outro dia, Stella ao me ver jogar "Arkham Asylum" e "Arkham City" me perguntou o porque do meu fascinio pela figura do Batman. Apesar de me ver como uma pessoa gentil e ocasionalmente solicita, eu não diria que posso ser descrito como alguém muito altruísta, então, de onde vinha tal identificação?
Essa foi uma daquelas perguntas que fazem vc pensar por alguns minutos, dado seu caráter aparentemente óbvio mas que provoca questionamentos extremamente profundos. A resposta viria dias depois, quando lembrei dessa história. Na trama, um déspota super-poderoso (Ra's Al Ghul, nas Hqs, Vandal Savage na animação) prepara um ataque coordenado a cada um dos membros da LJA que os tira de combate. Posteriormente (e isso vem bem no começo, então, não é spoiler), descobrimos que o responsável pelas estratégias utilizadas não é outro senão o próprio homem-morcego, que vinha sistematicamente criando planos para eliminar cada super-herói do planeta, em caso deste se tornar um vilão, ser mentalmente dominado ou qualquer coisa que o valha.
Eu diria, se me perguntarem, que é isso que está no extremo "core" do personagem: a incapacidade de confiar em quem quer que seja. O processo de isolamento que o uniforme preto (por sua vez, uma consequencia do processo iniciado no momento da morte de seus pais) traz. Isso, e obviamente, a necessidade do morcego em ter um plano de contigencia para qualquer tipo de situação. São esses elementos que Waid e McDuffie vão destacar e usar como ferramentas contra o personagem. O Superman é um símbolo. A Mulher-maravilha, um soldado. O lanterna verde, um repositório de força de vontade. E o Batman, quintessencialmente, é um lobo solitário (ainda que ele tenha associado a si, um imenso séquito de coadjuvantes: Robin, Robin vermelho, Mascara rubra, Asa Noturna, Oráculo, Batgirl, Batwoman, etc, etc, etc...) e, se necessário, a última linha de defesa do planeta.
Isso posto, a formação da Liga é diferente no desenho da versão das HQs. Sai Kyle Rayner, entra Hal Jordan. Sao Aquaman e entra (meio que mais ou menos) o Cyborg. E também mudam as estratégias utilizadas no filme. Não sei se tenho uma opinião com relação a isso (e não vou descrever quais foram as mudanças pra não entregar spoilers do filme), mas acho que posso afirmar os planos originais dos quadrinhos um pouco mais elegantes. A mudança do vilão orquestrando tudo é outra coisa que me incomodou, mas soa compreensível. Quem vai ver esse filme já está acostumado com a série da Liga e, portanto, tem Vandal Savage mais fresco na memória do que  o Ra's. No entanto, com a mudança, quem perde é o próprio vilão, já que o "Cabeça do demônio" exerce um certo fascínio exatamente pelo aspecto de ambiguidade moral de sua cruzada. Savage, por sua vez, é um pouco mais clichê, querendo remover a Liga apenas para poder executar seus planos de domínio que não diferem dos de quaisquer super-vilões existentes (e vejam que isso se dá apenas por um elemento de roteiro, da forma como isso nos é apresentado, já que o plano em si, o extermínio de metade da humanidade, é exatamente o mesmo arquitetado por Ra's).
A animação é muito legal, menos caricata, mais detalhada, tendo um aspecto distinto do traço utilizado tanto nos demais filmes lançados, quanto do estilo utilizado no DCAU. Vale citar também um pequeno easter-egg (na verdade, tá jogado no filme, então nem é muito easter) do Bane citando, há 10 anos, ter quebrado a coluna do morcego. Será que a gente vai ver uma versão animada da "Queda do Morcego" algum dia? Bom, nada anunciado até o momento (em produção, no momento em que escrevo esse texto, só tenho conhecimento de uma nova animação do Superman, não sei qual a história, e outra adaptando a mini-série "Flashpoint") mas vai saber.

Liga da Justiça: Crise em duas terras. (2010)



Direção: Lauren Montgomery e Sam Liu
Roteiro: Dwayne McDuffie
Baseado no one shot "Earth 2" escrito por Grant Morrison e desenhado por Frank Quitely

