quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Uma palavrinha do narrador onisciente:

“Respeitável publico, senhoras, senhores e pessoas que se encontram entre um e outro...

Damos aqui por encerrada a temporada 2008 deste humilde show, estrelado por este simpático representante da família dos ursídeos. Agradecemos a audiência e contamos com a presença de vcs para a próxima temporada.
Vimos nosso herói saindo de seu exílio auto-imposto nos mais profundos rincões de sua própria infinitude interior e criando laços com outros representantes da raça humana.
Nesta jornada cheia de vícios e virtudes, este trágico urso cometeu acertos acidentais, erros grotescos e uma ou outra bola dentro. Enfim, vimos nosso protagonista cometer atos que, segundo as palavras dele próprio seriam interpretados como vitórias relativas e derrotas absolutas. Ainda assim, ele obteve algumas recompensas não? Um grupo de deuteragonistas e coadjuvantes como nunca se viu, alguns colegas que o acompanharam em momentos de provação e, quem diria, até mesmo um par romântico para transformar o amargor de seu solitário cotidiano em uma série de momentos doces..... ou pelo menos agri-doces.
Vimos vitória e derrota. Vimos momentos de crescimento espiritual e erros que perseguirão o pobre rufião pelos dias vindouros. Mas vimos alegria, tristeza, prazer, dor, raiva, medo.....

Vimos intensidade. E este é o elemento constituinte de toda boa história, não? Os atordoantes altos e os abissais baixos, toda a montanha russa existencial que é parte elemental de uma vida bem-aproveitada, não entregue à eterna condição de infinito presente característica do tédio.
Deixamos Daniel em um ponto de transição, mudando de casa, mudando de trabalho, mudando de ano, de espírito, de humor, e como sempre, arrastando os pés tentando se manter firme onde está, onde quer que seja isto.....
Mas o que é a vida senão mudança, e, quer nosso protagonista goste ou não, ela virá, e tudo que ele pode fazer é o que já vem fazendo a pelo menos 29 anos: continuar rumando inexoravelmente em direção ao desconhecido, em busca de seu “final feliz”.... ou do mais próximo disso que puder conseguir.
Esperamos o retorno dos senhores na próxima temporada, onde este adorável mamífero e seus amigos serão expostos a mais situações de alegria e tristeza, triunfo e tormento, que é, como já dito acima, o tecido do qual as histórias de heróis são feitas (mesmo improváveis e relutantes heróis, caso indiscutível do proprietário deste weblog)

Até breve.
O Narrador, agora devolvendo o controle deste diário eletrônico para seu dono, no caso, este desajeitado Urso anão com pretensões de escritor (pretensões particularmente injustificadas na humilde opinião deste observador externo, mas não precisamos acabar com suas ilusões artísticas, certo? ^^)”.

- Este pequeno exercício esquizofrênico de “estilismo barroco em terceira pessoa” foi confeccionado ao som de “The Flying Club Cup”, segundo cd do Beirut, banda dos cartões italianos, da musica tema de filmes Disney (piada interna) e do vocalista com nome de preservativo sexual masculino à base de látex.

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