segunda-feira, 24 de junho de 2019

Doom Patrol s01e15: "Ezekiel Patrol" - "When the shit goes down ya better be ready"


So....this is it.... the end.
O fucking final.
Curioso pensar que agora, enquanto escrevo esse texto encerrando a série de recaps cobrindo o show, eu não consigo me lembrar qual foi o gatilho que desencadeou meu interesse inicial no programa. 
Eu lembro de ler comentários, aqui e ali, lembro de ter asco da idéia de assistir Doom patrol por causa da associação com a série dos Titans, uma das piores coisas que resultaram desse casamento entre tv e quadrinhos (e vejam bem, eu vi aquele desastre que foi a season 2 de Demolidor). Eu lembro de ver as pessoas erradas elogiando o show (o tipo de gente que ainda vê Arrow e  que curtiu Defensores e que vai bater palma pra qualquer coisa com o selo "nerds" pq esse é o parâmetro que elas usam pra se definirem como indivíduos). Mas aí, eu tenho vaga lembrança das pessoas certas elogiando o show. E começaram boatos sobre Flex Mentallo e Danny, the Street. E as pessoas certas começaram a falar mal do show (as mesmas descritas 4 linhas acima). E aí alguém mandou uma comparação com Legion. E quando eu vi, eu estava fisgado. 
O piloto foi bem decente. "Vamos ver qual é que é".
Quinze episódios depois, eis-me aqui, dotado daquela perspectiva que o tempo nos dá, capaz agora de olhar pra temporada de estréia da série à uma dimensão de distância, tal qual o próprio Mr. Nobody faz. E minha opinião dessa história, agora dotado da ciência de pra onde os roteiristas queriam ir e tals?
Eu gostei............ em partes. 
Partes do final funcionaram perfeitamente em mim. Uma parte dele, uma particularmente grande, devo dizer, não muito. Primeiramente, lidemos com o fallout do ep. anterior: como tencionava o Mr. Nobody, o time foi completamente destruído. Larry e Rita terminam morando juntos, num arremedo de vida "normal". Cliff segue aos trancos e barrancos. Jane procura alívio em drogas, completamente entorpecida em seu safe space. Ciborgue continua  no bom combate, mas em uma escala menor, menos "JLA" do que a que ele pretendia no começo da série. E é isso. Até que a força das circunstâncias - e um karaoke particularmente tosco de Eugene - reúnem aquelas pessoas em uma ultima missão de resgate para Niles, o patriarca proscrito daquele grupo. And way we go...



Okay, agora que estamos aqui, um pequeno desvio na rota: afinal, sobre o que diabos é essa série? O que ela quis passar? Qual a mensagem dela? E como esse final funciona dentro desse macro-tema que, supostamente, percorreu cada um de seus quinze capítulos?
Acho que o momento que posso usar como melhor referencia pra começar a responder essa pergunta ocorre bem no comecinho de "Ezekiel Patrol" quando Morden, vitorioso e com sua obra prima completa, indaga um destroçado Niles: "Como é se sentir um ninguém?"
De certa forma, eu consigo encapsular a série inteira nessa pergunta. Doom Patrol sempre foi sobre little people, gente quebrada, reagindo aos mandos e desmandos de gente poderosa. Os nazistas de Fuchstopia, os religiosos da ordem do livro não escrito, o Bureau of Normalcy. Faces diferentes representando a mesma coisa: braços da ordem estabelecida como a conhecemos (exército, religião, estado) impondo sua vontade sobre o "povinho". A Doom Patrol nada mais era do que esse mesmo povinho, ciente do próprio poder, decididos a derrubar esse "sistema" (a escolha de palavras aqui não foi aleatória) em prol de algo melhor pq, afinal, TEM que haver algo melhor.