Esse é, definitivamente, um dos meus preferidos dessa maratona. E aqui, apesar da idéia original não ter sido mudada, temos alterações o suficiente pra que parte dos méritos por tudo de bom (e pelo menos um aspecto que me incomodou bastante) possam ir pro roteiro de McDuffie. O filme conta a história de Lex Luthor. Não do nosso Luthor, arquivilão do Superman, mas sim do Lex Luthor de uma terra alternativa, onde ele é o único super-herói que restou, num mundo em que a Liga da Justiça, ou no caso, o Sindicato do crime, reina, intocado pela lei, visto seu nível semi-divino de poder.
Nessa realidade, como o parágrafo anterior explicita, temos contra-parte de cada um dos heróis da nossa terra, mas lá, todos estes são super-vilões. Superman é o Ultraman. A Mulher Maravilha é a Super-Mulher. O Capitão Marvel é o capitão super. Batman é o Coruja, e por aí vai.
Estes super-seres dominam o planeta onde cada um deles e seu universo associado funciona como uma espécie de família mafiosa, em que os operativos, todos versões do Robin, ou Jimmy Olsen, Impulso, etc, estão todos submetidos aos 6 grandes. Luthor, ciente de que é incapaz de fazer frente a tal força, vem até a nossa realidade, suplicar por ajuda. E acho que a relação entre o desenho e a HQ acaba (ou pelo menos diminui bastante) a partir daí. O próprio tom das duas obras é bem diferente. Enquanto no quadrinho, o outro universo é sombrio, contrastando com o universo colorido dos heróis da Dc, a Terra 2 do desenho não é tão adversa da dos super heróis. Toda a sub-trama envolvendo o romance entre J'onn e Rose Wilsom não existe na obra original (ainda bem, pq é um dos pontos fracos da animação. Fora o quanto beira a pedofilia). E o final. Nesse caso, não vou conseguir poupa-los de spoilers, senhores. E a questão é: a hq não tem final feliz.
Pq o paradigma reinante da nossa realidade, mesmo nesses tempos sombrios, é que, sim, super-heróis vão sofrer como nunca, mas, ao final, eles vão superar quaisquer adversidades impostas a eles. E, diabos, se estamos falando de uma terra que é o oposto da nossa até em nível conceitual, obviamente que lá, os vilões sempre vencem. A Hq termina com um tom extremamente desesperançoso, onde só resta aos heróis devolverem Luthor ao seu mundo pra que este possa viver o resto de sua vida sabendo que nada que fizer vai fazer qualquer diferença.
Tenso, não?
No filme, não. Existe uma certa tensão, mas ao final, temos um finalzinho feliz, com direito à beijo na boca e tudo.
Broxante, né? Isso também reverbera em aspectos técnicos do filme. O mundo da terra-2 e o nosso são indistinguíveis no filme, enquanto que, na HQ, a palheta de cores entre ambos é bem distinta. O nosso mundo é bem mais colorido, mesmo em momentos noturnos, enquanto a terra do Sindicato tá sempre em tons sombrios, cinzentos. Mesmo o uniforme dos super-seres de lá é menos berrante que o dos nossos, até como forma de indicar o aspecto trágico daquele planeta. Nem mesmo o elemento da LJA tendo que usar uma forma de raciocínio inverso para poder se adaptar aos novos paradigmas dessa dimensão foi utilizado, salvo em uma cena (a da morte de Johnny Quick. Digam o que disserem, o Batman conscientemente deixou o velocista morrer, invertendo aí um dos conceitos da nossa Terra, a de que o Batman não mata).
E aí, relendo o começo desse texto, vcs lembram que eu disse que esse foi um dos filmes que eu mais gostei, e vcs me perguntam "caralho, vc só tá falando mal. Do que tanto vc gostou?"
Desenvolvimento de personagens. Na verdade, de UM personagem, mas que é tão épico que leva o filme inteiro nas costas: o Coruja. Na versão impressa da história, a versão alternativa do Batman também é a mais desenvolvida de todo o Sindicato, mas no filme, McDuffie aproveita pra torna-lo a principal força motora da história. Posso estar sendo tendencioso, mas achei fascinante o niilismo suicida do personagem, disposto a erradicar todo o multiverso apenas para provar um ponto, o da insignificancia de qualquer ato que venhamos a praticar (segundo ele, num multiverso em que existem infinitas versões de um mesmo indivíduo, qualquer decisão tomada vai ser anulada pela decisão inversa tomada por uma contra-parte alternativa, portanto, nada tem qualquer significado). Complexo, né? 
As cenas de ação são muito legais, principalmente as que envolvem o Batman, tanto na luta contra a Super-Mulher quanto o combate final contra o Coruja.
Enfim, o filme não é perfeito, mas os acertos são tão legais que compensam os erros. 

Batman: Under the red hood (2010)



Direção: Brandon Vietti
Roteiro: Judd Winick
Baseado no arco "Under the Hood" escrito por Judd Winick e desenhado por Doug Mahnke, Eric Battle e Shane Davis

Confesso que eu fiquei sinceramente surpreso em saber que o próprio Judd Winick, autor da histórias nas Hqs fez o roteiro pra adaptação. E estranhamente, ficou bem mais legal que a história original, mais fluido e sem o gatilho desencadeador meio esquisito da versão em papel (no caso, os infames socos da realidade do Superboy Prime, na mega-saga Crise Infinita). E apesar de não ser especialmente gore, essa adaptação não poupa na violência. O carro-chefe aqui é "Under the Hood", mas não podemos esquecer que cita, no começo, outro clássico da história do Homem-morcego: "Morte em família" (a saga que tem, em seu climáx, o Coringa matando brutalmente Jason Todd, o Robin da época). A cena tá aqui, logo no começo da adaptação, e é brutal. Não vemos a sessão de espancamento, mas ouvimos o som do Palhaço descendo o pé de cabra no menino-prodígio. Aliás, é válido ressaltar um aspecto comum em todas estas adaptações: eles não poupam no sangue. Todo fã de cultura pop sabe que os norte-americanos tem um problema com material voltado ao público infantil e a presença nestes de sangue (imagina esses caras vendo cavaleiros do zodíaco. Devem pensar horrores do Japão). No entanto, cada gota de sangue aqui conta. Nada "gore", claro, mas está lá, até como forma de mostrar que, mesmo com todas as suas bat-traquitanas, o morcego (e seus associados) são humanos e, portanto, mortais.
O roteiro tem uma certa alteração da história fonte mas aqui o negócio foi bem feito. Saem os socos da realidade e entra o poço de Lazarus de Ra's Al Ghul. Interessante que, posteriormente, isso também fo incorporado na cronologia dos quadrinhos e, se lembrar-mos que Ra's já tentou cooptar o Asa Noturna e o Robin vermelho para sua cruzada e, obvio, que o vilão é o avô de Damian, temos o "cabeça do demonio" diretamente envolvido com a história de todos aqueles que já usaram o uniforme do parceiro do Batman (ou pelo menos com todos aqueles que foram Robin por mais de 15 minutos. Mals aê, Stephanie Brown). Eu, que não gosto de retcons, achei esse elegante pra cacete.  As poucas adaptações de roteiro (além dessa, claro) vem também de forma bem organica, de forma a deixar a história mais enxuta. A direção da animação fez um trabalho muito competente, considerando que essa é uma história que só funciona se conseguirmos sentir a tensão que o protagonista sente, ao ver alguém que considerava morto de volta, e pior, desafiando todos os valores aos quais era associado. Na história, Ra's é o responsável pela ressurreição de Jason. Depois do retorno, o garoto adota a identidade do Capuz Vermelho e parte numa missão pessoal: limpar Gotham City do crime, mesmo que tendo que adotar métodos violentos que vão contra tudo que o Batman prega (diabos, temos decapitações e um nego sendo queimado vivo aqui, enquanto o Coringa aparece cortando a garganta de alguns criminosos rivais) e, principalmente, se vingar de seu "assassino". Como eu disse, o tom emocional aqui é grande e sempre na medida certa. De mais e seria cafona. De menos, e não rolaria envolvimento emocional de quem assiste. A direção de dublagem aqui merece sua cota de elogios também. Esse eu assisti no original e legendado e tipo, quem teve a idéia de escolher Jensen Ackles (o Dean de Supernatural) pra dublar Jason Todd merece parabéns, já que o ator sabe ser igualmente assustador e terno no papel, principalmente nos momentos de conflito direto com Bruce, seu ex-parceiro e atual adversário. Acho que essa foi a primeira (ou pelo menos uma das primeiras) obra, em duas décadas, em que Kevin Conroy e Mark Hammil não dublam, respectivamente, Bruce e o Coringa e devo dizer que Bruce Greenwood e John DiMaggio seguraram a barra de forma bem competente (principalmente o ultimo, já que o trabalho de Hammil dublando o arqui-inimigo do Homem-Morcego vai ficar eternamente pra história do personagem). 
Vale mencionar também as cenas de combates: não sei se é pq estamos falando de uma escala muito menor do que nos filmes estrelados pela LJA mas é incrível como as cenas de combate são lindas. Sem toda a pirotecnia dos super-poderes dos demais heróis, os personagens aqui só podem contar com seu conhecimento de tecnicas de luta corpo a corpo, então, a equipe decidiu caprichar. As cenas de combate entre Bruce e Jason são extremamente fluidas, característica fundamental dos bons filmes de artes marciais
Aqui também temos menção à uma outra história clássica do personagem, a mega-sombria "Piada Mortal" de Alan Moore e Brian Bolland (em determinado momento, Jason cita o fato do Coringa ter aleijado Barbara Gordon), então, fica a expectativa pra uma futura versão animada. 
Não posso encerrar esse texto sem citar meus dois momentos preferidos: a cena do Alfred descobrindo que Jason está vivo e o final, trágico até a medula e extremamente depressivo. Não haveria como mudar isso sem desfigurar totalmente a trama (sem falar da própria natureza do universo do Batman) mas o fato de estar lá EXATAMENTE como na Hq, com todo o peso que isso agrega, demonstra o nível de comprometimento da equipe de produção. 
Ah sim, duas curiosidades: interessante como a) o Batman vai futuramente incorporar, nas HQs, exatamente a técnica de controle do crime - infiltrar alguém, sob seu comando, para unificar e liderar as diferentes facções criminosas - que é utilizada por Jason para tomar as rédeas do submundo de Gotham (ou pelo menos vai tentar, no caso, na saga "Jogos de guerra") e b) mais alguém achou que o Máscara Negra (o principal chefe criminoso da cidade, antes da rapida ascensão do Capuz Vermelho) é uma cópia desfigurada (mais ainda, no caso) de Tony Montana? 

