terça-feira, 22 de agosto de 2017

American Horror Story - Cult (sim, eu estou tão surpreso quanto vcs)



Não vou negar: já vi VÁRIAS temporadas de AHS, antologia de terror de Ryan Murphy.
Inteiras, se não me engano, vi a primeira (Murder House), segunda (Asylum), terceira (Coven) e, contrariando meus próprios instintos, a mais recente, sexta (Roanoke). 
A quarta (Freak show) foi apenas estúpida demais até pros meus relativamente tolerantes padrões (não se enganem, ainda foi menos imbecil e com menos furos de roteiro do que a season 2 de Demolidor, mas....). A quinta, fui ver os primeiros eps. apenas por curiosidade mórbida (hah, eu fiz um trocadilho involuntário) e terminei o ep. 2 irritadíssimo com o quanto aquela merda sugava SEM DÓ de "The Hunger" (ou em pt-br, "Fome de Viver"), clássico estrelado por Catherine Deneuve, Susan Sarandon e DEUS. 
O padrão é o de sempre: aquela coleção de promos curtinhos que são INFINITAMENTE melhores que a série em si. Uma abertura bacaníssima. Um começo de temporada promissor. E um final constrangedor. 
TODA TEMPORADA eu termino dizendo que não volto mais, que eu sou melhor que isso, que essa série tem um dos roteiros mais porcos já concebidos por qualquer mente humana.....



.......MAS..... (e vcs já sabiam que essa conjunção adversativa estava na iminência de aparecer)...... eu estou viciado em obras que pinçam da nossa tensa situação política pra criar arte. "The Purge"  - o Idiocracy dos anos 10 e uma das franquias mais importantes dos últimos anos - ainda vai render texto grandão aqui no blog. Devorei "The Handmaid's tale", livro E série, com uma urgência que não sentia há eras. Já fiz um textão enorme sobre o preambulo que vai desembocar em Secret Empire, provavelmente um dos gibis mais relevantes dos nossos dias. Sabia que, se NADA MAIS DE BOM VIR DISSO, pelo menos a arte dos nossos tempos vai ser animal, pq arte sempre brilha em tempos sinistros.
E bom...... eu preciso dizer que eu estou PELO MENOS  curioso com a idéia de Murphy resolver focar a série em eventos macabros que tem como gatilho desencadeador a eleição do reaça laranja ianque, ano passado, ainda mais considerando que o showrunner e criador do programa é ainda mais diretamente afetado por isso que os demais americanos, considerando que ele é membro de uma minoria (Murphy é gay).

Vai prestar? Muito provavelmente não. Mas pelo menos, se nada mais funcionar, vai ser mais um retrato artístico dos nossos sombrios dias atuais. Sem dúvida, uma boa capsula do tempo pras gerações futuras entenderem como era o climão da nossa época.....


.........contando, claro, que sobreviva alguém pra querer estudar a década de 2010.

Abaixo, o trailer do negócio e a abertura, sempre uma das melhores partes de American Horror Story.





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