sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Monster mash #23

Eu não tinha me tocado que com isso da mudança de horário da Monster mash, eu consegui realizar, de forma meio torta, um dos meus sonhos de infância: ter um "programa de rádio", tocando o que eu quiser, preferencialmente coisinhas esquisitas que vc normalmente não ouve num top 10 da MTV ou nas 7 melhores da Jovem Pan (jesus amado, como eu sou velho).
Cresci ouvindo o que tinha no dial das FMs locais (e, morando numa cidade interiorana, vcs podem imaginar que meu leque de opções era dos mais limitados) até sair de minha cidade "natal" e voltar pra SP.
Chegando numa época em que a 89 FM já se encontrava em franca decadência, o que realmente fez meus olhos brilharem e meus ouvidos ficarem em alerta foi uma radio lá perto no final do dial, na casa dos 107 e alguma coisa. "Brasil 2000" era o nome. Uma radiozinha universitária onde ouvi muita coisa que não conhecia, pela primeira vez. Le Tigre, James, Gang of Four, Frank Zappa, Arcade Fire. Programas comandados por gente fodaça nível Fabio Massari, Kid Vinil. E, claro, era a radio que servia de lar pra uma das paradas mais espetaculares que já "vi" em qualquer mídia: o lendário programa Garagem.
Em virtude disso, nenhuma surpresa eu fugir do estereotipo clichê do nerd fã de metal ou apreciador do "reumatismo estupidificante do classic rock" e acabar me tornando um hipsterzinho tênis verde, não?

diário emocional?

nope, darling.



This is MONSTER MASH!!!!

E sem mais delongas..

Monster mash album of the week



Mano...esse disco é mais do que bom. "Garden of Delete", álbum mais recente do "Oneohtrix point never" é arquetípico. É o tipo de coisa que redefine as regras do meio que se insere. É o parâmetro de comparação, junto com coisas iguais, mas diferentes, que usarei pra definir se os próximos discos de música eletrônica que ouvir são bons ou não. "GoD" (e a sigla não foi um acidente) é ao mesmo tempo insanamente complexo, nível Aphex Twin de complexidade, mas ao mesmo tempo absolutamente acessível e, mais que isso, emocional. É, se me perdoarem a analogia, tipo um fractal. Se vc olhar muito perto, a impressão vai ser a de que está diante de caos apenas. Mas se vc tomar certa distancia vai ver padrões absolutamente insanos de ordem. Cacofonia ordenada. Fractais dentro de fractais. Insanidade ordenada e, mais que isso, lírica. 
Desafiador? pode crer que sim. Mas absolutamente recompensador. 
Album of the week? Album of the year, isso sim. 


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