Batman: Ano Um (2011)



Direção: Lauren Montgomery e Sam Liu
Roteiro: Tab Murphy
Baseado na mini-série de mesmo nome escrita e desenhada por Frank Miller

Vou tirar isso do caminho: o filme perdeu pontos comigo por não ter uma das frases mais emblemáticas de toda a história do super-herói defensor de Gotham. E diabos, a adaptação colocou praticamente TUDO da história original, sem tirar nem por. Todos os elementos, todos os personagens e acontecimentos. Diabos, até a narração em off está lá, então, é indesculpável terem removido uma das frases mais significativas da história original. Me refiro ao momento em que, depois de uma primeira tentativa de incursão no combate ao crime desastrosa e que resultou num ferimento potencialmente fatal, Bruce Wayne está sentado na sala de sua mansão, sangrando em bicas, e diante de um sino. 
Se toca-lo, Alfred virá e, com seus conhecimentos médicos, irá salva-lo da morte. Senão, tudo acaba ali, naquela noite. Nesse momento, Bruce se volta pro quadro com a imagem de seus pais e começa um longo e fascinante monólogo com a frase: "pai, acho que esta noite eu vou morrer".
 E tiraram isso.
O bom é que essa é minha única crítica ao filme. Sério, acho que, junto com "o cavaleiro das trevas - parte 1", essa é a adaptação mais literal de todas as feitas. Tudo, absolutamente tudo da historia tá lá. Não lembro bem o suficiente, mas acho que até os diálogos são os mesmos. Méritos de Frank Miller que criou a história de origem do Batman de forma bem cinematográfica, portanto, foi só o trabalho de adaptar. 
Na história, temos a origem do super-herói, desde o momento em que Wayne volta de sua viagem de treinamento pelo mundo, passando pelo momento exato em que decide adotar a figura do morcego, suas primeiras missões e o principio de sua relação com James Gordon. Gordon aliás, que aqui é tão protagonista quanto Wayne, com o ponto de vista da trama alternando entre ambos. Sério, eu não sei o que falar aqui, em termos do roteiro do filme, que não seja mérito da graphic novel original. Do mesmo modo que o primeiro filme da trilogia moderna de Christopher Nolan, "Batman Begins" (que bebeu muito dessa história, inclusive) esta não é uma revista de super-heróis, mas sim uma trama policial, onde o protagonista não é o Batman, mas sim Gotham, seu cenário político e como tudo isso converge para torna-la, pelo menos num primeiro momento, uma cidade extremamente corrupta, como se esperasse esperançosa por, citando Travis Bickle, uma chuva que limpasse suas ruas de toda a sujeira. Já de cara, no momento da chegada de Wayne e Gordon no local, temos uma cena simbólica, onde um monge budista é violentamente atacado por Flass, policial local (e um dos principais personagens no esquema criminoso Gothamita) simbolizando que qualquer traço de inocencia e bondade é vista como fraqueza naquele ambiente. Uma escolha simples e rapida de roteiro, mas que na sua sutileza já facilita nosso processo de compreensão/imersão naquele mundo sujo. Eu fiquei, admito, com um medo desagraçado de que limassem a sub-trama do caso extra-conjugal do tenente Gordon com a detetive Essen de forma a mostrar o policial como alguém puro e perfeito, mas não, está lá. Gordon é um personagem falho e isso não é um problema, pelo contrário, apenas mostra que ele é humano e o valoriza ainda mais. 
As cenas de ação mantem o pique de "Under the red hood". São poucas, na verdade duas (a cena de luta entre Flass e Gordon e a cena do Batman contra a tropa de choque de Gotham) mas que são tão awesome que vão ficar na memória de quem assistir. 
A dublagem merece uma menção à parte: Bejamin Mckenzie (o Ryan de "The O.C.) como Bruce, Eliza Dushku (a Faith de Buffy e a Echo de Dollhouse) como Selina Kyle, Kate "Kara Starbuck" Sackhoff como a detetive Essen e, prestem atenção: BRYAN "FUCKING" CRANSTON como James Gordon. Estou sendo completamente tendencioso aqui, mas não citar o mega foda "Walter White" como o tenente (e futuramente Comissário) Gordon, que, como já disse, é tão protagonista da história quanto o Batman, então, precisava ter o ator certo pra passar toda as nuances e a carga dramática de um personagem que aterrisou de cabeça no inferno e que precisa aprender de forma extremamente rapida as regras do jogo para sobreviver nele. E a escolha não poderia, portanto, ter sido mais acertada. 
Recomendo enfaticamente que façam uma sessão dupla e vejam esse filme imediatamente antes de "The Dark Knight Returns - parte 01" de forma a verem o começo e o fim da saga do Homem-Morcego. Mas desse ultimo, eu falo mais adiante. 


