quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Zé do caixão 1x01


Aí eu vi o primeiro episódio de "Zé do caixão", produção do canal Space contando a história de José Mojica Marins e seus percalços na produção de seus filmes. No elenco, Matheus Nachtergaele personifica o MAIOR CINEASTA BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS*, ao lado de demais nomes como Felipe Solari, Maria Helena Chira e Walter Breda, entre outros. 
Ok, senão vejamos, primeiro, tirando o óbvio do caminho: Nachtergaele está absurdamente bem no papel. Pra alguém que só está acostumado com a persona pública do Mojica, talvez possa ficar a impressão de que ele está forçando um tiquinho a mão nos cacoetes e jeito de falar característicos do diretor, mas já tendo visto várias entrevistas com ele, devo dizer, ficou perfeito. Aquela é a persona REAL do Zé e o ator soube personificar esses elementos incrivelmente bem, a ponto de desaparecer no papel.
O roteiro tem acertos e erros. Por um lado, gostei bastante de certas piscadelas metalinguísticas pro público. Em um determinado momento o Mojica da série diz que "filme brasileiro tem que ter ação e mulher pelada, brasileiro gosta de peito e bunda" e, obviamente, o episódio conta com sua cota de sangue e corpos femininos despidos. 
Isso posto, preciso dizer que as liberdades tomadas na trama, mesmo sem saber de grandes detalhes biográficos da vida do cineasta, soaram um pouquinho forçados demais. Nem me refiro ao fato de alguns personagens na verdade não terem existido, sendo baseados em pessoas parecidas da vida do Zé (Sarita del Ciel, por exemplo, é inspirada em duas outras atrizes que trabalharam com ele). Mas sei lá.... ficou com certo ar de filme de origem de super-herói, sabe? O momento em que ele ganha a cartola icônica que vai ser perpetuamente associada com sua imagem, por exemplo. Muito aquilo de "vamos vislumbrar esse momento que antecipa a chegada da figura lendária". Mas, de novo, AINDA não li a biografia do homem então, vou me restringir a apontar apenas certa artificialidade ali. 
Apesar da crítica, gostei do que vi. Devo afirmar, inclusive, que é uma das biografias mais corajosas de que me lembro, não tendo nenhum pudor em mostrar que Mojica passava LONGE de ser um cara certinho (quem viu, sabe do que eu to falando), o que é sempre legal já que cine-biografias adoram adotar uma postura chapa branca e ignorar os aspectos menos nobres da vida de seus protagonistas. 
Volto pros demais episódios com certeza, esperando que os acertos continuem e os pequenos erros sejam corrigidos. 

* só pra não perder o hábito, CHUPA, Glauber Rocha....

Nenhum comentário: