terça-feira, 25 de agosto de 2015

Esquadrinhando a(s) quarta(s)

então, guys. Nos últimos 15 dias, desde aquela fatídica queda da net aqui no trabalho, tenho aproveitado pra botar os gibis em dia. e boy, li muita coisa. Tava atrasado com alguns dos tie-ins de Secret Wars e um ou outro titulo de outras editoras, fora o material mais antigo (DMZ, Shade -  the changing man, a Doom Patrol do Morrison). Comento aqui alguns dos títulos lidos e as impressões básicas que me deixaram....

VERTIGO

Mad Max - Fury road: Furiosa


Um gibi muito legal que expande um pouco a mitologia do universo apresentado no 4º filme da série de fantasia distópica criada por George Miller. E que personagem foda é a Furiosa. Aqui a gente vê o começo da relação dela com as demais noivas de Immortan Joe e o começo das fraturas na relação dos dois, que vai levar ao ato de insurreição visto em "Fury Road". Roteiro e desenho em perfeita sinergia: crus, sem grandes firulas ou rodeios, direto ao ponto


Mad Max - Fury road: Max


Isso tinha que ter virado uma animação pra passar antes do filme. Tivesse isso ocorrido, nenhuma das criticas se perderia tentando encaixar Fury Road na cronologia dos demais filmes: não interessa se há alguma discrepância hedionda, Fury Road é a quarta aventura do Max e se passa depois dos eventos envolvendo o thunderdome. As primeiras páginas da hq recontam a trama dos filmes anteriores mas substituindo o Max de Mel Gibson pelo do Tom Hardy (o grande evento do primeiro numero, inclusive, se passa numa versão atualizada de um dos cenários mais clássicos dos filmes anteriores). A história, envolvendo o resgate de uma guria como forma de pagar uma divida de gratidão é muito competente em apresentar, pra qualquer leitor que nunca tenha visto nenhum dos Mad Max anteriores, as regrinhas básicas daquele mundo: um cenário salvagem, quase noir em sua desesperança e darwinista até a medula. 


IMAGE COMICS

The Wicked + The Divine: #1 a #13


Eu consigo enxergar todos os elementos que fazem dessa série um mega hit da dupla Gillen + McKelvie. É visivelmente uma obra apaixonada de ambos os autores. 
Não muda o fato de que eu passo uma parte substancial do tempo lendo isso ABSOLUTAMENTE confuso e sem entender pq eu deveria estar fascinado com aquele mundo e aqueles personagens. 


Phonogram: The immaterial girl #1


Sem querer criar polemica nem nada, mas acho que tudo que The Wicked + the Divine tenta fazer, Phonogram faz melhor. As referencias, o processo de tentar explicar via imagens e palavras qual o efeito da música em alguém (e eu sei o quanto é difícil escrever sobre música, principalmente sem usar os chavões do jornalismo musical), o conceito de um universo maior e com regras bem estabelecidas. 
E Phonogram retoma esses elementos, extremamente bem utilizados nas duas mini-séries anteriores, e os reintroduz de maneira interessantíssima. Não costumo me empolgar muito com edições de estréia, mas tudo aqui funciona: a trama se foca na immaterial girl do titulo e no pacto que ela faz com um demônio. A história se passa na década de 80 e usa essa ambientação pra prestar uma grande homenagem (sem cair na pura nostalgia necrófila) a uma década bem...... peculiar. A cena final, obviamente inspirada no clipe de "take on me", já é uma das imagens de hq do ano. 


Wayward #1


Li só o primeiro numero então, não tem muito o que comentar, mas fiquei com vontade de voltar. A proposta da série é funcionar como uma homenagem aos monstros da mitologia da japonesa. Mais além: fazer uma retratação mais próxima das lendas originais do que da forma mais pop que animes e mangás utilizam esses conceitos. A história introduz os personagens de forma bem direta e, como toda edição #1, bem rapidamente apenas como uma "amostra grátis" do que espera o leitor. Igualmente interessantes são os textos que fecham a edição, explicando a origem e a natureza dos monstros e criaturas que aparecem na edição (aparentemente esses textos virão em todos os números da série). Muito potencial aqui. 


TITAN COMICS

Doctor who: the four doctors #1 e #2


Paul Cornell escrevendo uma trama multi-doctors. Não tem o que não gostar aqui.


Doctor who: the tenth doctor #13


Esse gibi perdeu um pouco o gás, né? Uma pena, principalmente considerando que durante o arco dos "weeping angels of noms", foi meu gibi do Doctor favorito. E ainda não digeri bem o falso cliffhanger da edição anterior, que tinha um puta potencial mas foi resolvido em uma página. Comento mais quando ler a edição que conclui o primeiro ano da série. 


