quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Mr. Robot


A definição da lei da troca equivalente, direto do wiki de Fullmetal Alchemist

"É a lei básica da alquimia, que se aplica à maior parte das situações. Ela impõe a teoria de que para se ganhar alguma coisa, é necessário sacrificar alguma outra coisa do mesmo valor. Criar coisas do nada, é impossível, na alquimia, a exceção da Pedra Filosofal , porém, para que esta seja criada, é necessário um sacrifício de alto custo.

"Tudo neste mundo pode ser explicado com base na alquimia. A Lei da Troca Equivalente. Direitos são dados no preço do dever." - Edward Elric 

"Nada pode ser obtido sem uma espécie de sacrifício. Para se obter algo é preciso oferecer algo em troca de valor equivalente. Esse é o princípio básico da alquimia, a Lei da Troca Equivalente. Naquela época, nós acreditávamos que essa fosse a lei absoluta." - Alphonse Elric"

Ou explicando em termos mais simples, esse é o modo como eu relativizo as coisas: perdi Hannibal há duas semanas, mas agora descobri Mr. Robot.


As relações entre ambas? Apenas uma: dois puta seriados bonitos. Bom, e tem o fato de que não foi preciso mais do que um único episódio pra eu me viciar no nível do obsessivo. E que fantástico isso do negócio estar hypado pq, cacete, como é terrível curtir um seriado novo e perceber que só vc e mais meia duzia de pessoas (incluindo o elenco e equipe da produção) gosta da parada. Mas não, crítica e público falando super bem, segunda temporada já confirmada e um fandom cada vez maior. 

Fui assistir (só vi dois episódios até agora, só pra esclarecer) achando que seria algo como Projeto Zeta ou algo assim e no final a coisa tá muito mais pra "Fight Club" com hackers (estou evitando spoilers, mas algo me diz que a relação entre o seriado de Sam Esmail e o livro/filme de Chuck Palahniuk/David Fincher é maior do que inicialmente parece). 

O hacker Elliot Anderson, vivido por Rami Malek
Até onde estou, o que sei é o seguinte: Elliot é um hacker com sérios problemas de anti-sociabilidade. Ele trabalha numa empresa intitulada E Corp, mas absolutamente odeia a corporação e tudo que ela simboliza (inclusive se referindo ao grupo como "Evil Corp"). Um dia, ele encontra um estranho sem nome que o recruta para usar suas habilidades em prol de um grupo de anarquistas digitais conhecidos como a fsociety (não, as semelhanças com o Anonymous NÃO são coincidência) e.....qualquer coisa além desse resumo EXTREMAMENTE raso seria spoiler. To pensando em escrever sobre a série, episódio a episódio, aqui pro blog, pq a coisa é nesse nível de bom. E pq eu quero um canto pra poder discutir a série sem medo de vomitar teorias e spoilers. 

E preciso dizer: é muito curioso que num canal como o USA seja exibida uma série com coragem o suficiente pra mandar crítica em cima de crítica, inclusive citando nomes e marcas famosas no processo. Alguns poderiam chamar o roteiro de hipócrita mas, da mesma forma que o já citado Clube da luta se inseria num meio corporativo em essência (a industria cinematográfica) pra tentar criticar o esquema das coisas com o máximo de abrangência, a série é corajosa de usar a mídia pra instigar o pensamento crítico. E claro, contar uma boa história (pq não adiantaria muita coisa ser panfletária pra cacete enquanto tenta desenvolver uma trama rasa, que é o meu problema com 80% de todas as obras - livros, hqs, filmes - abertamente politizados). 

E como já citei, que série bonita. Plasticamente, digo. Todd VanDerWerff inclusive escreveu um texto sobre como os realizadores da série usam a fotografia da série de forma inteligente. O AVClub, por sua vez, discorre um pouco sobre o roteiro, incluindo fazendo uma aproximação com Hannibal e seu aspecto auto consciente, mas também lembra como, pra uma mídia audiovisual, é raro os artistas darem a devida atenção pra enquadramento, fotografia e detalhes do tipo. 

Falando de roteiro, eu sei como a próxima frase vai soar arrogante, mas foda-se: como é legal ver um roteiro que faz referencias que passam despercebidas por mim. Não pq eu seja onisciente nem nada, mas pq é legal esse lance meio pós-moderno de parar tudo pra ir caçar no google alguma citação, um nome desconhecido mencionado ou até uma piscadela da história pra gente (alguem, no episódio 02, disse a respeito do nome de Elliot que "vc deveria procurar o significado do seu nome. Nomes são importantes". Onde eu obviamente parei o ep. e fui googlar o nome do protagonista). É como Lost ou Fringe: se vc estiver APENAS interessado na história e nos personagens, o seriado funciona bem que é uma beleza. Mas se estiver disposto a (fazendo aqui a óbvia e obrigatória referencia a Matrix num texto sobre Mr. Robot) "tomar a pilula vermelha e ver até onde vai a toca do coelho", a experiencia é absolutamente recompensadora. Vão assistir a série. Agora!!!! :-)


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