All Star Superman (2011)



Direção: Sam Liu
Roteiro: Dwayne McDuffie
Baseado na mini-série de mesmo nome escrita por Grant Morrison e desenhada por Frank Quitely

Mixed feelings aqui. Essa é a história definitiva do homem de aço, então fui com a expectativa lá em cima. Diabos, eu gastei quase 300 pratas na edição especial americana do encadernado contendo as 12 edições da mini-série que deu origem ao filme, então vcs podem deduzir o quanto eu gosto dessa história. E aí... bom, cara, o que está no filme é muito bom, e tem pelo menos uma alteraçãozinha no final, a ultima cena, que agrega bastante valor à história original.
Mas aí.... teve o que ficou de fora. Sério, o que tá no filme até funciona e tals. Julgando a obra como ela deveria ser julgada, se eu estivesse disposto a ser imparcial, o filme é redondinho e tals. Mas aí, meu lado fanboy lembra que botaram a trama dos invasores kryptonianos e que cortaram toda a parte envolvendo a incursão ao planeta bizarro. Pior ainda, cortaram o capitulo mostrando o jovem Clark, como Superboy e a morte de Jonathan Kent, a relação dele com Krypto e a aparição dos Supermen do futuro. O elemento dos 12 trabalhos do Superman tb rodou. E cara, sem brincadeira, essas são algumas das melhores partes da história. Talvez, junto com o capítulo estrelado por Lex Luthor, sejam AS melhores partes. Resmungos a parte, o que tem no filme, no entanto é bem legal. A história mostra como, depois de uma estratégia brilhante de Luthor, o Superman descobre que está morrendo e, portanto, tem que preparar o mundo para tal. Com essa sinopse extremamente simples, Grant Morrison e Frank Quitely fizeram miséria. Primeira constatação óbvia: eu acho hilário como alguns escritores afirmam ser impossível trabalhar com personagens super-poderosos, que lidar com o Homem de aço é complicado por sua gama imensa de poderes. Aí a gente vê dois escritores nível 20 como Grant Morrison e Alan Moore lidando com o personagem e a PRIMEIRA coisa que ambos fazem é tornar o personagem ainda mais overpower. E criando histórias incríveis com ele. Chupa essa manga, sociedade. Sem brincadeira, essa é a história definitiva do ultimo filho de Krypton, que merece ficar na história como tal, do mesmo jeito que "o cavaleiro das trevas" é a história definitiva do Batman. Tudo que torna o personagem magnânimo está aqui. O jeitão de guri do interior. O aspecto messiânico, onde ele o símbolo máximo de esperança, seu aspecto solar (literal inclusive, sobretudo considerando, olha aí o ciclo, o começo e o final da história). Clark aqui é um símbolo de tudo a que a humanidade pode aspirar se superar as insignificancias típicas da sua natureza. O norte que mostra todo o potencial.
Luthor por sua vez é o extremo oposto. Humano ao extremo, invejoso, incapaz de enxergar o grande plano (até o final da história, pelo menos). Se o Superman simboliza a superação do ego, Lex, por sua vez, personifica a supervalorização do mesmo. Extremos opostos aqui e que, mais do que auto-excludentes, são apresentados como tese e anti-tese de uma idéia. O resultado final é uma sintese de ambos, a humanidade de Luthor e todo o aspecto solar do super heroi, que eu (e mais uma pá de gente) vemos encarnado na figura de Leo Quintum.
Mas, teorias e viajagens conceituais a parte, o que temos é uma história extremamente tocante do personagem, em que cada elemento de sua vida é repassado, e, por mais que os elementos apresentados sejam clássicos (o planeta diario, a natureza da sua relação com a Lois e com Luthor) vemos tudo de uma forma quase nova, única. Diabos, estamos falando de novas abordagens de um universo com quase 80 anos de idade. 
Apesar das minhas críticas, a direção da animação merece alguns elogios. Algumas das sutilezas da animação ajudam a passar, em imagens rapidas, a natureza dos personagens retratados. Percebam como, quando Lois, tomando banho na fortaleza da solidão, pergunta se o herói estava usando sua visao de raio x para ve-la nua, ele responde "eu nunca tirei vantagem", isso soa absolutamente crível, por tudo que sabemos do personagem somado também ao que nos foi mostrado dele naqueles poucos minutos de filme. Ou quando, no julgamento, depois de ser sentenciado à morte, Luthor olha pra cima como se quisesse afirmar algo como "Perdoai-os, pai, pq não sabem o que fazem". Uma cena rapida que mostra toda a arrogancia e a natureza de injustificada grandeza a qual ele se atribui. As cenas de ação são épicas como devem ser, em especial o combate contra os dois kryptonianos, e claro, a cena final da luta contra Luthor. 
Como eu disse, a cena final, com as 8 palavras que constituem a "fórmula" do Superman foi uma adição bem legal. Meio uma coisa tipo "entendeu ou quer que desenhe", sim, admito, mas ainda assim, agregou algo à história. 
O traço da animação é bem distinto, tentando emular um pouco o estilo de Frank Quitely. Funcionou bem legal, em minha humilde opinião.
A dublagem original também merece elogios, com atores vindo principalmente de trabalhos na televisão, como James Denton (de Desperate Housewives) como Clark Kent/Superman, a deusa Christina Hendricks (de Mad Men) como Lois Lane e Anthony LaPaglia (de Without a Trace) como Lex Luthor. 
Como saldo final, eu diria que é um filme bem legal. Talvez, se tivesse sido feito em duas partes, poderia ter feito justiça a história de origem, mas, de qualquer maneira, como está, merece ser visto (principalmente se funcionar como porta de entrada para a mini-série em quadrinhos, essa sim, irretocável).

Batman: o cavaleiro das trevas - parte 01 (2012)



Direção: Jay Oliva
Roteiro: Bob Goodman
Baseado na mini-série "The Dark Knight Returns" escrita e desenhada por Frank Miller.