Doctor who: the eleventh doctor #15


Escutem o que estou dizendo: Al Ewing é um nome que merece atenção. O roteirista que encerra sua fase no título do 11th doctor com essa edição tem tido uma fase bastante consistente de histórias excelentes, tanto na Titan quanto em seus títulos na Marvel. Ainda não é um Jonathan Hickman, mas tem um puta potencial. A arte de Simon Fraser, por sua vez, é absolutamente adorável, um dos traços mais expressivos de que consigo me lembrar. E vale a menção pro colorista, Gary Caldwell, que usa as cores como ferramenta narrativa de maneira fascinante (e cíclica. No primeiro número, a edição também começa com um personagem deprimido num cenário de tons cinzentos até que o espetacular surge trazendo consigo uma paleta de cores vibrante). A trama do Doctor interpretado por Matt Smith termina de forma épica: o vilão é derrotado, Alice salva o Doctor (como toda boa companion deve fazer aqui e ali) e, ao melhor estilo moffatiano, "everybody lives". 


MARVEL

Renew your vows: #1 a #3


Eu tenho problemas com esse título. Por mais que os desenhos de Adam Kubert sejam lindos e o roteiro de Dan Slott seja extremamente respeitoso com os personagens, eu tenho um certo problema com a premissa básica de que Peter Parker estaria disposto a cruzar todas as linhas necessárias pra proteger sua filha. E isso vem, obviamente, do fato de que vários heróis são pais e possuem família e a maioria deles consegue ter um bodycount igual a zero. Se ignorarmos, no entanto, que a premissa da coisa é meio falha, o gibi é bem divertido e a história, rumando para sua edição final, me deixou angustiado temendo pelo futuro da família Parker. E hey, um gibi que me faz chorar na primeira pagina do numero 1 tem seus méritos. 


Ghost Racers: #1 a #3


Meu tie-in de Secret Wars favorito. Simples assim. Pra ler ouvindo a trilha sonora de "Fast and Furious: Tokyo drift". Eu quero bonequinhos desse gibi. Um jogo de corrida. Diabos, é um gibi que conseguiu usar o Arcade de forma decente e eu acho que é a primeira vez que eu consigo odiar o vilão pelas razões certas e não apenas pq ele é um personagem conceitualmente cretino. 
Sigo preocupadíssimo com o fato de que nada foi mencionado, nos novos anúncios de futuros títulos da Marvel, a respeito de uma HQ estrelada por Robbie Reyes e acho um puta desperdício de um personagem fascinante, caso ele não vá mesmo ganhar um título próprio.
Enfim, uma das coisas mais legais que li recentemente (todos os méritos do mundo pra dupla realizadora, Felipe Smith e Juan Gedeon). E na dúvida, lembrem-se: essa é a hq que conta com um undead centauro com duas gattling guns acopladas ao corpo



Sem mais.


MODOK: Assassin #1 a #3


Mesmo caso da hq acima resenhada: é um gibi em que, num mundo lotado de toda sorte de super assassinos, Modok impera, enquanto tenta ganhar a afeição da Thor-Angela que misteriosamente caiu em seu colo (quase literalmente). É divertido pra caralho como deve ser. 

Dark Horse

Fight Club 2 #1 a #3

Aqui, entramos em território extremamente perigoso. Pra quem não sabe, Fight Club é meu filme favorito. Acho, sinceramente, que é o melhor filme da década de 90. Por outro lado, apenas "gosto" do livro. E como esse gibi é escrito por Chuck Palahniuk e não por ele em parceria com David Fincher, fui com certo receio ler as 3 edições que já saíram e......... gostei. Não achei a coisa mais cósmica do universo e, em alguns momentos, a história fica um tiquinho confusa a respeito da atual situação do narrador, Tyler e dos membros reminiscentes do Project Mayhem, mas, até pela natureza "literária" da série, acho que só vai dar pra dar um veredicto mais absoluto quando a ultima edição sair. Enfim, seguirei lendo, ainda que com um pé atrás. Os desenhos de Cameron Stewart, no entanto, continuam maravilhosos. 

Burlyman entertainment


Shaolin Cowboy #1 a #4


Não sei pq diabos eu demorei tanto pra ler essa hq, mas digo que não há absolutamente NADA nela que não me faça sorrir e fangirlizar. O roteiro de Geoff Darrow é econômico mas EXTREMAMENTE satisfatório (basicamente com o Shaolin andando pelo deserto e tendo que enfiar a porrada em qualquer coisa que cruze seu caminho), a arte é absolutamente linda, os personagens são carismáticos até a medula (desde o burro falante que narra a história - e que na minha pouco criativa cabeça, obviamente tem a voz do Eddie Murphy - até os vilões extremamente bizarros). Diabos, tem um samurai lutando contra um tubarão com um bastão com uma serra elétrica acoplada. Como não achar isso a coisa mais awesome já feita? Estou no numero 4 da primeira série (com 7 números) e sei que ainda tem uma edição especial e uma série de 4 números recentemente produzida (agora, pela Dark Horse) ainda pra ler. Sigo MEGA empolgado. 
E fica minha sugestão: leiam ouvindo trilhas do Morricone e de filmes do Tarantino. :-)

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