domingo, 28 de junho de 2009

Ah sim, e antes que eu me esqueça, eu quero fazer isso há semanas, então lá vai...

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aham:






....


RONALDO!!!!

huahauahauahauahauahauahauahauahauahauahauaua

Ok, podemos voltar à nossa programação normal ^^
Tava pensando cá com meus botões, ainda sobre o filme que eu vi ontem e tals, sobre esse negócio da arte. Tipo, o final de "apenas o fim" que cita a cena de "Annie Hall" em que por meio de uma manifestação de arte (cinema no primeiro caso, uma peça de teatro no segundo) os protagonistas consertam aspectos de suas vidas que eles acham que saíram meio "tortos" na vida "real".
Automaticamente eu lembrei daquele "Sinédoque, Nova York". O filme, por mais defeitos que tenha, suscita uma discussão muito legal sobre isso da arte, já que o que é apenas citado nos filmes acima é basicamente o mote inteiro deste último. Nele, um diretor frustrado tem a chance de realizar uma peça financiado por uma entidade de incentivo às artes, ou seja, sem precisar se preocupar com o custo desta, e começa a criar em estudio uma réplica menor de Nova York. Depois, contrata atores para interpreta-lo e chega ao extremo de contratar atores para interpreta-lo CONTRATANDO atores para interpreta-lo, num exercício de metalinguagem com tantas camadas que periga vc se perder se não prestar atenção, onde, recriando o contexto onde vi, o personagem tenta entender onde diabos tudo deu errado. Claro que se em "apenas o fim" e "annie Hall" os personagens utilizam a arte para se redimir, o diretor de "sinédoque" nao tem tanta sorte, e acaba se perdendo dentro da obra criada, sem saber mais se era criador ou criatura.
Bizarro isso, né?
Faz vc pensar um pouco. Pq tipo (e essa deve ser a discussão mais antiga do mundo, então, nao esperem que eu esteja descobrindo território inexplorado aqui) isso te leva a pensar se a arte REALMENTE é um meio de representação do mundo ao seu redor, do que ele é ou poderia ser, pro bem ou pro mal, ou se na verdade, a vida não passa de um rascunho para a arte. A arte passa a ser a real forma de vida, criada por pequenos "deuses" individuais que não se submetem a realidade em que estão arbitrariamente inseridos e decidem recria-la melhorada (ou não, no caso de Sinédoque essa força - que aqui eu chamo de arte - se mostra tão arbitrária quanto a vida "real", a ponto do protagonista se perder dentro dela....). E se alguém pode afirmar que a vida ganha da arte pelo aspecto "real", eu lembro do papel que o tempo desempenha em confundir ambas, afinal, a vida acaba, criadores morrem e consequentemente são esquecidos, mas a arte permanece imortal superando o próprio artista que a concebeu, este pequeno projeto de deus.
Legal quando um filme (ou qualquer manifestação artística) suscita esse tipo de reflexão, né?
Ok, só pra tirar do caminho e podermos seguir adiante;
Nesses dois meses em que fiquei fora:
- Tive um problema foda na perna que me deixou quase um mês sem conseguir andar.
- Por causa disso, fui internado e passei 14 dias recebendo antibióticos na veia, ou seja, TODO SANTO DIA alguém me furava pelo menos umas 2, 3 vezes (o recorde foram 8 picadas. 5 nos braços e 2 na jugular). Mas se acham que isso dói, é pq obviamente nunca passaram pela experiencia de ter que fazer uma drenagem de pus. Creiam-me crianças, é uma cena digna de filmes de terror gore. Todo esse período lá no Hospital Universitário só não foi traumático pq minha coruja ficou o tempo todo comigo, fazendo palavras cruzadas, conversas sobre tosquices, me contando histórias pra eu comer aquela maldita salada (aliás, falam mó mal de comida de hospital, mas eu definitivamente não tive do que reclamar)....aliás...
- .... Meu namoro continua muito bem ^^. Inclusive....
- ..... eu e Maristela devemos estar indo morar juntos ainda semana que vem. Sim, sim, mal consegui me assentar aqui, já estou mudando de novo. Ou seja, toca toda aquela fase de encaixotar coisas e conseguir carreto pra levar mudança e todo esse processo extremamente whatever. Mas é um mal que vem pra bem, já que a nova casa, que fica aqui pertinho vale ressaltar, é muito legal. Se perigar, o lugar mais legal em que eu moro desde que cheguei aqui em SP.

Acho que é isso....

sábado, 27 de junho de 2009

Iggy

Diabos..... raras foram as vezes em que um cd consegue me ganhar já na primeira música, mas pqp.... "Les Feuilles Mortes", do tal cd de jazz do Iggy Pop conseguiu...
Que música linda, man!!!!