A Patrulha original e o episódio passado no underground da Jane nada mais são do que o time lidando com as consequências da ação dessas mesmas forças do poder estabelecido em gente como eles próprios. Os restos mortais da ação do establishment, voltando pra morder o pé de seus algozes. O que nos traz ao suposto nêmesis do show, o big black hat, o grande vilão. Mr. Nobody. Mas lembremos que no mundo dos quadrinhos, normalmente o arqui-inimigo do super herói é um reflexo distorcido dele mesmo. De um lado temos Superman, do outro Luthor, ambos funcionando como visões do potencial da humanidade, bom e ruim. De um lado temos o Homem Aranha, do outro temos Norman Osborn, ambos cientistas com uma mente prodigiosa, diferentes apenas em virtude do que decidem fazer com suas habilidades.
De um lado Xavier, do outro Magneto. Batman e Coringa. David Dunn e Mr. Glass. Neo e Agente Smith. E por aí vai. Morden, é, ele ´próprio, também um "little people", uma pessoa que nem a gente, na base da pirâmide social, um boneco de marionete nas mãos de quem detêm o real poder. E como nos quadrinhos, seu masterplan não envolve dominar o mundo, mas tal qual o trickster que é, revelar a verdade diante dos olhos que fogem dela, doa a quem doer. E essa verdade é que o inimigo do grupo estava mais perto dele do que eles imaginavam. Vem a revelação final e todos esses vilões são reunidos na forma de uma figura simbólica, um fantasma na vida daquelas criaturas: a figura do pai abusivo. Pq afinal, o que é o estado fascista além de um gigantesco pai que acredita que sabe o que é melhor pros seus filhos e vai lembra-los disso a base de muita opressão e violência? E afinal, uma parte substancial da dor dos 5 membros do time vem, em parte, do fato de serem maus pais (Cliff, Larry e Rita, que na posição de mentora, foi uma mãe ruim de todas as meninas que "aproximou" do produtor abusivo com o qual trabalhou. E não coincidentemente, o principal trauma que ela vivenciou, consequência direto disso, é relacionado com uma gravidez indesejada) ou de serem filhos de maus pais (Jane, caso mais claro. Silas não foi um mau pai, mas um que tomou algumas decisões particularmente infelizes e que resultaram em um abismo emocional entre ele e Victor).  Os dois piores monstros da série, Niles e o pai da Jane, tem a força que tem e fazem o estrago que fazem pq simbolizam o cisma primordial (o momento em que o que nossos pais querem e o que nós, enquanto indivíduos, queremos, vão em direções opostas) e, como consequência, o ato de rebeldia primordial (quando verbalizamos essa oposição pela primeira vez). Vc, meu ímpio maldito lendo isso, teve seu primeiro momento como indivíduo autônomo e independente quando, pela primeira vez, se distanciou da obediência cega aos pais, quando vc decidiu se afastar das crenças deles. Acontece com todo mundo. Mas é doloroso. Pq os pais, sejam eles indivíduos humanos ou instituições sociais, não gostam de desobediência e eles costumam deixar bem clara sua desaprovação quando contrariados. E, spoiler alert: Eles detêm o poder. Físico e financeiro. E emocional. Nem todo pai é um fascista em potencial. Pessoas diferentes entendem os filhos de formas diferentes, mas mesmo o hippie mais partidário da "auto-gestão" vai deixar claro, ainda que de forma passiva, o desapontamento com sua prole quando esta declara crença em algo que vai contra as deles próprios. E esse é o momento em que pessoas se definem como pessoas. Por isso a cisão é tão dolorosa. E isso com pais normais. agora, imaginem o quanto isso é amplificado quando vc se vê sob controle de um pai abusivo?






Essa é a situação da Patrulha nesse episódio. O que nos traz ao ponto que eu não gostei da história. 
O final. Não os eventos que ocorrem dentro do quadro, aquilo foi pura empatia do grupo para alguém em situação de risco, precisando de ajuda. Aliás, esse é o momento mais catártico de "Ezekiel patrol", quando, contrariando o que seria de se esperar, eles decidem agir como grupo e resgatar a filha de Niles. Essa catarse vem por este ser o primeiro momento deles, como um time em que todos ali tem autonomia real sobre o próprio destino. 
Não os eventos dentro do quadro, pq aquilo foi awesome.
Mas o final mesmo, a cena que encerra o episódio. Aquele sorriso trocado entre os personagens e seu mentor. Pq todas as cisões do tipo vistas na série, foram definitivas e brutais. Jane matando os nazistas, o grupo descriando o DeCreator, a surra que o agente Jones leva e a posterior destruição do Bureau pelas...hã...angry butts.... E claro, a pior de todas, a vitória de Jane e Kay sobre seu pai abusador. Todas foram vitórias indiscutíveis e sem disfarce, momentos em que o band aid foi puxado de uma vez e sem dó. E aí termina o ep. e só faltou a piada final, estilo episódio do He-Man, com todo mundo rindo junto. Pq, não nos esqueçamos, independente das motivações de Caulder, ele foi um monstro que arruinou as vidas de DOIS times da Doom Patrol, que pretendia, caso a atual formação não desse certo, abandona-los como um projeto falho e tentar de novo e de novo e de novo, até ser bem sucedido. Não é o tipo de coisa que se perdoa com 5 minutos de conversa e meia duzia de sessões de terapia coletiva. Um dos riscos de se reverter a situação do grupo ao status original é cair na glamourização da dor com a série deixando implícito que as tragédias impostas ao time pelo seu ex-protetor são responsáveis pela paz de espírito que eles encontraram no decorrer do programa, o que seria algo desastroso. O preço disso talvez seja perder a brilhante atuação de Timothy Dalton no show, mas, hey, cortar o cordão umbilical é sempre um processo tenso. Não seguir adiante seria desrespeitoso com toda a jornada que experienciamos junto com aquelas pessoas. Se o plano for manter Niles numa potencial - e ainda incerta - season 2, vão ter que gastar o devido tempo explicando como - e SE - a relação entre tais sujeitos foi posta em ordem. Não que eu ache isso possível, mas....





