segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Sacred blessings count for nothing....


Shin Godzilla (ou Godzilla Ressurgence) é um filme que gruda na sua cabeça por dias e dias a fio. Ele é exatamente o que eu esperava de um filme de monstros gigantes com direção de Hideaki Anno, o criador de Evangelion, e completa e absolutamente diferente da minha expectativa mais lisérgica. Acho que o reboot com mais cara de reboot, por ser algo realmente, REALMENTE novo feito com o Big G. Acho que só consigo comparar com a absurdamente foda e épica trilogia da Gamera dos anos 90 (Final Wars é meu filme favorito de kaijus ever, mas por motivos diferentes. Pela massaveice e diversão envolvidas. O Godzilla de 2016 e a trilogia protagonizada pela tartaruga gigante são coisas num espectro completamente distinto). 
Vou falar sobre o filme com o devido cuidado e atenção pq eu e o rei dos kaijus temos um certo passado que pode ser encontrado nos arquivos deste blog.
Esse post é só pra comentar sobre "Persecution of the masses", música mais marcante da trilha sonora do novo filme, composta por um colaborador frequente de Anno, Shiro Sagisu (compositor de trilhas de vários outros animes, entre eles Casshern, Berserk, Bleach, Ranma 1/2, Macross, Nadia e, obviamente, Neon Genesis Evangelion). Rapaz, eu ouvi essa música em looping por dias e dias e dias.... e não cansa...



A trilha sonora é quase que totalmente imperceptível na maior parte do tempo, mais uma camada que acrescenta texturas aos horrores que estamos vendo do que algo feito pra desenhar pro publico como reagir. Aqui e ali, temos o tema clássico do big G, em sua forma original ou em versão reimaginada, que nos toma de assalto. Mas a primeira vez que "persecution..." surge, é pra nos acertar em cheio,  de forma arrebatadora, pra abraçar aquela história e deixar claro que nada vai ser como era antes. Não coincidentemente, ela toca na primeira cena de impacto do filme e surge tal qual como o deus/demônio que protagoniza o longa: divinal, impressionante, macabra e impossível de ser ignorada. Uma oração desesperada diante do deus atômico que avança inclemente Japão adentro. Tão titânica quanto deveria ser. 

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