quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Shin sekai yori - Eps. 07 a 09

ok, vamos lá.

Episódio 07 - Summer Darkness

As pessoas tendem a fazer uma pequena confusão quando elas falam do processo evolutivo: a frase comumente repetida, que supostamente teria vindo de Darwin, seria "a evolução favorece os mais fortes".
Então, as coisas não são exatamente assim. A verdade é que os "favorecidos" pela evolução (as aspas são pq não há nada de moral no processo, ponto que eu sempre reforço aqui) são os mais APTOS à sobrevivencia.
Nesse episódio, que marca o fim da guerra entre as crianças, mais os sobreviventes da Giant Hornet contra a tribo de bakenezumis da Ground Spider, vimos isso na prática, personificado na repulsiva figura de Squeeler. 

Covarde, traiçoeiro....mas ainda vivo.


Traiçoeiro, covarde, manipulador, capaz de abrir mão da própria dignidade de boa, mas no final, o que importa é: conseguiu segurar os inimigos até o reforço, na forma de 20.000 aliados da tribo da Robby Fly, liderados por Kiromaru, chegar. Os que não foram mortos, serão capturados e usados como força de trabalho escrava. De bonus, pra sua tribo, 3000 cativos da tribo adversária. 
Alguém vai dizer que ele não foi o grande vencedor dessa guerra? Fortaleceu laços com os "deuses" usuários do Cantus e ainda por cima reforçou sua tribo, que vai sair extremamente fortalecida do conflito. Evolução diante de seus olhos. 
Outro aspecto do roteiro interessante, é que descobrimos que os humanos e as tribos maiores de bakenezumis possuem um acordo com os humanos, o que, aliás, se vc parar um pouco para raciocinar, soa até óbvio. Se a "morte por vergonha" impede que humanos matem outros humanos, é meio lógico pensar que os governantes do Japão usariam os bakenezumis inteligentes como executores. E pelo tom da voz do general Kiromaru (aliás, só eu achei que ele tem uma aparencia meio demoníaca? Será coincidencia?) a relação destes com os humanos é meio servil, uma espécie de tolerância meio tensa. 

Baphomet?? Nope, Kiromaru



E aquilo que eu disse da bola de neve de insatisfação social vai crescendo. Já tinha cantado essa bola da união entre os guris e os queerats numa possível guerra contra os homens por trás da organização social opressora a qual são submetidos, e isso só me parece, cada vez mais, uma questão de tempo.
Ah sim, só eu não tinha sacado que todo aquele misticismo do bloqueio e liberação do Cantus por parte dos monges era nada além de hipnose? Era tão óbvio mas me passou completamente despercebido. 

Ave Fenix.... ow, wait, é o Cantus dos meninos depois de ser restaurado.


Episódio 08. - The Omen

Temos um salto de dois anos e aí.... bom, e aí um monte de fãs ficaram indignados. E eu não consigo entender pq. Pra quem não vê o anime (bom, não sei pq alguém que não assiste SSY estaria lendo isso, mas vá lá) aparentemente a homossexualidade é algo comum na sociedade em que passa o anime, e todos os protagonistas tem namoradinhos(as) do mesmo sexo. Pelos corredores da escola, inclusive, todos os casais são de jovens do mesmo sexo. E pelos fóruns, mó galera chiou, chamando o desenho de Yaoi/Yuri e coisas do gênero, e aí eu pergunto: que anime vcs andaram vendo? Pq tipo, lá no ep. 04, eles dizem da forma mais clara possível a respeito da manipulação genética, do uso de características de outras espécies de animais, nesse caso específico, dos macacos bonobos. Sabiam que existe uma alta incidência de sexo entre macacos do mesmo gênero sexual nessa espécie?
Pois é.

Saki e Maria

Satoru e Shun



E tipo, eu achei super estranho essa reação do público já que, quando o minoshiro menciona esse lance da reengenharia genética, aparecem cenas de contato físico entre a Saki e a Maria, e, vejam bem, entre a Saki e a MÃE dela.
Nesse caso, se em algum episódio futuro, aparecerem cenas lésbicas entre Saki e sua progenitora, eu juro que não vou ficar chocado. Vá lá, vcs podem dizer que é fanservice, que é isso, que é aquilo, mas não foi NEM gratuito, nem algo que vá contra as regras estabelecidas nos episódios anteriores. 