Mas vou tentar ser copo meio cheio aqui: aquilo, no final,  foi só uma cena e, no máximo, o time deve continuar a manter laços com o chief por causa do futuro da jovem Dorothy. Mas de forma distante, com a relação entre eles sempre com uma falha, como um cicatriz que nunca desaparece. E apenas pq aqueles indivíduos decidiram que é o que querem pra eles. pq agora, eles se percebem (pra quem pensou que eu não enfiaria a palavrinha percepção em algum lugar do texto final sobre o show, tomem essa) como criaturas donas da própria narrativa, literal e metaforicamente falando.  As feridas estão abertas e duvido que se fechem. Mas o processo de cura começou, o que já é algo. A cena entre Jane, Dorothy e Niles dá sinais de que a retomada de laços não é impossível. O final de "Ezekiel patrol" é o doloroso e hesitante primeiro passo de um longo trabalho e de uma longa e tortuosa jornada. Mas ainda assim, um primeiro passo e, afinal, toda viagem, independente de sua natureza, duração e dos riscos envolvidos, começa com um.





- Sobre o episódio em si: tivemos Danny, the street, tivemos Ezekiel, tivemos Flex, ainda que só indiretamente e tivemos Admiral Whiskers. Não tinha como não ser épico. Sobre os dois kaijus do ep, inclusive: falei acima sobre fascismo e o simbolismo pra este que rola por toda a série e não consegui não enxergar os dois monstros como facetas desse conceito que, inclusive, não é estranha pra ninguém nos dias atuais.




Mr. Nobody usou Danny e Ezekiel o quanto pode e os empoderou, até que eles, grandes demais, voltaram pra morder a mão que os alimentou. Whiskers, um animal associado frequentemente à doença e lixo (white trash?). Ezekiel idem. Ambos abraçaram o fanatismo religioso e a opressão como formas de vingança contra "tudo isso que tá aí". Parasitas usando fé e raiva como ferramentas de se agigantarem diante do mundo, de ganhar um poder que não merecem e que jamais conseguiriam de outra forma, rancorosos pela própria insignificância. Familiar?




- A cena da Jane no seu safe space, completamente letárgica, me lembrou o encerramento de Paranoia Agent. O anime, de autoria de Satoshi Kon, é igualmente cabeçudo e cheio de simbolismos. Recomendo com força.