E chegamos ao final da maratona, com o filme que eu mais esperei pra ver. Essa é, pra muitos, a melhor história do Batman já feita e, talvez, a melhor hq ever. Não sei o quanto eu concordo com isso pq, diabos, existe Kingdom Come, mas tá fácil entre as 5 melhores histórias que eu já li na vida, com certeza. O canto do cisne do Homem Morcego, a história que mostra que, um dia, Frank Miller foi mais do que um ultra-direitista senil. E vejam bem, essa é uma história com fortes elementos políticos, então, nem dá pra dizer que esse lado do escritor não está presente aqui. Mas o tom aqui é equilibrado. Críticas   absolutamente precisas constam, tanto pra direita quanto à esquerda. Temos políticos reacionários e um público apático, preconceituoso, extremamente racista e acima de tudo burro. Por outro lado, temos esquerdistas tipo comunistinhas de faculdade: muito discurso e pouca ação. No meio disso tudo, temos Bruce Wayne. Na casa dos 50 e poucos anos e inativo, como combatente do crime, há uma década, ele vê sua cidade rumando devagarzinho em direção ao inferno. De novo, reintero: assistam esse filme depois de terem visto o ano um, pra poderem notar certas rimas narrativas que só engrandecem ambas as obras. Como, por exemplo, a Gotham aqui retratada parecer muito com a cidade pré-Batman mostrada no "ano um". Como a relação de Bruce com sua cidade parece exatamente a mesma, mas agora, agravada por décadas de convivencia. Como, novamente, a cidade funciona como uma espécie de micro-cosmo do mundo e, portanto, o super-herói funciona como uma espécie de simbolo da vontade coletiva da população comum por alguma mudança e, em maior escala, por justiça. Também é fascinante notar como o Batman aqui parece ganhar um aspecto de entidade distinta da mente de Bruce. Mais que isso, aliás: é reforçado aqui o aspecto de que a real persona é a máscara. Bruce é só a ferramenta que o homem-morcego utiliza para espalhar justiça. 
De forma muito acertada, decidiram contar a história na íntegra e, pra isso, dividiram o filme em duas partes. A primeira, lançada ano passado e a segunda, encerrando a história, sai agora ao final de Janeiro. Fica meio complicado, portanto, criticar o filme sem ver a segunda parte, até pq o grosso da história tá lá. Essa primeira mostra o ressurgimento do herói e seu processo de retomada da cidade das mãos dos Mutantes, uma gangue extremamente numerosa e extremamente violenta. O contexto é o mais sombrio o possível. Picos de calor de mais de 40 graus, tensão social em niveis insuportaveis, governos incompetentes, uma impresa extremamente tendenciosa, a ameaça de uma guerra nuclear mais presente do que nunca e os já citados Mutantes, que espalham o teror pela cidade sem qualquer possível motivação. Como afirmam os telejornais, "os antigos criminosos pelo menos acreditavam em algo. No caso dos mutantes, temos apenas violencia sem sentido". Nesse cenário pré-apocaliptico, os super heróis desapareceram exceto por um (mas falo disso mais tarde). E quando tudo parece estar perdido, o Batman surge, e detalhe, retomando a citação ao filme "Taxi Driver" que eu fiz lá em cima, no texto do ano um, numa noite de chuva torrencial. A chuva que vai limpar a cidade vem, na forma do Homem Morcego (eu repito: adoro rimas narrativas). Como eu disse, esse primeiro filme vai até o conflito final do Batman com o líder dos mutantes. Consta também a sub-trama envolvendo o retorno do Duas Caras.
De forma muito inteligente, a direção decidiu gastar esse primeiro longa ambientando o público nesse universo. Ao final, temos uma espécie de tabula rasa, onde só sabemos que algo muito grande está pra acontecer, sem saber exatamente o que. 
Pra quem já leu a HQ, a segunda parte da animação vai trazer as partes mais legais da história: o confronto final com o Coringa e a clássica luta contra o Superman. Como a parte política aparentemente vai ficar quase toda na segunda parte, vou esperar ela estrear pra comentar (isso obviamente, supondo que ela vai estar lá. Mas como vemos elementos dela nesse primeiro filme, na forma do incompetente prefeito de Gotham e na manobra política da nova comissaria de polícia, além do fato desse elemento ser fundamental pra entrada de Clark na trama, acho que podemos ter certeza de que isso estará lá).
No entanto, preciso, assim, PRECISO comentar a dublagem. Sim, tem o Peter Weller dublando o Bruce no original, maravilha, troféu joinha pra todos os envolvidos, mas a questão aqui é a dublagem BRASILEIRA. Reafirmo: eu odeio ver obras dubladas. Mas mano, eu admito, eu fiquei mega emocionado quando eu soube que o Marcio Seixas estava dublando o Batman aqui. É a obra definitiva sobre o herói e só aquele que é o dono da voz definitiva dele poderia dar vida ao personagem.
É uma homenagem ao personagem e também ao majestoso trabalho que o dublador vem fazendo nos ultimos 20 anos, desde que a "Batman, the animated series" começou a ser exibida nas tvs brasileiras.
Exatamente por isso, minha unica crítica foi terem tirado a narração em off do filme.
Diabos, a adaptação do "Ano um" mostrou, contrariando inclusive este que vos escreve, que este recurso pode sim funcionar, quando usado para complementar aquilo que estamos vendo nas imagens, então, eu adoraria ter ouvido a voz do Marcio Seixas dizendo frases antológicas como "existem 8 formas de desarmar um homem nessa posição. 7 delas matam. Uma aleija".
Tirando esse insignificante detalhe, o filme faz juz a toda awesomeness da obra principal. Vamos ver se todo o subtexto dela vai estar presente, quando estrear a segunda parte, com a conclusão da trama.

E é isso, senhores. Não faço idéia do destino do universo Dc de animação. Existem, como já disse, mais dois filmes sendo produzidos, fora a série do Young Justice e a dos Lanternas Verdes. Existe também o bloco de curtas da Dc no Cartoon Network e, não nos esqueçamos, o DCAU NÃO morreu. Ainda saem quadrinhos do universo de Batman Beyond e rolam citações ocasionais nos gibis mensais (como na clássica Batman 700, onde Damian Wayne salva a vida do jovem Terry McGuiness). Eu torço por novos longas de histórias clássicas (KINGDOM COME!!!!!) e, quem sabe, um novo titulo retomando o DCAU? Pq não?