Da minha parte, eu só achei estranho que todos os casais vistos no episódio sejam gays/lésbicos. Será que o sexo heterossexual não é incentivado nesse mundo? e quem ganha com isso? Sabemos que existe, pq, afinal, as pessoas se reproduzem e tals, e sabemos que existem laços afetivos heterossexuais pq os pais da Saki parecem ter afeto entre si, e, de qualquer maneira, Mamoru parece ter uma paixonite pela Maria, o que é visto de forma completamente normal pela Saki (que é namorada da já citada garota, aliás). Isso sem contar a quedinha que a própria Saki tem pelo Shun. 
Então o conceito de envolvimento heterossexual existe. Seria um lance de afinidade maior, como sugerem no episódio, uma consequencia da pré-determinação genética ou apenas algo cultural? Vai saber, mas ainda assim, chamou a minha atenção. Mas mais que isso, o que realmente me incomodou foi a forma como a Saki reagiu quando percebeu que Mamoru tinha sentimentalidades pela ruiva. Não houve nem sombra de ciúmes, nenhuma manifestação de possessividade, nada, apenas empatia pelo gurizinho. Mesmo sabendo que adolescentes são extremamente voláteis, eu achei incomum. 
O que isso tudo me lembra é a sociedade de "Admirável mundo novo". Enquanto 1984 mostrava uma sociedade regida pelo medo, o livro de Aldous Huxley ia pelo sentido oposto, em uma sociedade tão alienada quanto a do livro de George Orwell, mas o mecanismo de controle era o prazer, o que invariavelmente envolvia a sexualidade. As células familiares era formadas por mais de duas pessoas e o hedonismo era incitado pela mídia, inclusive com drogas que aumentariam seu prazer sexual, então pq se limitar a uma só pessoa.
Enquanto se está transando loucamente como doninhas no cio, vc não está questionando seu governo. Pão e circo, basicamente, elevado à enésima potencia. Mesma coisa aqui? Se não me engano, Freud dizia que "energia sexual acumulada vai encontrar formas mais criativas de se evadir". Mantendo os guris, com seus hormonios gritando, preocupados em namorar e tals, eles não questionam a EXTREMAMENTE instável ordem social.
Só que como sempre, vem as variáveis. Personificadas na natureza questionadora dos 5 protagonistas, e no caso desse episódio, do isolamento de Shun. A escola dos guris é visitada pelo usuário de Cantus mais poderoso do planeta, Kaburagi Shisei. 

Kaburagi Shisei. Falaê, provável ultímo vilão da série, não acham?


Todo estavam ansiosos com o encontro deste com Shun, seu provável sucessor e aí..... algo dá errado.

Shun

O ovo sinistro.


E o garoto precisa ser isolado. Eu já tinha dito antes (acho) a respeito do guri começando a apresentar características de um demônio de carma (ou, como sabemos agora, de uma vítima da síndrome Hashimoto-Applebaum) e como tal, ele precisa ser excluído da sociedade. 
E aí, num evento que me deu "Matrix Reloaded feelings", temos o amor como catalisador de uma provável mudança social. Pq a Saki sempre nutriu sentimentalidades pelo garoto, e não vai aceitar a exclusão social deste (e possível eliminação?) de forma passiva.
E a bola de neve vai crescendo, e crescendo....

Ep. 09 - The Gale game




"Even a little man can cast a large shadow". 


Essa frase é de Game of Thrones, mas acho que quem viu o ep., vai acha-la absurdamente apropriada aqui, não? Inclusive, com o mesmo significado: grandes mudanças começam com pequenos eventos.
Lembrei imediatamente dela quando Saki percebe que, literal e metaforicamente, ela está num "point of no return". A partir daquele momento, suas ações não tem volta. Não que isso seja uma situação nova, já que no episódio anterior, descobrimos que os anciões da cidade sabiam o tempo todo que as crianças haviam tido contado com o minoshiro. Pq eles não foram imediatamente eliminados? Não se sabe, talvez pelo enorme potencial de Shun (e de Saki?), mas os 5 garotos foram mantidos sob constante vigilância.