- Larry parece o que está em melhor situação no começo do episódio, mas roteiro e direção  encontram uma forma bem elegante de mostrar que o personagem se encontra no mesmo estado emocional que seus colegas: o local onde ele vai pra liberar o negative man, onde a casa em que ele e Rita moram fica, é quase idêntico ao safe space da Jane. Não é uma coincidência que a ação e a retomada de poder começa pros dois no momento em que eles dão as costas pra esse lugar. No more hiding
- Achei curioso que Mr. Nobody pode redefinir a realidade via narração pq se encontra numa dimensão acima ao dos personagens da série. Ele, por sua vez, vive no white space das hqs. Posso estar lendo demais aqui, mas vejo isso como um sarcástico lembrete de que os gibis são a fonte original dessas histórias e que por mais que o live action faça um bom trabalho de adaptação e por mais que tecnologia de cgi avance e evolua, ainda é uma experiencia secundária. A fonte original ainda são os quadrinhos, o local de real poder daqueles personagens, onde não existem restrições orçamentárias, leis da física a serem respeitadas ou contratos de ator a serem rediscutidos. Papel, tinta e mentes criativas. E o céu é o limite.
- É isso. O final não foi perfeito pra mim, mas foi, indiscutivelmente, muito bom. Pra onde vamos agora, não tem como saber. Hey, nem a season 2 do show ainda é uma certeza. Aliás, nem o futuro da porra da plataforma de streaming para a qual o seriado foi criado é uma certeza. Se houver uma season 2, voltaremos a ela. Senão, foi um bom final, redondinho e cheio de potencial, uma boa história sobre as dores de se virar adulto, de se sobreviver às porradas da vida e de se permitir mudar e adaptar. Evolve or die. A merda sempre vai vir, seja em doses homeopáticas, seja como um tsunami que periga nos engolir. Quando ela vier, como muito bem versaram os membros do Cypress Hill na canção que fecha o ep. e, por sua vez, a temporada inicial da série, o melhor é estar pronto. 


A seguir: Doom Patrol, o gibi. 
And also.... Legion

quinta-feira, 20 de junho de 2019

quinta-feira, 13 de junho de 2019

and now for something completely different....


Jogar Nier Automata é tipo, em iguais medidas doloroso e maravilhoso. O jogo é incrível, a história é absurda de boa, os personagens são adoráveis. O problema é que os personagens são adoráveis e o roteiro não tem piedade com quase nenhum deles, heróis, vilões e o mar de coitados pegos no fogo cruzado entre um e outro grupo. Mas eu falo mais disso quando acabar o jogo.
No entanto, o que eu quero mencionar com força aqui é a qualidade insana das músicas do game, concebidas por Keiichi Okabe e a equipe de seu estúdio, o Monaca. O vídeo abaixo é de uma apresentação ao vivo que rolou em 2017 das canções do jogo e que reuniu todo mundo incluído na trilha, incluindo as duas cantoras principais, Emi Evans e (minha favorita), J'Nique Nicole. Sério, a voz dessa mulher é algo de extraordinário. Quem não jogou o neo-clássico de Yoko Taro e for se aventurar pelas canções, já aviso: altas doses de melancolia aqui, okay? É a trilha sonora de um jogo cujo principal tema é a solidão, o peso existencial e aquilo que faz dos humanos, humanos. Tão avisados. 
Falo mais do jogo quando terminar seus vários finais. E se sobrar algo da minha alma no processo....

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Doom Patrol s01e14: "Penultimate Patrol" - "What is it that set us free?"



Esse provavelmente vai ser o menor texto da série aqui no blog, cobrindo a primeira - e segundo rumores recentes percorrendo a interwebz, única? - temporada de Doom Patrol. Não pq não tenha rolado muita coisa durante o episódio, mas por que
a) foi um episódio de set up. Quase um prólogo pro episódio seguinte, que encerra a temporada e
b) Pq ele girou quase todo em torno de simulações de realidade criadas pelo Mr. Nobody para despistar seus inimigos, antes da inevitável luta final. Dá pra dizer que o episódio, além da parte um que precede o clímax no seguinte, é um gigantesco preambulo do seu ato final, quando após conseguir superar os labirínticos desafios impostos a eles pelo "vilão", eles finalmente tem seu confronto.
O twist vem, no entanto, do fato de que a "luta" não é física, mas emocional. E o adversário não é o Mr. Nobody, mas o patriarca e fundador daquele time. Pra quem leu a fase de Grant Morrison no título da Patrulha do Destino, não foi surpresa nenhuma a revelação, já que ela rola também na hq. Mas considerando que o Chief da série é bem mais caloroso e humano que o frio e estóico Niles do gibi, o impacto emocional da revelação acaba sendo maior. Caulder foi o responsável pelos horrores que transformaram pessoas quebradas em super humanos igualmente quebrados. 






