Dizem que somos (bom....ok, vcs com menos idade são) uma geração que tem as coisas como certas e incapazes de perceber a quebra de paradigmas tão digna destes dias pós-modernistas. Nunca soube como lidar com esse tipo de afirmação que soa mais como "ranzinzice de velho", mas admito que, pra alguém que está inserido, no olho do furacão, ver como as coisas mudaram em termos de tecnologia nos ultimos 20 anos é um pouco complicado. Num dia temos cassetes e VHS, aí DVDs e Blurays. Os gibis que até ontem eu lia em papel, agora eu leio exclusivamente nos .cbr que eu tenho no tablet, comprados online ou baixados via torrent. Quando eu penso no inferno que era andar ouvindo musica com a porcaria de um toca-cd, eu agradeço aos céus pelo meu mp3 player.... ooops, digo, celular, tb centro de joguinhos e msgs de texto (e ocasionalmente, ligações telefonicas)
Como deve ser pra alguém então, que viu todas essas mudanças de fora, meramente como espectador e não como um agente ativo, como nós? Essa matéria da tv Al-jazeera ajuda a responder essa pergunta.
O canal de Tv acompanhou, por uns dias, o dia a dia de Otis Johnson. Otis, de 69 anos, foi preso aos 25, em 1971 e solto recentemente, tendo passado 44 anos da sua vida encarcerado. Como deve ser pra alguém como Otis sair e ver um cenário como o de hoje em dia, cheio de outdoors animados, tecnologia bluetooth, iphones e semelhantes?
É só clicar no vídeo abaixo e descobrir....
Legal perceber que Otis evita a postura do "antigamente era melhor", que um monte de gente gosta de vender (e um monte de gente jovem demais pra lembrar que não, antigamente era uma droga e maravilhoso, exatamente como hoje em dia) e só admite pra si mesmo que a mudança é inevitável. Pessoas mudam, cultura muda, civilizações mudam. Alguns preferem prender os pés no chão, desejando um passado paradisíaco que nunca existiu. Outros, como Otis, preferem o caminho recomendado por Bruce Lee, de "ser como água", flexível, em constante reconstrução e se adaptando ao seu meio.
Ainda assim, no entanto, se me permitirem a pequena indulgencia de observar: nós, viajantes espaço temporais que seguimos pelo caminho mais longo, um segundo por vez e inexoravelmente em direção ao futuro, somos meio incapazes de perceber, mas, rapaz..... os tempos mudam, não? Ainda bem.
Vi primeiro aqui
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