terça-feira, 22 de agosto de 2017

Nada a ver com nada, mas.....(ou: We wanna be free - sobre pequenas rebeldias cotidianas)


Desculpem o desabafo, mas estou há 30 minutos trabalhando com alguém que é a personificação do pensamento zangão, a encarnação viva da ética protestante de trabalho, com alguém que, se o chefe gritar "PULA DE UM PRÉDIO", ele vai provavelmente subir no topo do edifício do Banespa, o mais alto da cidade de SP se não me engano, e gritar de volta "ESSE AQUI TÁ BOM OU PREFERE OUTRO?", e estamos ambos fazendo uma atividade tão repetitiva e estúpida que é CLARO que esse trabalho caiu no meu colo num momento em que eu estou carregado de coisas mais importantes pra fazer. E ele, tão dedicado, tão sem questionar, tão imerso...
E eu apenas pensando na estupidez disso e meu lado adolescente BERRANDO dentro, you know?
E aí, por um segundo, eu pensei: "okay, esse camarada é basicamente uma abelha que morreria por um trabalho de merda e provavelmente, se eu fizer algum comentário jocoso, ele vai correndo entregar pra chefia pq, oras bolas, pq não? No leito de morte, ele provavelmente só vai lembrar com saudade das vezes em que ele foi o 'empregado do mês'. Qual a coisa mais ofensiva que eu posso fazer sem receber justa causa agora, só pra agradar o pequeno rebelde que está em polvorosa dentro do meu cérebro me chamando de "traidor do movimento'"?

A unica conclusão que eu cheguei, longe de ser a mais satisfatória mas, by far, a mais prática, é parar de fazer o que estou fazendo, o que eu DEVERIA estar fazendo segundo ele e os seus (e meus) superiores pra....blogar....e postar a música da banda mais anti-pensamento zangão do universo conhecido. E uma música sobre, you know....ser livre pra fazer o que vc quiser...
e sobre encher a cara e ficar high as hell...
e ser livre pra ser quem vc quiser ser...

e sobre se divertir pra cacete.... :-) 



O adolescente dentro de mim está longe de estar plenamente feliz. Afinal, isso não é exatamente  tão catártico como seria se, hipoteticamente, eu subisse na sala da diretoria e espalhasse sangue de carneiro por todo o lado enquanto canto a internacional comunista, socasse cada fdp do setor administrativo desse lugar, voltasse pra casa, pegasse Stella e família e partíssemos em direção ao por do sol num carro roubado, ouvindo Dead Brains.


.......mas é o que tem pra hoje...

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