Há aqui, óbvio e principalmente nos dias atuais, o risco de se glamorizar a dor como mecanismo de desenvolvimento dos personagens. Quem lembra de Sansa Stark quase grata por ter passado por toda sorte de horrores (estupros, inclusive) pq isso a tirou do seu estado inicial de comodismo e a tornou a figura pivotal que ela é ao final de GoT? O roteiro de Chris Dingess no entanto consegue bailar sobre tais questões com a devida graciosidade. Eles não são gratos pelas desgraças que os acometeram, mas já que elas vieram, eles decidem aceitá-las como parte daquilo que os reuniu, que os tornou aptos a salvar vidas e interceder contra injustiças. Eu gostaria de não ter sido exposto ao tipo de coisa pela qual passei quando criança e adolescente, mas aceito esses episódios como partes daquilo que me moldaram e me tornaram a pessoa que sou hoje. Talvez eu seria uma pessoa melhor sem eles? Talvez. Mas talvez, se uma cereja fosse menor e verde, seria uma ervilha. O fato é que é isso que eu sou e é isso que eles, Vic, Jane, Larry, Cliff e Rita são e o que nos resta é fazer a melhor limonada possível com os limões que a vida nos deu. E no processo, salvar o mundo. 
Mas claro que aí vem o final do episódio e o destino reserva uma ultima rasteira bonita para cada uma daquelas pessoas. Era preciso que eles tivessem passado por toda a gama de experiências que viveram desde o season premiere e chegassem aqui já resolutos e seguros sobre as próprias personas para a revelação de Niles ter o impacto que tem (neles e na gente). Uma jornada imensa de auto aceitação reduzida à pó. O grande confronto não ocorre e só veremos o resultado dos eventos ao final de "penultimate patrol" no capítulo final desse primeiro ano do show, mas o que quer que aconteça, houve um "confronto".
E Mr. Nobody venceu. Aquele grupo de misfits é aniquilado. Caulder termina completamente isolado. O que quer que vá surgir dali, vai ser uma besta completamente distinta. 
As peças, se me perdoam pelo uso dessa metáfora clichezenta, estão nos seus devidos lugares. A orquestra, chegou no ponto máximo de seu crescendo. 



Que venha o ato final!!!!

- Cliff, punk até a medula, com camiseta do Bad Brains.
- Episódio, punk até a medula, abrindo com Gimme Danger, dos Stooges



- Adorei os elementos meta do episódio.  Primeiro, temos a menção ao white space, nada mais que o que chamamos de "calha" dos gibis, aquele espaço branco separando os quadros de uma revista em quadrinhos. Segundo vários estudiosos da mídia, entre eles Scott McCloud, é nesse espaço que rola a magia quando lemos HQs. Pq gibi é uma sucessão de quadros e desenhos. Quem transforma aquilo tudo num evento contínuo, sequencial, é a gente enquanto lê, enquanto transitamos entre um quadrinho e outro. 





Rita, por sua vez, literal e figurativamente, decide resgatar de volta a narrativa da própria vida e da história em que está inserida. E claro, não posso deixar de mencionar a frase sobre a real extensão dos poderes de Nobody, capaz de "sequestrar essa plataforma de streaming inteira, se quiser"
- Elegante também o call back do "Booyah" do Cyborg, retomando um comentário de lá atrás, solto de forma completamente descompromissada em "Therapy patrol". 
- "You want to be original". Desculpem, eu preciso falar disso: Mencionei lá em cima, que essa pode ser a última temporada do show, em virtude de boatos que rondam pelas redes sociais. O negócio surgiu depois do súbito cancelamento da série do Monstro do Pântano, depois de UM episódio exibido. Independente das motivações, o lance é que começou uma discussão sobre a Warner, dona da DC e da plataforma de streaming da editora, estar insatisfeita com os programas criados para o site. De acordo com o que alguns sites publicaram, a idéia é algo menos "artsy" e mais "Arrowverse". O que dá um tom melancólico pra frase acima, dita pelo chief a respeito do seu oponente e da resposta dele "I'm not basic". Doom Patrol passa longe de ser básica, sendo uma das coisas mais originais feitas em cima do universo de super heróis em qualquer mídias, mas, assim, DE LONGE. No meu cânone pessoal, depois de mais de dez anos desde que surgiram os filmes da Marvel e as séries da DC na TV, se salvam apenas Pantera Negra, Iron Man 3, Thor Ragnarok, Logan, Capitã Marvel, Infinity War, Endgame, Legion, os dois primeiros filmes do Blade e óbvio, Doom Patrol.
O resto oscila entre o "bacaninha" e o "meh". Se forem verdadeiros esses rumores, estamos de novo diante da típica estreiteza de visão dos executivos, a mesma assassina de preciosidades como Pushing daisies, Firefly, Constantine, Hannibal e outros projetos que acabaram cedo demais, antes de poder atingir seu pleno potencial e contar a história que pretendiam em sua totalidade. Os engravatados da Warner tem uma pérola em mãos mas estão insatisfeitos pq ela não é "básica" o suficiente. 
Espero que os boatos sejam só boatos, mas se não forem, admito: vou ficar decepcionado, mas não surpreso. 