"Apenas o fim"




Então.... ouvi falar mó bem desse filme "Apenas o fim", mó citado em quase todos os sites de cultura pop que eu costumo ler, então, pensei, pq não?
Fui hoje à tarde (e os Deuses são testemunhas do quanto eu precisava desanuviar a cabeça depois de uma sexta feira dos infernos) lá no HSBC ver do que se tratava, mas com um certo pé atrás.
Vejam bem, eu sei que isso de citações nerds deveria atrair como mosca no mel e tals, o problema é que eu sempre fico me pergntando se a obra se sustentaria sem isso.
Anos atrás, comprei um livro chamado "Cabeça Tubarão", todo hypado e tals, um livro de ficção cientifica que dialogava diretamente com o publico alvo dele e tals, tinha ARG, citações pop e......
.....bem.... e o livro não era lá grande coisa. Tinha conceitos interessantíssimos, mas morria aí. Desde entã, eu fico com um certo pé atrás com obras que prometem ser um retrato pop da geração atual e bla bla bla.
Dito isto, e com um certo pé atrás, fui ver o filme e..... adorei.

O filme não cita apenas clássicos da cultura pop como Transformers, Pokemons, as Tartarugas Ninjas, Nintendo X Sony e os cavaleiros do zodíaco, mas também tem umas sacadas que falam direto ao publico nerd/indie, como o vislumbre rapidão da capa de "alta fidelidade" ou do "cuca fundida" (de Woody Allen) no criado mudo do casal numa cena em que conversam no quarto...
E além disso tudo, e respondendo a questão acima, SIM, o filme se sustenta se desconsiderar tudo isso, pq ele fala do final de um relacionamento, atingindo em cheio qualquer um com (preparem-se pro clichê) um coração batendo dentro do peito.
E em termos cinematográficos, o filme lembra somente obras clássicas. Se ao se concentrar nos dialogos ele lembra Godard, e o estilão de um casal passando o dia conversando remete direto aos filmes "Antes do Por do Sol" e "Antes do amanhecer" de Richard Linklater, o filme também remete em pequenos detalhes a outros clássicos.
Por exemplo, a cena em que ele (vou me refeir a eles como "ele" e "ela" pq eles nao tem o nome mencionado no filme, o que aliás, aumenta a proximidade com o casal, já que eles podem ser qualquer um, amigos, irmãos, eu e vc...) ganha dela uma caixinha com algo dentro, que não é mostrado em momento nenhum, lembra aquele momento de intimidade em "Encontros e Desencontros", em que Bob Harris sussurra algo no ouvido de Charlotte, e igualmente ficamos sem saber do que se trata. Nada mais natural que, em ambos os casos, o casal tenha seu momento de intimidade só deles, nos restringindo inclusive de partilha-lo pq...bem, não é da nossa conta, oras...
E claro, a ceninha que rola depois dos créditos (se vc foi ver o filme e saiu antes, HAH, trouxa, se ferrou!!!!). Nela, os atores de um filme rolando dentro do filme (o casal passa por meio das filmagens rolando na PUC, cenário de todo o filme) recriam a cena da separação definitiva do casal, mas agora com final feliz. Impossível não lembrar de uma cena identica em "Annie Hall", em que o personagem de Woody Allen recria, numa peça de teatro de sua autoria, cenas de sua vida com Annie, sua ex-mulher, mas também reconta a história com um final diferente do que teve na vida "real", agora com ambos ficando juntos. A explicação dada pelo personagem eu cito aqui
"É como quando vc tenta fazer tudo sair perfeito na arte pq na vida é real é dificil"
Na arte, tanto no filme de Woody Allen quanto no de Matheus Souza (que além de dirigir, cuidou do roteiro) a arte acaba redimindo os personagens da vida real, ainda que seja só um pouquinho (nem que seja só pra jogar as migalhas de um potencial final feliz para o público que, sejamos honestos, sempre acaba torcendo pro casal terminar junto). E essas menções, intencionais ou não, não são demérito nenhum pro filme, apenas mostram o leque riquíssimo de influências que o direto de "Apenas o fim" possui.
Qualquer que seja o próximo filme dele, com ou sem citações nerds, gente com all star no pé e Los Hermanos na trilha sonora, contará com a minha presença na primeira fila, com certeza.

Confissão....

....é claro que eu fiquei triste quando soube que Michael Jackson morreu e tals, mas confesso que eu me senti mal, mas mal MESMO foi quando James Brown morreu....