terça-feira, 2 de agosto de 2016

Lucha Underground: season 02



Eu já estaria plenamente satisfeito com uma season 02 que fosse tão boa quanto a primeira. Mas, nope. Os roteiristas de Lucha Underground decidiram elevar os riscos e mandaram uma temporada incrível, superior á primeira com certa facilidade. No episódio final do primeiro ano de LU, Dario Cueto já mandou a profecia: "dark days are coming". 
Desde a primeira imagem da temporada, com Vampiro se recuperando num hospital psiquiátrico de seu break down/retorno aos dias "trevosos", a coisa vai all the way down, como se a vida de todos os personagens dessa narrativa fosse afetada, em maior ou menor grau, pelas sombras geradas pelo reinado de Mil Muertes como campeão do torneio. Os fãs de TNA criando rixa com os da WWE sobre quem fez a melhor vinheta/promo, se "the final deletion" ou toda o confronto do New day na "compound" da Wyatt Family e quem foi original e quem copiou, quem fez mais legal e mimimi e na minha humilde opinião, qualquer coisa empalidece diante de Aerostar voltando no tempo e recebendo a notícia de que Matanza Cueto é um demônio profetizado há milênios e que só a união das 7 tribos pode derrota-lo.

Fantasia? hell fucking yeah. Algum "site nerd" gringo desses maiores disse e eu repito: Lucha Underground, mais do que um programa de lutas livres, é um seriado de super heróis. Temos a personificação de um dragão, o avatar da vida em sua eterna guerra contra a encarnação da morte. Um Starman de eras imemoriais em sua cruzada contra o mal. E no meio disso, uma história de origem, com um novo campeão, Prince Puma, aprendendo a ser um super herói.  
Segue aqui um novo top com meus momentos favoritos da season 02 e, diferentemente do primeiro texto, já começo com menções honrosas: 

The terminator clapping: a salva de palmas especial de galera nas contendas envolvendo o gigantesco Brian Cage, emulando os tambores do tema de "The Terminator". Apropriado para o "Machine"

Mack vs Cage: Espero que no Ultima Lucha nº 50, daqui a 48 anos, ainda tenhamos um combate entre os dois pra começar as atividades. E com The Mack mandando um Stunner e entornando umas brejas em seguida. 

Melissa anunciando Mascarita Sagrada vs Cage: Cara, tão bonitinho ela se segurando pra não rir.... Melhor que isso só o "OH, FUCK" que ela soltou, baixinho, quando Pentagon (se a memória não me falha) invadiu o ringue pra moer um desafeto de pancada.

E já que comentei, começo o top com: 

Mascarita Sagrada Vs. Brian Cage: ok, só pra efeitos de perspectiva, este aqui é Mascarita Sagrada: 



e este, por sua vez, é Brian Cage: 



Em retrospecto, podemos afirmar não se tratar do mais justo dos combates. O momento mais divertido da temporada. Só a torcida gritando "PLEASE, DON'T KILL HIM" em coro já teria feito o momento figurar entre os melhores do programa. 


Every fucking one vs matanza.



Em um determinado momento, quase todo o rol de personagens da série se encontra no mesmo ringue contra o irmão bestial de Dario Cueto e, spoiler alert: eles perdem. A estréia de Matanza foi o payoff da story line envolvendo o monstro e Dario, que vinha desde a metade da temporada de estréia de LU e o negócio não decepcionou, até ofuscando um pouco o acontecimento gigantesco ocorrido anteriormente no mesmo episódio, no caso....

REY MYSTERIO NO LUCHA UNDERGROUND!!!!



Booyaka Booyaka!!! SIX ONE NINE!!! BOOYAKA BOOYAKA!!! REY MYSTERIO!!!!!
O negócio já tava anunciado desde os primeiros teasers da mais recente temporada da série, mas boy, ver o templo vindo abaixo com a torcida em polvorosa diante da aparição de Rey Mysterio foi de arrepiar. Um dos grandes eventos da cultura pop de 2015, fácil. "The King" é uma lenda, tanto no México quanto nos EUA e sua entrada no rol de superstars do programa foi a validação final que o show precisava. 