A seguir: Danny. Admiral whiskers. EZEKIEL. Fucking Kaijus. HELL UNLEASHED!!!!!! E o fim....
Also: fiquem com a imagem de Flex, flexionando seus poderosos músculos enquanto segura um gibi....


domingo, 9 de junho de 2019


and now for something completely different......


...e só pq o trailer de Death Stranding deixou essa música na minha cabeça por dias.....


Ospreay, the dragon slayer




quinta-feira, 6 de junho de 2019

Um recado da diretoria:

desculpem pela ausência de posts nos últimos dias. O curto sumiço se deu em virtude de generosas doses de:


Sério, jesus do céu, eu não tenho mais idade pra isso. Cheguei atrasado pra meu primeiro BoSJ e tirei semana passada e essa pra ficar em dia com os 14 dias do evento que precederam a final, ocorrida ontem cedo. E ainda bem que eu fiz isso. Poderia não ter me enfiado em tal empreitada e ainda teria visto um PUTA evento foda, com 3 main events que já justificariam cada segundo gasto com o show.
Mas eu fui lá e passei horas e horas e horas e horas vendo o tournament em sua totalidade e graças a isso, pude ver histórias em seu começo, meio e fim e pqp, que coisa foda. O arco de Juice e sua jornada emocional que o levou em rota de colisão com Dean Ambrose Jon Moxley. 
O conflito de Robbie Eagles entre assumir o lado bully do Bullet Club ou talvez, bite the hand that feeds him.
E claro, a jornada quase impossível de Will Ospreay, o Dragon Slayer, em derrotar o final boss da divisão de cruiserweights da New Japan: Shingo Takagi. Fora os plots que ficaram em aberto como a rivalidade entre Takagi e o jovem Sho. 
To be continued, com certeza. 

Meu ranking de lutas do evento, sem ordem de preferencia.
Dragon Lee vs Titan 
Rocky Romero vs El Phantasmo
Will Ospreay vs Shingo Takagi
Dragon Lee vs Shingo Takagi
Sho vs Shingo Takagi
Marty Scurll vs Shingo Takagi
Jonathan Grisham vs Shingo Takagi (vejo um padrão se formando aqui)
Yoshinobu Kanemaru vs Sho
Robbie Eagles vs Douki
El Phantasmo vs Will Ospreay

E com relação ao MVP do BoSJ 26... cacete, mano..... Eu consigo ver essa edição do torneio como um momento paradigmático na carreira de quase todo mundo ali. E de fato, todos os personagens dessa bagaça tiveram seu momento de grandeza: Ishimori e os meninos do Ropongi 3k se consagrando, o mundo prestando mais atenção em nomes como Phantasmo, Eagles, Grisham, uma declaração de amor linda à lucha libre mexicana, um começo de jornada para Ren Narita impressionante, uma celebração das gloriosas carreiras de Ryusuke Taguchi e Rocky Romero. E claro, o momento em que Ospreay tomou seu lugar no topo da montanha da divisão de jr. heavyweights da New Japan.

.....MAS......se vcs olharam a lista acima....tem um nome que se destaca dentre os demais. 


Meu MVP, fácil. 
Nunca tinha acompanhado uma edição do torneio em sua completude, apenas visto algumas lutas soltas, aqui e ali. Até agora, obvio. Ano que vem? A data do começo do Best of Super Juniors vai constar no meu calendário oficial de eventos de luta livre obrigatórios, juntos com outros como o Wrestle Kingdom, G1 Climax, o BOLA e alguns outros. 
Agora, voltemos à nossa programação normal pq a vida não é só wrestling e...

"mas tem o Dominion daqui há dois dias"


oh...

"E o anúncio do G1"

......hã.... okay......

Voltemos à nossa programação normal.......... por enquanto. :-)

sábado, 1 de junho de 2019