Não vou adiantar o tema da próxima maratona, mas vou me esforçar pra fazer a esperada (por mim, óbvio, por quem mais seria?) viagem pela cinematografia de Ed Wood. Outros temas tão surgindo na minha cabeça (filmes de Bollywood, as obras de James Dean, cinema brasileiro da boca do lixo, filmes ruins, filmes cult da década de 50, 60 e por aí vai), só dependendo mesmo da disponibilidade desse material, seja em dvd ou nos torrents da vida e do meu humor no dia.
Mas, fica a promessa, vou manter o ritmo de pelo menos uma maratona por mês.
Awesome. ^^

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

The Rapture - How Deep Is Your Love



Tô com essa música na cabeça faz dias...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

E o primeiro cd ouvido em 2013 foi.....


..."Dead Moon Falling" de Gary Numan, que é uma versão com remixes do clássico moderno (pelo menos pra mim) "Dead Sun Rising" de 2011. Além das várias versões que reimaginam as excelentes canções do album original (e, como em todo album de remixes, alguns fucionam bem, outros nem tanto), tem duas músicas originais que eu posto a seguir: "For You" e "Petals"



Excellent

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

"Only You" - The Joker



Zerei a missão principal em "Arkham City" e isso apareceu tocando nos créditos.
Mano, sério, essa é uma das coisas mais sinistras que eu já ouvi na vida.
Simples assim.

Melhores filmes de 2012



Bom...... post óbvio, eu sei, mas acho legítimo, considerando que foi, muito provavelmente, o ano em que eu mais mergulhei de cabeça na cultura pop como um todo, o que obviamente inclui o cinema.
Fui muito pouco ao cinema, mas comprei Dvd e baixei filme pra cacete, então, achei que valia, nem que fosse apenas como uma homenagem, mencionar meus melhores do ano.
Não, nem tentei adotar uma abordagem jornalística aqui, até pq eu não sou jornalista ou crítico de cinema, e sim um profundo apreciador dessa mídia. Tentei não incluir nenhum spoiler mas, caso algum tenha escapado, foi mals.
e é isso.... vamos ao que interessa: 



10) Ruby Sparks




Cara, foi um tanto quanto doloroso ver na tela um personagem tão parecido comigo. Foi como ver tudo aquilo que eu mais odeio personificado numa figura falando e se movendo na minha frente. E é bem assim. No filme, uma das maiores supresas de 2012, temos Calvin (Paul Dano) um escritor que teve seu primeiro sucesso muito jovem e, aparentemente, está sofrendo de bloqueio criativo. considerando que sua vida pessoal tb é um caos, um dia, apenas como exercício criativo, ele resolve inventar um personagem que teria todas as características que o atrairíam em alguém e que, obviamente, estaria apaixonado por ele. E no dia seguinte, essa alguém, a Ruby Sparks do título (Zoe Kazan, também responsável pelo roteiro), aparece na sala da casa dele. Sim, a Ruby é um personagem maneiro, sim, o roteiro e as atuações são fascinantes, mas é na personagem de Dano que a coisa me pegou. Ele é imperfeito até a medula, controlador, manipulador, extremamente mimado, com um ego do tamanho de um continente (ainda que ele tenha talento o suficiente pra justificar tal ego) e um complexo de Deus que beira o sociopatico. E exatamente por isso, ele é alguém tão interessante, a ponto de poder ser criticado (tem uma cena no final do filme, sobre a qual não posso falar por ser spoiler, mas que é o ápice disso e, sem brincadeira, uma das maiores demonstrações de crueldade que eu já vi na vida) mas não a ponto de ganhar o ódio de quem assiste o filme. Pelo contrário. Até eu, que adoro ver gente sofrendo na ficção, fiquei até o ultimo minuto torcendo por um final mais ou menos feliz. E isso deve querer dizer alguma coisa. 

09) Looper



Quatro palavras: Wibbly Woobly Timey Wimey. Mano, eu adoro filmes de viagem no tempo, principalmente aqueles que reconhecem o aspecto dificil do tema, visto a ordem de paradoxos que podem aparecer e gerar rombos imensos de roteiro. Isso posto, Looper veio, completamente inesperado, despretensioso (não que isso seja necessariamente uma qualidade, já que eu sou um fã de pretensão, devo admitir), e construiu uma das melhores ficçòes científicas sobre viagem no tempo que o cinema já criou. No filme, temos um universo em que a viagem no tempo existe mas é usado apenas por criminosos, visto as complicações que podem gerar, para se livrar de desafetos, que são enviados de volta e eliminados no passado. Crime perfeito, certo? Até que um chefão do crime conhecido como Rainmaker, resolve eliminar este sistema, e aí... Sim, eu falei muito pouco e estou sendo intencionalmente evasivo pq aqui tb, qualquer coisa é spoiler. Mas sério, Joseph Gordon-Levitt e Bruce Willis mandam muito bem, num filme que depende muito exatamente dessa... "química"?? ... entre ambos, atuando como o mesmo personagem em momentos espaço-temporais diferentes (e fica destaque aqui pra Gordon-Levitt copiando de forma bem divertida os maneirismos e "jeitão"do Bruce Willis). 

08) The Dark Knight Rises



E aí o Heath Ledger morreu. Nolan estava, portanto, com a imensa complicação de fazer um encerramento pra trilogia Batman, sem, talvez, o personagem mais querido de toda sua trajetória com o Homem Morcego. E devo dizer, apesar de inferior ao segundo filme, "The Dark Knight Rises" é um encerramento digno para aquele universo. Sim, tem suas falhas, quem assistiu sabe quais são, mas não invalida tudo de bom que a obra tem. Principal destaque, por mais que eu saiba que tem gente que não gostou (mas pro inferno com elas), pra Tom Hardy e seu Bane. Voz esquisita, linguagem corporal idem, uma máscara absurda, mas levou o filme nas costas e fez com que a história funcionasse mesmo com a ausência do Coringa. 