First fatal war tag trio match

Nas minhas anotações, este combate está marcado da seguinte forma: "EVERY FUCKING ONE VS EVERY FUCKING ONE" e a descrição é bem essa. Quatro tag trios se enfrentando, praticamente uma batalha campal envolvendo boa parte dos astros da casa. 
Tenho que confessar que não sou o maior fã de tag teams matches, mas toda vez me pegava empolgado com a coisa. E a dinâmica de sempre criar tag teams inusitados gerava, pelo menos, curiosidade mórbida neste humilde urso que vos escreve. Angélico, que se machucou no começo da temporada, fez falta, impossibilitando a continuidade do reinado do melhor tag trio da season 01 (fora que aqueles pulos absurdos deixaram saudades), mas o que vimos neste episódio foi igualmente divertido. 

Ivelisse vs. Mil Muertes.



Por mais badass que a moça seja, vê-la sozinha, tendo que lutar contra o juggernaut encarnado em Mil Muertes foi assustador. Preciso dizer que a  moça se garantiu, apesar do nada surpreendente final do combate. E o evento já seria marcante nem que fosse, apenas, por ela ser a primeira mulher numa disputa pelo cinturão de campeão do programa. 

Matanza vs Cage



A partir daqui é choque de monstro. Esses combates entre os gigantes da Luta livre (tipo Hogan vs Andre, the Giant. Ou Hogan vs Ultimate Warrior, Lesnar vs Big Show, Taker vs. Kane, etc.) sempre são excitantes pq é bem legal ver essas montanhas de carne, osso e músculo, que normalmente nem suam pra derrotar seus adversários menores, tendo que realmente mostrar a que vieram diante de um oponente igualmente poderoso. E, well.....uma imagem fala mais que 1000 palavras: 


Impressive? Hell yeah. Como todos os combates envolvendo Matanza, esse tb foi uma extreme match, com todo tipo de golpe liberado. O resultado, obviamente, foi um espetáculo de violência, com os dois gigantes trocando suplexos um contra o outro de tal forma que Brock Lesnar, vendo isso, aplaudiria de pé. Suplex City, bitches!!!!

Matanza vs Mil Muertes



Mas mesmo o combate anterior empalidece (um tiquinho) diante desse. Se choque entre heróis é uma parada legal, e o combate entre rudos y técnicos é ainda mais bacana, a porradaria entre dois "vilões" é certeza de um clássico, e foi bem isso que LU nos entregou. O primeiro combate entre os dois, sem uma resolução definitiva, já tinha sido do caralho. Aí veio Dario Cueto botando o dele na reta e anunciando que seria uma Casket Match. E boy, oh boy.....

Se vc quer acrescentar risco à um combate, é só botar nego sangrando. E se for
a) um vilão e
b) uma montanha de músculos que normalmente nem perde o folego durante um combate, normalmente...

aí os níveis vão pra casa do caralho. É como o Big Show afirmou quando entrevistado no podcast de Steve Austin: na luta livre, red means green.  
Indo além:  uma luta envolvendo colocar o coleguinha dentro um caixão, em Lucha underground, sempre vai remeter a clássica porradaria entre Fênix e Mil no ano 01 do show, primeira vez no programa em que alguém derrotou o Avatar do oblívio. E que, se os senhores se lembram, foi um dos melhores confrontos do ano anterior. Well...... o nível se manteve. Caixões sendo usados como armas e se deformando em decorrência dos golpes e pancadas recebidas (Mil atravessando a tampa do caixão na porrada foi algo que me fez pausar o episódio pra aplaudir). Catrina recebendo cadeirada, Dario quase sendo quebrado ao meio....... Já disse antes, mas, um novo clássico pros fãs de pro wrestling. 

Drago. With nunchakus.



Drago e Aerostar, juntos, sempre é uma parada maneira, seja lutando um contra o outro ou, como nesse caso, quando ambos se aliam contra um inimigo comum. E pra acrescentar, drama, Nunchakus foram distribuídos ao redor do templo pra quebrar a cara dos demais coleguinhas no combate. 
Preciso dizer: o quão divertido é ver Jack Evans lutar, não? Um dos vilões mais carismáticos do rol de luchadores do show, foi um bom contraste com o heroísmo inerente de Drago e Aerostar.
E aliás, falar dessa luta sem mencionar o salto insano do Aerostar seria mancada da minha parte.



Um dos momentos mais "HOLY SHIT!!!" desta temporada.

Cage in a cage



A "feud" entre Brian Cage e Johnny Mundo vinha desde a temporada passada e encontra sua conclusão nesta cell match. 
Batalhas dentro de uma cela de metal são clássicos no pro wrestling, rendendo lutas memoráveis como o clássico confronto entre Mankind e Taker, Taker vs Shane-o-mac e, mais atrás, Vampiro vs. Sting. Mais um daqueles momentos que consagraram "The Machine" como um dos personagens mais importantes da atual temporada, assim como do programa como um todo. 

