quarta-feira, 25 de maio de 2016

Preacher s01e01: Pilot - "Open your heart!!!"



Terminei o episódio achando que tinha visto a melhor adaptação de hqs de que me lembro na vida.
Não estou dizendo que é a melhor série baseada em hqs (até pq estamos num mundo em que a série do Flash existe). Nem estou dizendo que é a melhor transição Quadrinho/audiovisual de que me lembro (minha favorita vai ser, pra sempre, V de Vingança, da qual inclusive gosto mais do filme que da HQ e #chupaHaters!!!!). Mas, tal qual o longa metragem dos irmãos Wachowski adaptando a clássica obra de Alan Moore, eu fiquei com essa impressão da série de tv baseada nos quadrinhos de Garth Ennis por culpa não das semelhanças com a obra original, mas com as diferenças: a história segue um rumo novo, já de cara se distanciando do começo da Hq. Alguém mais purista poderia começar a berrar sobre a heresia da coisa, que o gibi já é perfeito e é só copiar quadro a quadro e mimimi............. MAS.... preciso dizer, o espírito dos personagens, aquilo que os fazem funcionar na versão em papel e tinta está lá. A rota para começarem sua jornada até o derradeiro encontro com Deus pode divergir da fonte original, mas cada frase que os personagens da tv falam, cada gesto, cada decisão tomada é algo que eu consigo perfeitamente enxergar suas contrapartes 2d fazendo igual.
A liberdade pra mudar vem exatamente do respeito profundo aos 66 números de "Preacher" (publicada pela Vertigo entre 1995 e 2000 e criada por Ennis nos roteiros e Steve Dillon nos desenhos) e do tanto que os responsáveis pelo programa de TV conhecem profundamente aquelas figuras tão trágicas. 



So, mudanças foram feitas. O pacing da coisa vai menos acelerado que nas hqs: 


Aqui temos todo um preambulo da vida do reverendo Jesse Custer (Dominic Cooper) que precede seu encontro com a entidade Genesis


Vemos que a Tulip da série (Ruth Neega) é uma hitwoman muito mais bem sucedida que sua equivalente nas hqs. 


E que Cassidy.....bom, Cassidy (W. Earl Brown) continua o good old Irish bastard vampire que amamos e ocasionalmente odiamos, aqui e ali (aquela pobre vaca!!!). Jesse, em um momento de duvida de fé quanto a seu papel como líder religioso, é confrontado com a, sem meias palavras, escrotidão do seu rebanho, de uma cidadezinha perdida no c* do interior do Texas. Enquanto isso, vemos que líderes religiosos vem morrendo de forma bizarra ao redor do mundo: literalmente explodindo em sangue. Considerando a cena que abre a série e o que sabemos da hq, surpresa nenhuma que se trata da entidade Genesis procurando por um receptáculo humano, mas..... falemos dela mais adiante.
Nesse primeiro episódio, todos os personagens tem algum confronto, em maior ou menor grau, com o próprio passado. Jesse pode ser um pastor, mas não pode negar seu passado de tough guy.
Cassidy está sendo caçado por matadores de vampiros por....bem....ser um sugador de sangue.
E Tulip (preciso dizer, a personagem mais carismática do grupo), tenta fazer as pazes com a parte do próprio passado que se conecta a vida do Pastor que protagoniza o programa. Os dois tem um passado em comum que se recusa a morrer e, se depender dela, a história conjunta de ambos seguirá respirando firme e forte. 



Dos personagens clássicos, também vemos o mais icônico de todos, Arse Face (Ian Colletti), com uma maquiagem que, se não é tão asquerosa quando o rosto do personagem do gibi, chega razoavelmente perto. 



Certas mudanças não exatamente me incomodaram, mas me deixaram curioso sobre como certos eventos ocorrerão. Tipo: se a série é contemporânea, como vão explicar a tentativa de suicídio fracassada que resultou no rosto desfigurado do arse face? (na hq, ele fez isso como consequência do suicídio de Kurt Cobain). O pai do Arse Face, inclusive, é alguém muito mais gente boa que sua versão em 2D, então, como vão, se é que vão, levar a trama até o catártico "Go fuck yourself" que o reverendo manda pra ele? 



Enfim, um excelente começo. a piada envolvendo Tom Cruise foi ótima, tiveram uns dois outros diálogos que me deixaram rindo alto, as cenas de porradaria são incríveis, fazendo o público sentir o impacto de cada soco e toda a cena da Tulip com as duas crianças foi o supra sumo do awesome!!!


Disse pra Stella, que viu o ep. comigo, que aquele vazio deixado com o fim de Hannibal e que nenhuma série nova (no sentido de "recentemente criada") havia preenchido começou a dar sinais de que está diminuindo. Não que as duas séries sejam parecidas de alguma forma, mas sentia falta de um show com roteiro (de Sam Catlin, que já passou por Breaking Bad, tb da AMC), elenco e direção primorosos (méritos para Seth Rogen e Evan Goldberg, tb produtores e criadores da série).  E que, como consequência, eleve a barra da mídia pelo simples fato de existir (vejam por exemplo, a cena do bar, em que o momento da "transição" do pastor Jesse pro badass Jesse se dá diante de uma placa de cerveja convenientemente chamada"Frontier"). Se Preacher vai ou não ser esse programa, ainda está cedo pra afirmar, mas pelo que vi aqui, as chances são boas!!!! ^^

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