07) Amour




Mano, o que eu falo sobre esse filme? Filho da puta do Michael Haneke. Ver um filme do cara é exatamente como ver um do Todd Solondz (outro dos meus diretores favoritos) ou seja: vc sabe que vc vai ver o pior do ser humano e que ao final da exibição, vai estar com uma cicatriz na alma e com menos fé na humanidade do que tinha antes, mas mesmo assim, vc vai e ase ferra. E pior, aqui, ele resolve mudar a mecanica da coisa. Ao invés de mostrar seres humanos corruptos num ambiente supostamente idílico (como ele fez em, por exemplo, "A fita branca"), ele resolve pegar duas pessoas realmente decentes e joga-las num cenário infernal. No caso, o casal Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva, que merecia Oscar, globo de ouro, Nobel da Paz, HQmix e todos os demais premios existentes), ambos na casa dos 80, com toda uma vida juntos. E aí vem uma cirurgia corriqueira e sem riscos e ...bom, dá merda, óbvio que dá merda. E daí até o final do filme, a história vai testar o amor dos dois. E ao final? Cara..... já falei em crueldade no textinho sobre Ruby Sparks, mas aqui, vemos um dos atos de crueldade mais ....sei lá... gentis? amorosos? de qualquer história. Nem é spoiler dizer que o final não é feliz, pq, diabos, é um filme do Michael Haneke, mas aqui, o alemão se superou. 





06) Paranorman



Melhor animação de 2012 fácil. Sim, melhor que Brave. E frankenweenie. E qualquer uma que vc possa me citar. Declaração de amor aos filmes de terror clássicos, sem ser clichê em momento nenhum. Não, não, vejam bem, NENHUM. Tudo que vc espera ver na história está lá mas é subvertido pra algo que vem e te pega de supresa. No filme (dirigido por Chris Butler e Sam Fell, com roteiro também de Butler), Norman, é um garotinho de 11 anos tratado por todos (exceto, talvez, pelo seu amiguinho Neil) como um freak, pela seu hábito estranho de falar sozinho. Na verdade, no entanto, descobrimos que o garoto possui o hábito de se comunicar com os mortos e que essa habilidade é a única coisa separando os habitantes de Blithe Hollow de uma maldição secular. Muito legal a mensagem final do filme, sobre a necessidade de que superemos nossos traumas ao invés de carrega-los como um fardo, pelo resto da vida. E muito legal ver tb crianças que REALMENTE sofrem, e como esse processo de amadurecimento não vem de forma fácil, pelo contrário. 





05) Cosmopolis



O problema dessa lista (problema?) é que são todos filmes estranhos e, portanto, descreve-los é um pouco complicado. E vamos tirar isso do caminho de uma vez: sim, Robert Pattinson manda muito bem aqui. No filme, com direção de David Cronemberg e baseado no livro de mesmo nome de Don Delilo, vemos o processo de degeneração moral de Eric Packer (Pattinson) que, de dentro de sua limusine, cruza a cidade atrás de um corte de cabelo. Muito legal como o processo de desintegração financeira e, mais uma vez, moral, de Packer parece refletir o que ocorre, em escala global, do lado de fora do carro, com levantes sociais pelas mais diferentes razões, desde a morte de um rapper budista até manifestações sociais anti-capitalismo. O filme é um grande diálogo sobre o potencial (potencial?) fracasso do capitalismo e de como o a atual ordem de coisas ruma pra um final caótico. Verborrágico até a medula, é nesses diálogos que mora a qualidade do filme (principalmente pq passamos o filme inteiro vendo tudo sob a perspectiva das pessoas que se encontram com o protagonista dentro do carro). Filme inteligentíssimo e que merece ser assistido. 




04) Cabin in the woods



Joss Whedon é rei. Simples assim. O homem criou Buffy, criou algumas das melhores histórias dos X-Men ever, e aí, um pouquinho antes de ganhar o mundo (merecidamente, que fique claro) com os Vingadores, ele me solta essa pérola que é uma declaração de amor inteligente pra cacete para os filmes de terror, em especial os "slasher movies". O diretor pega todos os clichês do gênero e usa tudo que a gente espera desse tipo de história pra construir algo muito, mas MUITO maior. 

E mais uma vez, eu não posso falar muito sobre a história. Merda.

O que eu posso dizer, no entanto, é que APARENTEMENTE, é sobre um grupo de garotos idiotas (ou não) indo passar um final de semana numa cabana no meio de uma floresta perdida (ou não) e dando de topa com um cenário típico de terror (ou não).
E aí tudo muda e, bom.........mano, me segurando aqui pra não dar spoilers, mas sério, digamos que vcs nunca mais irão olhar pra um certo equino chifrudo do mundo dos contos de fadas da mesma forma. 




03) Vingadores



Ok, senão vejamos: esse é um filme pipoca? Sim. Esse é um filme com sua boa cota de clichês? Sim. Então pq diabos, urso, este filme está tão à frente na lista? Simples, cara pálida, pq quem foi ver esse filme não foi o Urso que, modéstia aos infernos, viu filme pra caralho e construiu um gosto relativamente sofisticado pra coisa. Nope.

Quem foi ver esse filme foi um ursinho de seus 12, 13 anos, que esperava por um filme de super-herois que não fosse constrangedor desde....sei lá... sempre. Sim, a palavra é essa.
Deixa eu dar um exemplo: Eu fui todo animado ver o segundo filme do Homem Aranha em Dvd, pq nenhum dos filmes do aracnídeo me animou o suficiente a ponto de me levar ao cinema. E as coisas vão andando até bem, e tals. E aí, o doutor Octopus me manda "O poder de um sol em minhas mãos. Nada poderá me deter. NADA!!!". 

E aí, eu broxei. E a mesma coisa ocorreu nos filmes dos X-men. A estrutura funciona bem em outras mídias, não me entendam mal, mas existem esses elementos que funcionam perfeitamente no papel mas que soam terríveis na tela do cinema, pq, sei lá, sua suspensão de descrença funciona em níveis diferentes. Obviamente excluo aqui os filmes do Batman pq estes são uma coisa totalmente diferente (e talvez seja exatamente por se aproximar mais desse mise en scene das HQs que o terceiro seja o mais fraco dos 3, apesar de ainda assim ser um filme muito bom, tanto que está aqui na lista, oras). E aí vem o primeiro filme do Homem de Ferro e muda as coisas. E vem o do Thor e funciona do mesmo nível. E o do Capitão América. E não nos esqueçamos que antes disso tudo, teve o segundo filme do Hulk que é, SIM, muito bom. E aí anunciam o nome de Joss Whedon na direção da bagaça. E eu pensando "porra, será que vai?". E o filme superou minhas expectativas e não tenham dúvidas, ainda que o elenco seja foda, TODOS OS MÉRITOS repousam no diretor e roteirista. Filme mais divertido do ano que consolidou o universo Marvel no cinema e foi o ponto máximo do cinema de super herói (não é meu preferido, já disse aqui que meu filme de super-herói favorito é "corpo fechado" do Shyamalan, esse sim, na minha opinião, a transposição ideal do universo das HQs pra essa mídia) no ano passado.
Fica agora o aguardo pra Vingadores II.