Sexy star vs Mariposa



Na dúvida entre qual combate ficaria no 2º lugar da lista, este ou o seguinte. Este aqui ficou atrás por um nariz de vantagem, pq rapaz. Fiquei com a sensação de que poderiam ter estendido a trama envolvendo a rivalidade entre Sexy e Mariposa um ou dois combates além, pra poderem potencializar ainda mais o drama, mas dane-se, o negócio foi um pay off absolutamente satisfatório e um dos combates mais brutais que já vi nestes anos sendo fã de luta livre. Principalmente pq nunca tinha visto antes uma luchadora sangrando no ringue., Pois o negócio foi tenso, um combate do tipo "I quit" ou, adaptando pro público alvo do canal El Rey, realizadores do LU, "no más". E teve o momento mais awesome do programa inteiro, com a Sexy mandando um sonoro "FUCK YOU, MARIPOSA" pra sua oponente. "Fight like a woman" em toda sua gloria


Prince Puma vs Rey Mysterio



A segunda história de origem mais importante do seriado encontra sua conclusão. Era óbvio, convenhamos: Puma era o herói da história....até a aparição de um dos luchadores mais importantes da história do pro-wrestling mexicano. Obviamente que um choque entre ambos era inevitável e, devo dizer, legal que não vilanizaram nenhum dos dois luchadores pra facilitar a empatia do público.
O negócio é a idéia de passagem de tocha além do orgulho pessoal de ambos os contendores em jogo.
619 vs 323. Puma mandando um 619 em Mysterio. E no final, como ocorre nas melhores histórias de super herói, a mensagem de que a vitória é o menor dos detalhes do combate. Sabe aquela frase sobre o importante não ser a conclusão, mas a jornada? algo assim. Pra mim, vai ficar pra sempre a cena de Mysterio saindo do ringue e dizendo pro Puma ficar e receber a ovação do público pq "this is YOUR people". Foda demais. 

Pentagon vs Matanza



No texto acima, eu me refiro à saga pessoal de Puma como a SEGUNDA história de origem mais importante de Lucha Underground. E isso pq, como todo mundo sabe, um herói é tão bom quanto os vilões que ele enfrenta. E escondidinho (mas não muito), atrás da história de ascensão do ex-discípulo de Konan (R.I.P.) estava a história de origem do principal vilão do programa e, seguramente, do personagem mais fascinante do show: Pentagon Jr. 



Aliás, a season 02 de LU foi dominada completamente por Cage, Matanza e Pentagon, não? A trama envolvendo o discípulo de Vampiro foi ganhando força desde o primeiro confronto contra o gigantesco irmão de Dario e teve sua bombástica conclusão aqui, Considerando o quanto construíram a imagem do atual campeão do programa como uma força da natureza imbatível, foi absolutamente impressionante ver como ele pareceu frágil diante do avatar do "cero miedo" que dominou o combate até o twist final, proporcionado por seu (ex) mestre. And man: THIS. WAS. FUCKING. GOLD!!!!!
Num ano em que um monte de personagens "menores" foi (merecidamente) alçado a condição de protagonistas, Pentagon Jr Dark ainda é o "most valuable player" dentre o rol de nomes abarcados pelo programa. 

Uma ultima menção pra espertíssima cena que fecha a temporada, uma rima visual inteligentíssima e que me deu "Lost feelings". Numa temporada marcada pelo tom mais sinistro, tanto nas storylines quanto nos combates em si, não daria pra esperar nada menor que o close no rosto ensanguentado de Vampiro, numa imagem que personifica em si, o tom desta fase de LU. 


E o futuro? Bom, já sabemos que a season 03 vai ser a ultima de Puma e Johnny Mundo (provavelmente futuros contratados pela WWE) e também de Sexy Star (que anunciou recentemente que vai abandonar o pro-wrestling pra tentar uma carreira como boxeadora). Mas isso é um problema a ser resolvido na season 04. Na terceira temporada, com data de estréia pro dia 07 de Setembro desse ano, o que podemos esperar é a mais pura expressão do "Unleash Hell". Pelo menos, isso foi o que Vampiro nos prometeu em sua recente entrevista pro podcast de Stone Cold Steve Austin. 
E, considerando o crescendo que vimos nos dois anos do programa, seria tolice esperar qualquer coisa menor que isso.


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