Anyway, esse foi um excelente episódio. Enquanto o anterior apresentava o "novo"(pós avanço de dois anos) cenário dos protagonistas, este entrou um pouco mais a fundo na questão do controle social exercido contra os jovens. As brechas começam a aparecer e não tem mais como ignorá-las. Os pais da Saki percebem isso claramente, e nem mesmo a fachada de família feliz consegue sobreviver ao escrutínio da menina (e convenhamos, considerando o desaparecimento de Yoshimi - o irmão mais velho da Saki - e como o acontecimento não é nem mencionado pelos seus pais, nem é preciso se esforçar muito pra ver que há algo de errado).
Anyway, Saki, Maria, Mamoru e Satoru resolvem investigar mais sobre o desaparecimento do quinto membro do grupo e acabam diante de algumas verdades extremamente dolorosas.
Maria descobre que os professores são os responsáveis pelo desaparecimento dos alunos problemáticos e que são eles que enviam os tais gatos negros pra fazer o trabalho sujo. (eu achava que os tais bichos eram metáforas e tals, mas não, são gatões gigantes, do tamanho de uma pantera. Me pergunto se são realmente animais ou maquinas biológicas, tal qual o minoshiro. Talvez, construtos rastreadores de usuários de Cantus?). 

"The men behind the curtains"


O acampamento da Brisa de Verão, moradia do Shun, foi isolado do resto da cidade e ultrapassar a barreira é um crime passível de morte. Apesar disso, Saki vai adiante e dá de cara com uma cratera que imediatamente me fez ouvir alguém gritando "TETSUOOOOO" de fundo.

A cratera

A explosão de Tóquio em "Akira". Questão de tempo, só falando...



"Akira" feelings aqui. Forte. E isso não é uma crítica nem nada, só uma constatação. Tal qual como no filme de Katsuhiro Otomo, temos uma sociedade à beira do colapso e um guri com poder o suficiente pra trazer essa mesma sociedade abaixo. A diferença aqui é que Shun ainda, vejam bem, AINDA não possui poder pra fazer frente à usuários do Cantus como Shisei. Mas com uma pequena forcinha dos amigos.......  Cheiro de guerra civil/revolução social à frente. 
Um detalhe que me chamou a atenção foi a Saki estudando as origens do próprio nome, no caso, se não me engano, filha mais nova. A mensagem do ep. foi clara: nomes têm poder. (Senti saudades de "Lost" agora...)
Depois que o episódio acabou, fui dar uma pesquisa sobre o significado do nome dos protagonistas.
No caso dos nomes orientais, foi meio complicado já que achei dois ou mais significados pra mesma palavra.
Shun = piscar de olhos (entre outras versões)
Satoru = Iluminado (aí tem? Todo mundo esperando que o Shun, a Saki ou a Maria sejam os catalisadores da grande tragédia vindoura, mas se esquecendo que Satoru já demonstrou uma certa sede de sangue, quando na guerra contra os bakenezumis. E ele é apaixonado pelo Shun, então, temos até um forte elemento emocional para agravar tudo)
Mamoru = Proteger (o que eu questionei sobre o Satoru tb se aplica aqui, mais ou menos).

e aí chegamos na Maria, única personagem com nome ocidental.
Segundo o Wikpedia e mais uns dois ou três sites, o nome "Maria" possuem 3 possíveis origens: derivada da raiz egípcis "mry", significando amor. Até aí, tudo bem. Mas vamos mais fundo.
Pode tb vir da palavra latina Mare (mar). Ou pode vir do hebraico "Miriam", que quer dizer rebelião.

Agora começamos a conversar. Pq também pode ser uma derivação do nome masculino grego "Marius" que pos sua vez, vem do nome do deus da guerra, Marte.

Sentiram a pressão? 

Ao final do episódio, ficam três perguntas: a menos óbvia seria se os anciões sabiam da presença de Maria e Saki e essa pequena insurreição levantada pelo grupo é parte de uma emboscada preparada para eliminar os cinco. Pq fiquei com a nítida impressão de que tudo ali era meio que planejado, vcs não?
A segunda: o que foi aquele take naquele rosto gravado naquela árvore vermelha? Algo apenas pra assustar os passantes ou algo mais sombrio?

A árvore macabra


E a mais óbvia: o que a Saki vai fazer contra aquele gato gigante sinistro? 

O gato.


Agora é esperar pelo episódio 10. 
Eu fico esperando ansioso.  ^^

Excellent!!!


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