E, caralho, vai ter o Thanos. 



02) Skyfall



E eu, que não sabia que os atuais filmes da franquia com  Daniel Craig, eram uma trilogia, vou ver esse filme e tomo um mega susto, ao perceber que havia um processo de formação do personagem perpassando pelos 3 filmes e que encontra, aqui, sua conclusão. Vejam esses 3 filmes, o "Cassino Royale", o "Quantum of Solace" e esse aqui como o "Batman Begins" de James Bond. Ao final da obra, os elementos clássicos estão lá, desde o martini (mexido, e não batido) até o Aston Martin. Ajuda também o roteiro ser muito bom e as atuações demolidoras de Judi Dench e sobretudo, do Javier Bardem. Sério, seu vilão, Silva, é de entrar na galeria de melhores vilões ever (que aliás, já conta com um personagem de Bardem, no caso, o terrível Anton Chigurh, de "onde os fracos não tem vez). Na história, um ex agente abandonado pela M volta em busca de vingança, precisando ser detido por 007. 
Todo mundo sabe que eu adoro um meta-filme, então, eu não posso não falar desse aspecto, como o filme questiona o tempo todo a relevancia de uma figura como Bond no mundo atual. 
O melhor filme de ação do ano, por todos os motivos acima descritos. E provavelmente, vai fazer com vc, o mesmo que fez comigo, que é criar a vontade (necessidade? obsessão?) de ver/rever todos os filmes da série do agente secreto inglês

E ainda por cima, tem o Q. Minha versão favorita. Num universo, devo lembra-los, que já teve o John Cleese. Foda. Muito. Mesmo. 





01) Holy MotorsBeasts of the southern wild




Ok, aqui o que já era difícil beira o impossível. Caralho, como eu falo desses dois, indiscutivelmente os melhores filmes desse ano? 
Bom, eu tenho que dizer algo, então, comecemos com Holy Motors (filme de Leos Carax). Primeiro, tem o leprechaum do "Tokyo!!" (Denis Lavant. Que assim como Emmanuelle Riva do acima citado "Amour", merece todos os prêmios já feitos na história da humanidade). E aí, o filme já me ganhou. E o leprechaum também é um doppleganger que tem que matar a si mesmo. E um velho perto da morte. E, como Cosmopolis, a "casa" do personagem (ou o mais proximo disso que nos é mostrado) é uma limusine. E é um metafilme, sobre a habilidade de um ator de se reinventar, e viver mil vidas diferentes, de forma a permitir que nós mesmos, como audiência, possamos fazer o mesmo. Caralho, que filme lindo. Sério, vejam. MELHOR-FILME-DO-ANO.


E junto com ele, tem Beasts of the southern wild. 



Vejam bem, se alguém me dissesse que o cabra mais macho de 2012 não seria o Batman ou o Homem de Ferro, ou talvez John Carter ou, diabos, alguém do elenco de Mercenários 2, mas sim, uma garotinha de 6 anos de idade, eu provavelmente diria que esse alguém enlouqueceu.
E no entanto é isso. O elenco do filme (direção de Benh Zeitlin) é uma preciosidade, o roteiro é foda, os elementos de realismo fantástico me fizeram querer tudo do gênero que já foi escrito (tô com o cem anos de solidão pra ler logo, logo), mas acho que é indiscutível que a alma e o coração do filme residem no rei do "Bathtub", no "THE MAN": Hushpuppy. A história conta a saga de Hushpuppy (Quvenzhané Wallis), seu pai e demais moradores de uma área alagada pelo Katrina, conhecida como "Bathtub" e do dificil dia a dia de alguém tendo que sobreviver em condições de quase absoluta miséria. E de criaturas gigantescas vindo na direção delas.
E do pai da Hushpuppy (segundo melhor personagem do filme) tendo que desesperadamente fortalecer a menina pra sobreviver (e "reinar") nesse mundo.
Eu sou avesso à sentimentalidades mas admito aqui, eu chorei discretamente ao final do filme, quando os monstros encontram a jovem Hushpuppy. Recomendo enfaticamente aqui que vejam esse filme, pq, junto com Holy Motors (e eu sou bitch de ambos demais pra não bota-los juntos no topo da lista) ele é - só pra enfatizar - o MELHOR-FILME-DO ANO.
E ponto. (Ah sim, e segundo Maristela, minha namorada, Hushpuppy cresceu, aprendeu a lutar com uma espada e adotou o nome de Michonne, passando a vida adulta como a caçadora de zumbis mais foda que já existiu. Não, isso não tem qualquer relevância para o resto do texto, mas é um comentário de uma awesomeness tão grande que eu não podia deixar passar batido)

Menções honrosas

A origem dos guardiões
John Carter
The Raid
Prometheus
Shame
Moonrise Kingdom

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"Fame" no "Soul Train"



Mano, como é que eu nunca tinha visto isso? O Homem no "Soul Train"

Não, e vejam bem, estamos falando de um Bowie ainda muito associado ao lado glam de sua prévia encarnação, Ziggy Stardust, então, imaginem o choque do cara indo cantar soul em rede nacional....
Awesome!!!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ah sim, como puderam notar, no post anterior, depois de um tempinho de férias, o GotR retoma suas atividades.
Party On, guys!!! o/

"Where are we now?"

E ontem foi aniversário dO Homem.
Nem esqueci, floodei timeline no twitter e tumblr com tudo que eu achei a respeito dele, pouco me importando se quem me segue ia curtir ou não, pq, afinal das contas, nunca escondi que David Bowie é, seguramente, um dos homens mais importantes da minha vida. E aí, eu entro na net ontem, pronto pra escrever posts tecendo loas aO Homem, pelo seu sexagésimo sexto ano de vida, e aí eu descubro que ele tem cd novo pra lançar esse ano.
E eu, que não compro um cd já faz uns bons 10 anos já vou começar a juntar grana pra quando sair, poder botar minhas patas ursídeas nele. 
Segue o clipe da belíssima primeira música do cd anunciado, "where are we now?" em que O Homem versa sobre saudades, sobre Berlim (de onde vieram 3 dos seus melhores albuns), sobre o passado e sobre o futuro. 



Eu? Tô feliz como há muuuuuuuito tempo eu não me via. ^^